Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Enredo 931: Amre-bé...

Amre-bé...

Introdução:
Os índios Mebêngôkre (também chamados de Kayapó) habitam a região limítrofe entre o norte de Mato Grosso e o sul do Pará. São conhecidos pela índole guerreira, pelos ricos adornos corporais confeccionados com fibras vegetais e penas e também como possuidores de uma variedade enorme de ritos. Durante o ritual de passagem dos rapazes Mebêngôkre, os membros mais velhos narram para os mais jovens, os grandes feitos dos antepassados míticos, para que aqueles recebam os ensinamentos e os valores importantes para esse grupo indígena. Este enredo busca, a partir da encenação de um ritual de passagem dos rapazes Mebêngôkre, apresentar quatro narrativas míticas que propiciaram aos índios a compreensão de sua chegada à Terra e sua sobrevivência em um mundo habitado por “brancos”, animais e seres sobrenaturais. Essas narrativas míticas sempre são antecedidas da expressão “Amre-bé”, cuja tradução para o português tem o teor semelhante a “Era uma vez...”. Assim como os velhos sambistas ensinam aos mais jovens a história, as letras e os passos do samba, para que estes perpetuem e preservem esse ritmo tão brasileiro, os velhos Mebêngôkre narram seus mitos e ensinam seus cantos e ritos aos mais jovens, visando a preservação da sua cultura. Nessa confraternização entre samba, mito e rito, a rica cultura Mebêngôkre será cantada e contada por nossa escola.  
Sinopse:
Em uma área de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado, em uma clareira aberta na mata, encontra-se uma das várias aldeias Mebêngôkre, cujas casas estão dispostas em um grande círculo. Essa aldeia circular representa, para os Mebêngôkre, a sua concepção de mundo, de universo. Hoje é o dia do ritual de passagem dos rapazes. No centro dessa aldeia, uma casa reservada somente aos homens – a casa dos homens – é o local em que os moços receberão os ensinamentos dos anciões da aldeia, em especial do cacique. Aprenderão a caçar, a pescar, a realizar os rituais e também serão apresentados às narrativas míticas que explicam a própria sociedade indígena.
Cercado por jovens ricamente adornados por uma arte plumária que expressa riqueza e status e compõe esse importante momento de passagem para a vida adulta, os rapazes ouvem atentamente as palavras do cacique, que os ensinará como cada atividade desse rico universo cultural teve origem nos tempos dos heróis míticos Mebêngôkre:
- Amre-bé... há muito e muito tempo, nossos antepassados moravam no Céu. Certa vez, um homem caçou o dia todo para levar alimento para sua família. Enquanto andava, descobriu o buraco de um tatu gigante. Esse caçador queria a todo custo pegar e matar o animal e então, decidiu cavar e cavar por dias, até que ele furou a crosta do teto do Céu e então, esse caçador e o tatu caíram em direção à Terra. Quando caía, um vento forte levou o caçador de volta para o Céu. Ele contou para toda a aldeia sobre o buraco gigante. No outro dia, pela manhã, todos foram ver o buraco e descobriram o quão bonito era esse novo mundo. Decidiram então descer, mas como conseguiriam tal proeza? A solução era uma corda: as crianças, rapazes e moças solteiras decidiram juntar fitas e cordas menores para formar uma só corda, bastante comprida. Nossos antepassados desceram, mas nem todos conseguiram, pois surgiu uma criança que cortou a corda, ficando alguns no Céu. Os que ficaram no velho mundo, transformaram-se em estrelas. Foi assim que nós chegamos à Terra.
- Amre-bé... nos primórdios dos tempos, só o Sol brilhava e, portanto, só existia o dia. Certa vez, nossos antepassados lutaram contra os brancos e conseguiram recapturar uma índia que fora sequestrada e que era prisioneira dos cristãos. Essa índia não gostava do dia e falou para os homens da aldeia para irem à busca da noite, indicando o caminho para a casa do seu pai. Mas ela não foi buscar a noite, decidiu ficar na aldeia. No caminho, os índios encontraram os seres maus (homens-cães, homens sapos, homens tatus). Chegando a uma encruzilhada, os índios andaram por uma picada que levava até bem longe, até o Cerrado, local da casa do pai da índia. Foram caminhando, caminhando e, de repente, o dia virou noite. Com tochas nas mãos para se orientarem no escuro, os índios encontraram com o pai da índia que perguntou por ela. Os Mebêngôkre disseram que a indígena estava na aldeia, bem longe de lá e esperando a volta deles com a noite. O pai da índia perguntou o que eles queriam com a noite. Os índios então responderam que no mundo dos homens só existia o dia e ela queria a noite para dormir, descansar. O pai da índia então entregou uma cabaça firmemente amarrada com um cipó para os índios, advertindo-os para que não a abrisse, pois dentro estava a noite. Entretanto, um homem mau decidiu abrir a cabaça e então, um escorpião saiu e picou sua mão. O homem desobediente chorava e gritava de dor. Um dos companheiros pegou o homem mau pelo braço ferido e o atirou para o ar. Assim, ele se transformou em coruja, uma ave da noite, e foi voando pelos ares. Com a abertura da cabaça, a noite saiu inteira e, desde então, nós temos a noite e podemos dormir, descansar e ver nossos antepassados que ficaram no Céu e se transformaram em estrelas.
- Amre-bé... em tempos imemoriais havia a águia gigante que ameaçava os índios. Certo dia o animal devorou uma mulher. O irmão dela resolveu então criar seus dois filhos homens debaixo da água (no Rio Araguaia) em uma armação de madeira, para que ficassem bem fortes e capazes de matar a ave temida. Ninguém na aldeia sabia da existência desses irmãos confinados no rio, apenas seu pai e sua mãe que levava beiju para comerem. Quando os irmãos ficaram homens, o pai autorizou a saída deles do rio. Quando chegaram à aldeia, todos os índios ficaram assustados com a existência e o tamanho deles. O pai construiu uma casa enorme com troncos de buriti para os dois gigantes morarem e, tempos depois, falou da existência da grande águia que havia devorado a tia dos irmãos. Na borda do Cerrado havia uma árvore gigantesca que abrigava o ninho da águia que já havia matado muitos índios. Os irmãos gigantes decidiram ir até a árvore da grande águia com machado de guerra e lança de osso de onça. Com estas armas, eles mataram o animal que era considerado o flagelo da humanidade e que tanto aterrorizava os índios. Na dura luta, a águia perdeu suas penas que foram sopradas pelos gigantes e se transformaram em todos os pássaros existentes. Desde então, nós somos os predadores e temos as aves que nos fornecem penas para a confecção de nossos objetos e também são a caça que nos alimentam.
- Amre-bé... no princípio dos tempos, os “Mebêngôkre” roçavam uma área onde havia muitas árvores. Algumas foram derrubadas enquanto as maiores foram cortadas as ramagens. Um homem estava trabalhando afastado dos demais quando surgiu um espírito de aparência humana e ordenou: “Aquela árvore você deverá derrubar”. O homem obedeceu e começou a cortar a árvore, mas ela tinha um tronco muito grosso e, ao pôr do Sol, ele não havia terminado o trabalho. Ele então voltou para a aldeia para continuar o trabalho no dia seguinte. Durante a madrugada, quando retornou para continuar a derrubar a grande árvore, a fenda aberta no dia anterior estava completamente fechada. Ele decidiu chamar os homens que estavam trabalhando no corte de outras árvores para derrubá-la. Trabalhando todo o dia, ao anoitecer a árvore ainda estava em pé. No outro dia, novamente as fendas abertas na árvore pelos machados dos Mebêngôkre estavam fechadas. O índio decidiu chamar todos os homens da aldeia e, finalmente a árvore foi derrubada. Em seu interior havia um rato que foi morto e retalhado. Dentro do estômago do rato, os índios encontraram grãos de milho, sementes de diversas plantas. Desde então, os Mebêngôkre possuem o milho e outras plantas e praticam a agricultura.
- Agora, jovens Mebêngôkre, deixo de lado as narrativas dos tempos míticos e me dirijo ao tempo presente. É fundamental que vocês tenham consciência da nossa importância enquanto índios para a sociedade brasileira. Fomos nós que domesticamos a mandioca, planta presente na mesa de muitos brasileiros e que hoje mata a fome de pessoas no mundo todo. Nós que repassamos aos “brancos”, o método de feitura da farinha e a importância de alimentos como o feijão, o amendoim, o guaraná e a batata-doce. Nosso conhecimento sobre as plantas também foi utilizado pelos brancos para o combate às inúmeras doenças como a malária, por meio do quinino, ou como o curare, extraído de um conjunto de ervas e que é utilizado para a fabricação de anestésico. Nossas lendas também povoam o imaginário da população brasileira, como a lenda da Boiúna, do Jurupari, da Iara ou do Caipora. Fomos nós, os índios, que ensinamos técnicas de construção de canoas e de cestos que os brasileiros utilizam até hoje. Além disso, nossa língua também faz parte da língua portuguesa: arara, canoa, pipoca e guri são palavras de origem indígena. Nós, Mebêngôkre, juntamente como todos os nossos irmãos índios, devemos lutar pela garantia de nossos direitos, manifestando nossa oposição à PEC 215 e a todas as formas de violência que contra nós é praticada. Precisamos ser respeitados não só como um dos muitos povos que já habitavam esse país antes da chegada dos “brancos” europeus, mas como parte integrante desse Brasil imenso, rico e com uma diversidade ímpar, preservando nossa cultura e protegendo nossa terra. Afinal, “Índio amar Brasil”.
Dedicatória: Este enredo é dedicado ao saudoso carnavalesco Oswaldo Jardim, conhecido como “o rei da espuma”, famoso pela criatividade e pelos desfiles coloridos, cuja característica marcante era a leveza das fantasias e alegorias. Falecido em 2003, Oswaldo Jardim desenvolveu três enredos sobre a cultura indígena: Jurupari – A voz da mata (Unidos do Jacarezinho, 1990); O dono da terra (Unidos da Tijuca, 1999) e Academia Indígena de Letras - Eu sou índio, eu também sou imortal (Unidos de Vila Isabel, 2000). Com maestria, esse artista demonstrou não apenas respeito à cultura indígena, mas também sua importância para a constituição de um país plural como o Brasil. Enredos culturalmente ricos, bem desenvolvidos e que sempre renderam sambas de muita qualidade. A última frase desta sinopse foi retirada do pano da costa das baianas do desfile da Unidos da Tijuca no ano de 1999.
Referências
Livros

LUKESCH, Anton. Mito e vida dos ín­dios Caiapós. São Paulo: Pioneira/EDUSP, 1976.
TURNER, Terence. Os Mebengokre Kayapó: história e mudança social, de comunidades autônomas para a coexistência interétnica. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela (org). História dos índios no Brasil, São Paulo: Cia das Letras, 1992..
VIDAL, Lux (org). Grafismo indígena. São Paulo: Studio Nobel, 2007.

Multimeios e documentos eletrônicos:

Desfile da Unidos da Tijuca – Grupo de Acesso. Produção: Rede Bandeirantes de Televisão. Brasil: 1999.
http://www.tuasaude.com/quinino/ - Acessado em 13/10/2015 às 10:42 horas.
e5_30-alendaamazonicadeboiuna.pdf - Acessado em 13/10/2015 às 18:58 horas.


Desenvolvimento – Roteiro
1º Setor: A vida na aldeia e o ritual de passagem
Este setor retratará a vida em uma aldeia Mebêngôkre, buscando apresentar alguns aspectos da rica cultura desses índios, como a forma das aldeias, as pinturas corporais, os grafismos e, principalmente, o ritual de passagem dos jovens indígenas, momento em que os rapazes tornam-se homens e guerreiros.  


Comissão de Frente: O ritual de passagem e as narrativas míticas
A comissão de frente representará o ritual de passagem e uma de suas etapas: as narrativas míticas dos heróis fundantes Mebêngôkre. Contará com 15 componentes, sendo um velho cacique e 14 jovens, todos ricamente pintados com os grafismos e adornados por enfeites plumários inspirados na estética indígena Mebêngôkre. Cada um dos 14 jovens levará consigo, uma parte da casa dos homens, que será montada durante a apresentação para o júri. A coreografia saudará o público presente, apresentando a escola, tendo um cuidado especial em transmitir como acontece o ritual de passagem, se atentando para o momento das narrativas míticas e do ensinamento das técnicas de caça, pesca e da vida na aldeia, agora como homens e guerreiros Mebêngôkre.
Ala 1 - Velha Guarda: Caciques e anciãs: a sabedoria
Os membros da velha guarda da escola, detentores da história e da sabedoria do samba representarão os caciques e anciãs que, nas aldeias indígenas, pela oralidade, preservam e transmitem a cultura Mebêngôkre, traduzida também em rituais, cantos e narrativas míticas. Os homens desfilarão de terno e as mulheres com vestidos longos confeccionados com um tecido que reproduzirá os grafismos Mebêngôkre. Na cabeça de cada componente, um cocar.

Aldeia Mebêngôkre - Cristina Mittermeier/ International League of Conservation Photographers (iCLP) - http://mestraneiva.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html

Carro 1 - (Abre-Alas): Os Mebêngôkre
A primeira alegoria da escola representará a vida em uma aldeia Mebêngôkre, com as tarefas diárias desempenhadas por homens e mulheres, as brincadeiras de crianças, assim como o ritual de passagem dos rapazes. Constituído por duas alegorias acopladas, formando um mesmo conjunto visual, na alegoria 1A haverá a representação do ritual de passagem, com esculturas de um cacique ao centro do carro, sentado em um tronco de árvore e circundado pelos jovens devidamente enfeitados para essa ocasião especial de suas vidas. Na alegoria 1 B, estará representada a aldeia circular Mebêngôkre, com a casa dos homens ao centro e uma floresta na parte traseira do carro. Entre as casas, esculturas de mulheres descascando mandioca, fazendo o beiju, cuidando das crianças ou pintando moças e rapazes. Próximo à floresta, esculturas de homens caçando. Ambas as esculturas de homens e mulheres estarão pintadas de vermelho e preto, simbolizando respectivamente, as tintas de urucum e jenipapo. A base do carro será confeccionada a partir do grafismo dos Mebêngôkre, também nas cores vermelho e preto. A fantasia de composição masculina e feminina do carro 1 A será: “Índios e índias Mebêngôkre”. O destaque central da alegoria 1A: “O cacique guardião das narrativas míticas”. O destaque central da alegoria 1B: “A vida na aldeia Mebêngôkre”.

2º Setor: A origem Mebêngôkre: do Céu à Terra
O segundo setor tratará da chegada dos Mebêngôkre à Terra, a um novo mundo, repleto de riquezas, fartura e beleza, uma vez que a origem desses índios era o Céu, morada dos antepassados míticos até o momento em que o caçador furou a crosta terrestre e pôde contar aos demais indígenas sobre a existência de outro mundo.
Ala 2: O caçador mítico
Esta ala representará o caçador mítico, o responsável pela descoberta do novo mundo Mebêngôkre, quando tentava alcançar o tatu gigante. Ele foi também o responsável por contar aos índios sobre as belezas da terra que se encontrava abaixo do Céu. Fantasia composta por uma malha que reproduzirá os grafismos Mebêngôkre, além dos braceletes e cocar indígena inspirados na arte plumária desses índios. Como adereço, cada componente levará um arco e flecha, além da borduna.
Ala 3: O tatu gigante
O tatu gigante foi o animal responsável pela abertura de um buraco que, aos ser escavado ainda mais pelo caçador mítico, permitiu aos Mebêngôkre a descoberta da Terra. A fantasia, em espuma, reproduzirá um grande tatu.
Ala 4: O vento
A fantasia desta ala representa o vento que empurrou o caçador mítico de volta para o Céu. Desta forma, todos os Mebêngôkre puderam enfim conhecer a Terra descoberta pelo índio que tentava caçar o tatu gigante. A fantasia contará com a reprodução do vento em placas de acetato, tanto no chapéu quanto nas ombreiras, além de elementos que remetem à estética Mebêngôkre. Na parte traseira, longas fitas brancas que, com o movimento do componente, serão agitadas e simbolizarão o próprio vento.
Ala 5: Através da corda, o acesso ao novo mundo: a Terra
Moradores do Céu, ao percorrerem o buraco aberto pelo tatu gigante e pelo caçador mítico, os Mebêngôkre descobriram um mundo belo e diferente do que habitavam: a Terra, toda coberta por densas florestas, diversos animais e rios caudalosos. Através de uma corda confeccionadas por meio de fitas e outras cordas menores, os índios chegaram a um novo paraíso que foi apropriado por eles. A fantasia contará com a representação da fauna e da flora no chapéu e costeiro além da corda, entrelaçada no corpo do componente.
Ala 6 – Baianas: Os antepassados que ficaram no céu e se transformaram em estrelas
Nem todos os Mebêngôkre conseguiram descer à Terra, pois a corda foi cortada por uma criança indígena. Os índios que ficaram no Céu, se transformaram em estrelas e zelam todas as noites pelos descendentes dos Mebêngôkre que conseguiram chegar ao novo mundo. A fantasia será confeccionada em tons de azul, com cocar e adornos plumários da mesma cor. Os detalhes da saia, do pano da costa e da bata serão em cor prata e inspirados no grafismo Mebêngôkre. Na saia e no pano da costa, em diferentes tamanhos, estrelas que representarão os antepassados míticos Mebêngôkre.


Carro 2: A grande viagem dos antepassados que viviam no céu
A segunda alegoria representará a mudança empreendida pelos antepassados míticos Mebêngôkre: do Céu para a Terra, descoberta por um caçador que tentava capturar o tatu gigante.  A alegoria será construída em dois planos: no plano superior, a vida dos Mebêngôkre no Céu. Entre nuvens, esculturas dos índios olhando para a Terra, fascinados com o novo mundo que o caçador mítico encontrou. No plano inferior, uma rica floresta, ainda virgem, com exemplares da fauna e da flora. A base do carro será o corpo (cabeça, carapaça, patas e rabo) do tatu-gigante, em uma homenagem ao saudoso carnavalesco Oswaldo Jardim, que confeccionou no ano de 1999, na Unidos da Tijuca, um carro cuja escultura do animal foi confeccionada com espuma e pintado com barro. No plano inferior, as composições representarão plantas e animais: orquídeas, onças, palmeiras, borboletas, ipês, jacarés, bromélias e peixes. No plano superior, as fantasias das composições representarão o mundo mítico no Céu. A fantasia do destaque central, toda em tons de azul e com estrelas prata, será denominada “Estrelas míticas”.

3º Setor: Em busca da noite
Os Mebêngôkre não conheciam a noite. Apenas uma índia capturada pelos brancos e seu pai sabiam da existência de um momento do dia caracterizado pela ausência de luz solar. Este setor retratará a saga vivenciada por um grupo de guerreiros míticos que foram buscar a noite e, finalmente, puderam descansar. Com a noite, os Mebêngôkre também puderam visualizar os antepassados que ficaram no Céu e se transformaram em estrelas.
Ala 7: O dia e o Sol
No início dos tempos míticos, os Mebêngôkre conheciam apenas o dia e, consequentemente, apenas o Sol brilhava. Desconhecendo a noite, eles não podiam dormir e nem descansar. A fantasia, toda em tons amarelo e alaranjado, trará a representação do Sol em um costeiro confeccionado em plumas de pato. O chapéu da fantasia remeterá aos cocares Mebêngôkre.  
Ala 8: Os brancos e a índia Mebêngôkre
Os brancos foram os responsáveis pela captura da índia Mebêngôkre que não gostava do dia e conhecia a noite. Foi ela que pediu aos outros índios que fossem ao Cerrado buscar a noite para que ela pudesse descansar. Essa ala será composta por componentes masculinos e femininos. Eles representarão os “brancos”, cuja fantasia remeterá aos bandeirantes paulistas, possivelmente os primeiros a manter contato com os Mebêngôkre. As mulheres representarão a índia que conhecia a noite, cuja fantasia, bastante leve, além de uma malha com os grafismos indígenas contará com elementos próprios das mulheres Mebêngôkre, como braceletes, colares, cocar, além de perucas visando a padronização estética de todas as componentes.
Ala 9: Os seres maus
Composta por três fantasias, essa ala representará os seres maus (criaturas antropozoomórficas - meio homens, meio animais, como os homens-cães, homens-sapos e homens-tatus) encontrados pelos índios que foram buscar a noite.


Ala 10: A cabaça que guardava a noite e o escorpião
A noite foi acondicionada pelo pai da índia em uma cabaça amarrada firmemente com cipós. Dentro do porongo havia além da noite, o escorpião que picou o índio mau que abriu a cabaça antes do tempo previsto. Essa fantasia trará no chapéu de cada componente, o escorpião. A noite, com a lua e as estrelas estará representada em uma capa. Na cintura de cada componente, uma corda com a cabaça que acondicionava a noite.
Ala 11: A coruja: um animal da noite
O homem mau que abriu a cabaça e permitiu a saída da noite, foi picado pelo escorpião que estava acondicionado no interior do porongo. Gemendo e com muita dor, um companheiro o pegou pelo braço ferido e o atirou para o ar. O índio mau foi transformado em coruja, uma ave de hábitos noturnos. Confeccionada em espuma e em tons roxo e preto, o chapéu da fantasia terá a representação da cabeça da coruja e, nos braços dos componentes, as asas da ave.
Ala 12 – Damas: A noite
Com a abertura da cabaça, a noite saiu do seu interior e os Mebêngôkre puderam, enfim, conhecê-la. Aos índios foi possível então, o descanso noturno. O vestido da ala das damas será todo na cor preta com estrelas de diferentes tamanhos na cor prata. A sombrinha contará com a representação do céu estrelado e da lua.


Carro 3: A noite e o descanso
O terceiro carro representará a descoberta da noite pelos Mebêngôkre que só conheciam o dia e o Sol. A partir de então, os índios puderam ter o seu descanso noturno e passaram a visualizar os antepassados transformados em estrelas. A saia desse carro será toda preta com estrelas na cor prata. Na parte dianteira da alegoria, em tons de amarelo e alaranjado, esculturas dos índios que só conheciam o dia e que foram, a partir de um pedido da índia, buscar a noite. Após a escultura dos índios, em tons preto e roxo, outras esculturas que representarão os seres-maus. No centro da alegoria, haverá uma escultura de uma grande cabaça e, saindo desta, o escorpião e a noite. Após esta escultura, uma grande coruja com movimentos, nas cores cinza e preta, que simbolizará a transmutação do índio que abriu o porongo e foi picado pelo escorpião em uma ave noturna de grandes olhos. A parte traseira da alegoria, contará com a escultura de uma índia dormindo no chão, em esteiras de taquara, envolta pela noite. As composições do carro serão três: “O Sol que brilhava”, “A desobediência que custou a transformação de humano em animal” e “A noite”. O destaque central vestirá a fantasia “A índia que queria a noite”. 

4º Setor: De presas a predadores
Durante muito tempo os Mebêngôkre foram caçados pela águia gigante. O quarto setor do desfile tratará de uma inversão dessa lógica: os índios passaram de presas a predadores após a morte da águia gigante pelos irmãos míticos e o surgimento de todas as aves do mundo após o sopro das plumas do animal abatido.


Ala 13: A águia gigante
A águia gigante era o flagelo da humanidade, pois caçava os Mebêngôkre. Semelhante a uma harpia, só que em proporções gigantescas, o animal foi o responsável pela morte da irmã do pai dos índios gigantes e de outros indígenas e vivia no Cerrado em uma grande árvore. A fantasia será inspirada na harpia, a maior águia brasileira. O chapéu da fantasia será a representação da cabeça do animal e, nos braços de cada componente, as asas da ave que mescla as cores branca e preta em uma belíssima combinação cromática.
Ala 14: Os irmãos míticos criados nas águas do Rio Araguaia
Para exterminar a águia gigante, o irmão da mulher morta pelo animal decidiu esconder seus dois filhos dos demais índios e criá-los nas águas do Rio Araguaia, em uma armação de madeira. Apenas o pai e a mãe dos índios sabiam da existência desses futuros guerreiros. Alimentados com beiju, eles se tornaram gigantes e fortes o bastante para lutar contra a grande águia. A fantasia consistirá em um grande boneco articulado por cada componente representando os irmãos míticos, cujas extremidades (mãos, braços, antebraços, pernas e pés) mesclarão pele e escamas, uma vez que durante alguns anos eles viveram no Rio Araguaia. Os bonecos contarão com cocar e metade deles levará em uma das mãos o machado de pedra enquanto a outra metade, a lança de osso de onça.
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: O machado de guerra de pedra e a lança de osso de onça que abateram o flagelo da humanidade
O primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira representará as armas que foram utilizadas pelos irmãos míticos que mataram a águia gigante: o machado de pedra e a lança de osso de onça. Ele representará o machado de pedra: sua indumentária será em tons terracota, com faisões e representação dos machados Mebêngôkre. A indumentária da porta-bandeira será em tons de marrom com faisões na mesma cor, cuja base principal da roupa imitará o couro da onça parda. Adornando a fantasia, a representação das lanças Mebêngôkre confeccionadas com os ossos do felino.



Ala 15 – Bateria: Das penas da grande águia, as aves do mundo
Ao ser abatida, a grande águia perdeu suas penas. Os irmãos gigantes sopraram suas plumas que então se transformaram em todas as aves existentes no mundo. Esta ala terá quatro fantasias diferentes, que representarão algumas aves do universo Mebêngôkre. São elas: a arara vermelha, o gavião-real, o papagaio e o japu-verde. A base da fantasia será a mesma, com bota, calça e uma ombreira com penas. As cores serão diferentes, assim como os chapéus que representarão os quatro tipos de pássaros do universo Mebêngôkre.



Ala 16 – Passistas: Arte plumária: enfeites corporais
Os Mebêngôkre são conhecidos pela habilidade em confeccionar adornos plumários belíssimos que são utilizados nos rituais e exprimem beleza e status. Mesclando fibras vegetais e plumas de diferentes pássaros, os índios produzem braceletes e cocares que representam o próprio universo indígena, combinando cores que demonstram uma apurada técnica de refinamento e beleza. Os passistas representarão os enfeites corporais desenvolvidos conforme a arte plumária Mebêngôkre. O formato da fantasia masculina será diferente da feminina, basicamente com o uso de plumas, tendo em comum, uma malha que representará os grafismos Mebêngôkre.
Ala 17: A caça do mutum-de-penacho
Com a morte da grande águia, os Mebêngôkre se tornaram predadores e caçadores de outras aves. A fantasia representará a caça do mutum-de-penacho, pássaro que é muito importante como fonte de alimento para os índios. Os componentes, cujas fantasias serão inspiradas nos caçadores Mebêngôkre, levarão em suas mãos, o arco e flecha e, pendurados em um dos lados das ombreiras, a representação de dois mutuns-de penacho abatidos.
Carro 4: O embate ente os irmãos míticos e a grande águia
O quarto carro da escola representará o momento em que os Mebêngôkre passaram de presas a predadores com a morte da águia gigante pelos irmãos míticos. A alegoria representará um campo do Cerrado, com gramíneas secas e árvores retorcidas, tendo ao centro, a escultura de uma grande águia feroz e com movimentos. Na parte dianteira e traseira da águia, haverá duas esculturas que representarão os irmãos míticos, um empunhando o machado de pedra e o outro, a lança de osso de onça. Ambos irados e sedentos para matar o animal que ceifou a vida de vários antepassados e também de sua tia. Todas as esculturas contarão com movimentos. As composições representarão diversas aves (garça, beija-flor, canário, uirapuru, ema, tuiuiú, tucano e guará-vermelho) que, pelas cores das fantasias, darão um contraste com as fibras vegetais secas que formarão o campo do Cerrado. A parte traseira da alegoria contará com um índio Mebêngôkre segurando um arco e flecha e também a borduna, instrumentos de caça. O destaque central será denominado: “Das plumas da grande águia surgem as aves que povoam a Terra”.

5º Setor: Os Mebêngôkre agricultores
Os antepassados míticos Mebêngôkre eram apenas coletores. Certa vez, ao desmatarem uma área, um espírito indicou a um indígena que determinada árvore deveria ser derrubada. Após inúmeras tentativas, o tronco finalmente foi ao chão e, dentro dela, havia um rato que, depois de morto e retalhado, forneceu aos índios as sementes para a prática da agricultura.

Ala 18: O espírito que indicou a árvore a ser derrubada
Foi um espírito com forma humana que indicou a um índio Mebêngôkre qual a árvore que deveria ser cortada, pois dela os índios teriam benefícios futuros. Toda na cor branca, a fantasia contará com uma malha que representará as pinturas Mebêngôkre, uma capa em tecido transparente, ombreira com desenhos indígenas e plumas, cujo chapéu será a cabeça de um índio Mebêngôkre com seu cocar. O intuito dessa fantasia é transmitir um ar de mistério que envolveu a aparição desse espírito ao antepassado mítico.
Ala 19: A grande árvore
A ala representará a grande árvore de tronco maciço que os índios derrubaram e cujas fendas abertas pelos machados se regeneravam no período noturno. Esta árvore era também local de moradia do rato que guardava as sementes que foram apropriadas pelos Mebêngôkre. A fantasia consistirá na reprodução de uma árvore, cujo tronco será o corpo dos componentes. Na parte superior da fantasia, a copa da árvore será constituída por folhagens diversas.  
Ala 20: O rato
Após a derrubada da grande árvore, um rato foi encontrado em seu interior e, depois de capturado e morto, foi retalhado. No estômago do roedor foram encontradas sementes de milho e outras plantas que foram apropriadas e passaram ser cultivadas pelos Mebêngôkre. A fantasia será a reprodução de um grande rato, assim como a fantasia do tatu gigante.



Criança Mebêngôkre e a arte plumária que exprime além da beleza, status – Fonte: https://www.paulinas.org.br/dialogo/?system=paginas&action=read&id=5948

Ala 21 – Crianças: As sementes
As crianças, o futuro do samba, representarão as sementes encontradas nas entranhas do rato que morava na grande árvore. A fantasia terá motivos indígenas como cocar e braceletes emplumados, além da representação de diversos tipos de sementes de milho.


Ala 22: A agricultura Mebêngôkre
Com a morte do rato, os Mebêngôkre passaram de coletores a praticantes da agricultura, importante atividade que fornece alimentos de origem vegetal para toda a aldeia. A fantasia será a representação de índios agricultores que levarão em suas costas, cestos com o produto de suas roças, como as abóboras, os diferentes e coloridos tipos de milho, a batata-doce e o feijão. Nas mãos de cada folião, o pau de cavar, objeto utilizado com o fito de abrir covas para posterior semeadura. 
Carro 5: Do ventre do rato, a agricultura Mebêngôkre
A quinta alegoria representará a prática da agricultura pelos Mebêngôkre a partir da derrubada de uma grande árvore e da apropriação de sementes do rato que habitava o interior do tronco do vegetal cortado pelos índios. Esse carro não contará com composições e nem destaques. Na parte dianteira do carro, as plantas cultivadas pelos Mebêngôkre, como o amendoim, a batata-doce, o urucum, a mandioca, a abóbora, o milho e o feijão, que estarão dispostos tanto em cestos como no chão do carro. A saia da alegoria será toda confeccionada com diferentes folhagens de espuma. Na parte traseira, a representação das etapas da agricultura Mebêngôkre: grandes esculturas de índios realizando o plantio, com o pau de cavar e de índias realizando a colheita do milho.
6º Setor: Os índios e a cultura brasileira
O último setor da escola abordará a importância dos índios – de uma forma genérica, não apenas as contribuições dos Mebêngôkre – para a formação da cultura brasileira, a partir da alimentação, dos conhecimentos das plantas medicinais, das lendas, de técnicas de confecção e uso de objetos ou da incorporação no português falado principalmente no Brasil, de palavras de origem indígena. Trará também referências ao momento em que os índios estão vivendo atualmente com a PEC 215, que busca retirar do poder executivo a demarcação de terras indígenas, além dos constantes massacres enfrentados pelos Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.



Ala 23: Culinária – a mandioca
Foram os índios que a domesticaram e, através de gerações, conseguiram desenvolver uma tecnologia simples (por meio do tipiti) que permitiu o consumo da mandioca após a retirada do ácido cianídrico, uma substância que, se ingerida, causa a morte. Atualmente a mandioca é uma raiz consumida no mundo todo e também conhecida como pão-de-pobre. Por ser um cultivo relativamente simples, possui um papel importantíssimo no combate à fome, principalmente nos países de clima tropical e que estão localizados no continente africano. A fantasia da ala contará basicamente com a representação da raiz em suas ombreiras e, no chapéu, as folhas da planta. Cada componente terá como adereço de mão, o tipiti.


Ala 24: O quinino que combate a malária
Os índios brasileiros já conheciam o quinino, retirado de uma planta denominada “quina amarela”, importante fornecedora de alcaloides utilizados para a fabricação de remédios destinados ao combate à malária, doença que assola milhões de pessoas no mundo todo. O chapéu da fantasia será a representação de um mosquito anofelino, vetor da malária. Nas ombreiras, as folhas e flores da quina amarela e, na capa da fantasia, no saiote e na bota, a representação de comprimidos obtidos a partir do quinino.
Ala 25: Lendas brasileiras: Boiúna
Lenda de origem indígena, a boiúna é uma grande serpente que vive no fundo de rios, igarapés e lagos amazônicos. Possui uma pele brilhante que reflete o luar e olhos faiscantes que confundem os pescadores, atraindo-os para a morte. Quando está velha, a boiúna sai das águas e passa a viver em terra firme e, para sobreviver, conta com a ajuda de uma centopeia de cinco metros, responsável por conseguir o alimento da grande serpente. A fantasia será composta de uma grande cobra que circundará o componente. Em um das mãos do folião, estará a lacraia, companheira de caça da boiúna.
2 º Casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira: Técnicas indígenas: canoas e cestos
Até hoje, técnicas seculares de construção de cestos e canoas transmitidas pelos índios são utilizadas por muitos brasileiros para a feitura desses objetos que são importantes para a locomoção nos rios (as canoas) e para o armazenamento de artefatos ou mesmo como enfeites (neste caso, os cestos). Ele representará os cestos. A indumentária será em tons bege, mesclando plumas e fibras vegetais de diferentes cores e texturas. A fantasia dela, cuja saia será formada por canoas, mesclará as cores bege e marrom. O chapéu e as plumas das fantasias do mestre-sala e da porta-bandeira terá como inspiração a arte plumária Mebêngôkre.
Ala 26: Redes de dormir
A rede de dormir foi um objeto apropriado pelos neobrasileiros durante o período do Brasil Colônia. Faziam uso das redes principalmente os índios de origem Tupi que habitavam a costa da América Portuguesa e que foram os primeiros ameríndios que os europeus formalizaram alianças ou entraram em confrontos ainda no século XVI. A fantasia basicamente será confeccionada com fibras vegetais, representando a matéria-prima de feitura desse objeto e, no ombro de cada componente, uma rede trançada.
Ala 27 – Compositores: A língua indígena e a língua portuguesa
A ala de compositores da escola representará as palavras de origem indígena que foram incorporadas à língua portuguesa. Vestidos de terno em cujo tecido constará palavras de origem indígena e que fazem parte do português, os componentes, assim como a velha guarda, também estarão com cocares confeccionados com penas coloridas. 

Líder Mebêngôkre Raoni protestando contra a PEC 215 em frente ao Congresso - http://fatoonline.com.br/conteudo/1842/indios-protestam-em-frente-ao-congresso-contra-pec-215

Ala 28 – Respeito aos índios!
Toda em vermelho, essa fantasia representará os ataques por parte da bancada ruralista contra os direitos indígenas – como a PEC 215 – e também os constantes ataques praticados por latifundiários contra os Guarani-Kaiowá que buscam a demarcação de suas terras. Caracterizados como índios, o costeiro da fantasia será composto por metralhadoras ensanguentadas. Cada componente levará uma bandeira: em um lado, haverá a imagem da Constituição Brasileira e, no outro, a frase “Não à PEC 2015!”.
Carro 6: O Brasil também é indígena!
A alegoria que encerra o desfile da escola tratará da contribuição dos índios para a cultura brasileira, tanto na culinária como na medicina, lendas, técnicas de construção e uso de objetos, além da língua indígena incorporada ao português, não se esquecendo de, em tom crítico, lembrar a condição atual dos índios brasileiros. A saia do carro contará com palavras de origem indígena e que fazem parte da língua portuguesa em diferentes tamanhos. Na parte dianteira do carro, uma escultura grandiosa da boiúna em movimento e, abaixo desta, 5 canoas com composições.  As laterais do carro serão feitas por esculturas dos índios deitados em redes. No centro da alegoria, a escultura de um pajé, carregando em suas mãos duas cuias: em uma delas, folhas da quina amarela e na outra, as ervas que fornecem o curare. A parte traseira do carro será composta por 3 grandes cestos com composições sobre eles. Atrás dos cestos, a escultura de um índio crucificado, fazendo menção à PEC 215 e a todo tipo de violência contra os indígenas perpetrados principalmente pelos latifundiários. As composições serão: “Os ribeirinhos que navegam em canoas indígenas”; “Conhecimentos da flora brasileira”; “A cestaria indígena” e “Chega de violência: respeito aos índios”. Destaque central: “Por um país indígena de fato – Tributo à Oswaldo Jardim”.

Alegorias: 6
Alas: 28
2 Casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Robert
E-mail: rmmineiro@hotmail.com

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