JUSTIFICATIVA
As capas de veludo e as coroas douradas do Império Serrano ficaram no armário nos anos de 1975 e 1978, quando a escola deixou de lado a pompa para falar respectivamente de revista e chanchada, idéias do carnavalesco Fernando Pinto. Um adepto do Tropicalismo que viria a conceber o genial ``Ziriguidum 2001, um carnaval nas estrelas`` para a Mocidade Independente em 1985, esse pernambucano tentou aposentar o estilo formal do Império, recorrendo a temas próximos do carnaval: na Atlântida e nos palcos da Praça Tiradentes, a batucada estivera sempre na trilha sonora. Este enredo é uma homenagem ao grande carnavalesco Fernando Pinto que deixou por onde passou seu estilo irreverente, sua marca pessoal e toda a alegria que até hoje contagia a Serrinha e também Padre Miguel.
COMISSÃO DE FRENTE
UMA PEQUENA NOTÁVEL
Foi com Carmem Miranda, a pequena notável que Fernando Pinto venceu seu primeiro campeonato no carnaval do Rio de Janeiro no ano de 1972 com o Império Serrano e é ela que forma esta espetacular Comissão de Frente com seu ``xica xica bum`` e seus balangandãs.
SETOR 1
O MEU PALCO É NA SERRINHA
No Império Serrano, foi lá que tudo começou. Com o enredo ``Nordeste, seu povo, seu canto, sua gente`` em 1971, Fernando Pinto dava a partida inicial de uma carreira recheada de sucessos. O canto da gente nordestina estava presente no Império, irradiando alegria com suas lendas, rezas e fantasias. Já no ano seguinte o Império vinha cantando e dando uma de Carmem Miranda. Arrebatando neste ano seu primeiro título no carnaval do Rio de Janeiro Fernando Pinto já fazia seu nome correr chão. Uma viajemencantada pindorama adentro fez o Império no ano de 1973 entrar na mata, encontrando o Boitatá, o Saci-Pererê, Iara além do próprio rei da Mata, Oxossi. E para saudar Dona Santa a Rainha do Maracatu, em 1974 Fernando Pinto trouxe as nações africanas para coroá-la numa festança real.
SETOR 2
A VEDETE DO SUBÚRBIO
Madureira chorou...
«Madureira chorou / Madureira chorou de dor / Quando a voz do destino / Obedecendo ao Divino / A sua estrela chamou / Gente modesta / Gente boa do subúrbio / Que só comete distúrbio / Se alguém os menosprezar / Aquela gente que mora na Zona Norte / Até hoje chora a morte da estrela do lugar / Só eu não posso chorar / Madureira chorou...”
Abre-se o pano para todo o céu suburbano ver sua estrela brilhar. Da Central a Madureira a cidade ficou toda enfeita para ver Zaquia Jorge, a vedete que voltou e com seu viver de alegria fez tanta gente sonhar. Além de bela e talentosa atriz, Zaquia Jorge era também a dona do Teatro de Revista de Madureira, uma vedete do teatro rebolado, uma belíssima e talentosa morena de sangue árabe que morreu afogada na deserta praia da Barra da Tijuca no ano de 1957, mudando o nome do Teatro para Teatro Zaquia Jorge.
SETOR 3
O MAR ESTE MISTERIOSO
Olha o canto da sereia, em noite de lua cheia. Ela mora no mar ela brinca na areia. Os mistérios do mar e a Lenda das Sereias Rainhas do Mar abrem os caminhos de FernadoPinto para semear a paz, transformar o mar em flor, chegando a morada do amor. Sereia, esta entidade lendária da Grécia antiga que reapareceu em numerosos mitológicos posteriores. Propagado pelos navegadores o mito das sereias difundiu-se por largas áreas geográficas e se mesclou as mais diversas tradições populares, fazendo parte no Brasil de lendas indígenas e africanas e recebe as tradicionais homenagens dos devotos nas praias Brasileiras, na passagem do ano.
SETOR 4
OSCARITO UMA CHANCHADA NO ASFALTO
A Atlântida e suas chanchadas, neste enredo no ano de 1978, Fernando Pinto ousou mostrando Oscarito, cômico de circo e teatro-revista nascido na Espanha. Foi o ator mais popular do cinema brasileiro formando uma dupla histórica com Grande Otelo em diversas chanchadas da Atlântida nos anos 40 e 50 nas quais dividiam as mesmas tarefas, ora como desocupados ora como ocupados em afazeres miúdos. Mas os filmes mais expressivos de Oscarito não contaram com a presença de Otelo, ``Nem Sansão nem Dalila``; O Homem do Sputnik e De vento em Popa. Os filmes da Atlântida representaram a primeira experiência brasileira de longa duração na produção cinematográfica voltada para o mercado com um esquema industrial auto-sustentável.
SETOR 5
ABRAM ALAS PRA FOLIA AÍ VEM A MOCIDADE
Na década de 80 Fernando Pinto mudava de ares, saindo de Madureira teve como destino Padre Miguel.
Com a Tropicália Maravilha iniciava um novo ciclo em sua meteórica carreira de carnavalesco. Enalteceu o Brasil, grande país tropical, com seus rios, cascatas, sua flora e fauna. Terra boa onde tudo que se planta dá. E erguendo seu estandarte a Mocidade mostrou a beleza e a arte dos antigos carnavais. Se vestindo de alegria a Mocidade abriu alas para a folia mostrando a beleza do Zé Pereira, o Corso e as Grandes Sociedades que eram na época o luxo da cidade.
SETOR 6
TODO DIA É DIA DE ÍNDIO
Chega Fernando Pinto a sua fase indígena, defendendo a natureza com o enredo ``Como era verde meu Xingu`` a Mocidade se une à mãe natureza, revoltada com a invasão do homem branco. Quando o verde era mais verde, o verde do pavilhão da Mocidade e o índio era o senhor, cantavam aos Deuses livres no verde Xingu.
E seguindo a linha indígena chega ``TUPINICÓPILIS``, uma alegria sem igual, uma cidade a sorrir. Parece um sonho, tamanha a felicidade. A taba vira metrópole com a Grande Boate Saci o Shopping Boitatá, o grande comércio e a indústria. Era o índio livre numa cidade imaginária, trabalhando e se divertindo com TUPI comandando o seu chão.
SETOR 7
SOU MUAMBEIRO MAS QUEM NÃO É?
Uma viajem a Manaus, uma viajem tão legal. Eu quero muamba, zona franca e carnaval. Fernando Pinto neste enredo despertou seu dom de muambeiro. Tapetes persas, azulejos portugueses o puro uísque escocês e o cheirinho da titia era francês. E no carnaval sou batuqueiro, sou muambeiro com a Mocidade na avenida.
SETOR 8
UM CARNAVAL NAS ESTRELAS – BYE BYE BRASIL
Parecia até uma despedida, pois os dois últimos trabalhos de Fernando Pinto meio que faziam uma despedida de solo brasileiro. Sim porque deste mundo louco de tudo um pouco ele levaria para 2001. Em seus devaneios queria viajar, ir a qualquer lugar, a lua, ao sol, as estrelas. Pois enfim a grande estrela subiu ao céu dando um tchau a inflação a violência, aos marajás, a corrupção, a dengue e um tchau a vida.
Mas com toda certeza hoje esta estrela está brilhando em uma nave ao som do samba, buscando outros bambas, continuando a fazer todo o universo sambar. Agora sim se encontra em festa o espaço sideral, vibra o universo e no céu é carnaval.
ROTEIRO
SETOR 1 – O MEU PALCO É NA SERRINHA
No setor 1 será apresentado o início da carreira de Fernando Pinto, onde tudo começou. Serão abordados os enredos de 1971 sobre o Nordeste e sua gente o de 1972 sobre Carmem Miranda o de 1973 sobre uma Viajem Pindorama adentro e de 1974 sobre Dona Santa Rainha do Maracatu.
COM. DE FRENTE – UMA PEQUENA NOTÁVEL
* Carmem Miranda, a pequena notável que tornou a baiana internacional esta será a representação da Comissão de Frente que vem toda caracteriza com seus balangandãs. Seu nome ainda corre chão na boca de toda gente.
ALA DA VELHA GUARDA – SERRINHA E MOCIDADE MEUS DOIS AMORES
ALEGORIA 1 – ABRE ALAS – SOU IMPÉRIO SOU PATENTE
ALA PRAZER DA SERRINHA
ALA LENDAS DO NORDESTE
ALA ETERNOS FOLIÕES
ALA BLOCO DA SAUDADE
ALA NAÇÕES AFRICANAS
ALA COREOGRAFADA(MARACATU TRADIÇÃO NO CARNAVAL)
ALA QUEM MANDOU ESCORREGAR
SETOR 2 - A VEDETE DO SUBÚRBIO
Neste setor será abordado o enredo realizado em 1975 sobre Zaquia Jorge a vedete de Madureira.
Alegoria 2 – O GRANDE TEATRO DE REVISTAS
ALA GENTE BOA DO SUBÚRBIO
ALA A CIDADE ESTÁ TODA ENFEITADA
ALA MADUREIRA CHOROU
ALA DOS PASSISTAS - A VOLTA DAS VEDETES
ALA DA CENTRAL A MADUREIRA
SETOR 3 – O MAR, ESTE MISTERIOSO
Será representado neste setor o enredo A Lenda das Sereias Rainha do Mar dando também um enfoque sobre os mistérios que rodeiam o mar.
ALEGORIA 3 – VIAJEM AO FUNDO DO MAR
ALA DAS CRIANÇAS – CASTELOS DE AREIA
ALA CANTO DAS SEREIAS
ALA OFERENDAS A YEMANJÁ
1º CASAL DE MS E PB – BALANÇO DAS ONDAS
ALA NOITE DE LUA CHEIA
SETOR 4 – OSCARITO UMA CHANCHADA NO ASFALTO
Oscarito chega ao asfalto. As chanchadas da Atlântida e o grande circo são representados neste setor.
ALEGORIA 4 – AS CHANCHADAS DA ATLÂNTIDA
ALA O REI DAS GARGALHADAS
ALA ALEGRIA DO PALHAÇO
ALA O CIRCO CHEGOU
ALA PAPAI FANFARRÃO
SETOR 5 – ABRAM ALAS PRA FOLIA AÍ VEM A MOCIDADE
Neste setor dá-se o início da meteórica passagem de Fernando Pinto pela Mocidade Independente de Padre Miguel. A Tropicália Maravilha pede passagem abrindo alas para a Mocidade passar.
ALEGORIA 5 – TROPICÁLIA MARAVILHA
ALA DESCASCANDO O ABACAXI
ALA DAS BAHIANAS – SALADA DE FRUTAS
ALA TUDO QUE SE PLANTA DÁ
ALA O GORGEAR DA PASSARADA
ALA BELEZA E ARTE DOS ANTIGOS CARNAVAIS
ALA ZÉ PEREIRA
SETOR 6 – TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO
Setor dedicado à fase indígena de Fernando Pinto, desde a preservação do Xingu a cidade encantada de Tupinicópolis.
ALEGORIA 6 – COMO ERA VERDE MEU XINGU
ALA MÃE NATUREZA
ALA QUANDO O VERDE ERA MAIS VERDE
BATERIA – QUANDO O ÍNDIO ERA O SENHOR - ÍNDIOS LIVRES DO MEU XINGU
2º CASAL DE MS E PB – MORADA DO SOL E DA LUA
ALA TUPI COMANDANDO SEU CHÃO
ALA PÓ DE GUARANÁ
SETOR 7 – SOU MUAMBEIRO MAS QUEM NÃO É?
Mamãe eu quero Manaus, Muamba, Zona Franca e Carnaval. Foi com este enredo que Fernando Pinto mostrou ao mundo o seu dom de muambeiro.
ALEGORIA 7 – NUM MAR NEGRO DE ASTUCIAS EU NAVEGUEI
ALA WHYSQUE ESCOCÊS
ALA TAPETES PERSAS
ALA AZULEJOS PORTUGUESES
ALA BAIANINHAS – COISAS QUE VOVÓ GOSTAVA
ALA PERFUME FRANCÊS
SETOR 8 – UM CARNAVAL NAS ESTRELAS – BYE BYE BRASIL
O desfile chega ao final com o setor 8 mostrando o mais belo dos carnavais de Fernando Pinto, aquele que finalmente o levaria a um patamar mais alto no Carnaval carioca. ComZiriguidum 2001 Fernando Pinto se consagra como um dos grandes carnavalescos do país, carreira esta abreviada por um trágico acidente automobilístico no ano de 1988 no qual mostraria o enredo Beijim Beijim – Bye Bye Brasil parecendo que estava se despedindo do grande público amante do carnaval que até hoje reverenciam suas obras.
ALEGORIA 8 – UM CARNAVAL NO CÉU
ALA MINHA ESTRELA MINHA GUIA
ALA DESTE MUNDO LOUCO DE TUDO UM POUCO EU VOU LEVAR
ALA NO CEÚ UMA ESTRELA QUE BRILHA
ALA MARAJÁS
ALA TCHAU DENGUE
ALA CONSTITUINTE INDEPENDENTE
ALA DOS COMPOSITORES – BYE BYE BRASIL
JOAO ADRIANI SILVA
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