Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!
Gostou de uma ideia, Clique na lâmpada e leia a nossa recomendação!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Enredo 902: O dia de "los muertos"






Justificativa:

O objetivo deste enredo é falar um pouco sobre a maior festa do México.
Sua história, seus costumes e sua pluralização.
Diferente do Brasil, o México encara a Morte de uma maneira simbólica bem interessante: eles cultuam seus entes queridos para que eles não sejam esquecidos pela sua eternidade.
Vamos descobrir outros lugares e suas peculiaridades ao encarar o dia dos finados.
E no fim, carnavalizar!
Descobrir que as duas festas têm um único objetivo manter viva a lembrança, seja de alguém que já se foi, ou de nossa cultura!
Arriba muchachos e viva los muertos!




Sinopse:

Em um tempo pré-colonizador hispânico, a mais de 3000 anos, os índios deram início ao que hoje é a maior festa do México.
Para eles, não havia a conotação católica de céu e inferno, como benção ou punição e sim pela morte que tiveram.
Os Astecas acreditavam em três céus: Omeyocan, o paraíso do sol, detinado aos guerreiros, O mictlan, destinado a quem morria de morte natural, um lugar frio e escuro e o Chignahuamictlán, o repouso final, onde quem chegava lá descansava ou desaparecia.
Os indígenas destinavam dois meses para as celebrações a seus entes, a festa de celebração aos pequenos mortos, em julho, onde se cortava a árvore Xóctol, descansavam em seus pés, durante vinte dias. Já em agosto, aos grandes mortos, realizavam grandes banquetes e até sacrifício humano.
Com a chegada dos espanhóis, aterrorizados com essas práticas, com a intenção de convencer os nativos, sincretizaram o ritual indígena com o dia de finados do catolicismo.
La “dama de la muerte”, é o destaque principal da  festa mexicana. Popularmente conhecida como La Catrina, do grande Posada, sintetizada como uma caveira elegante e satiramente comparada a costumes de moda europeia, pois durante o período em que o México era controlado pelo General Porfírio, os indígenas renegavam sua raiz.
Catrina não vem sozinha, a dama do céu dos lembrados (e Xibalba, seu marido - soberano do céu dos esquecidos – aqueles que seus parentes não os cultuam), o céu em que seus parentes nunca deixam de celebrar no dia dos mortos, pois nesse dia os mortos dessem do céu para se unirem aos vivos.
Além da “caveira mãe” a festa é regada de muitas caveirinhas, em forma de artesanato, de doce e de caveiras literárias, versos que interagem com pessoas da vida real.
Flores, muito crisântemos para enfeitar e decorar os festejos. Acredita-se que essa flor guia e atrai os espíritos.  Altares e oferendas são erguidos nas casas dos mexicanos, com muita comida, bebida, cigarro e brinquedos para a alma das crianças.
Pinturas alusivas ao purgatório, serve para que eles saiam de lá caso estejam, cruz de terra “ do pó viestes ao pó retornarás”, para que não se esqueçam de sua religiosidade, o papel picado e variados doces de abóbora (importante alimento do país).
O céu é iluminado com balões luminosos para guiar os espíritos para chegarem a suas antigas casas juntas de seus familiares, bem como seu retorno junto a Catrina.
O dia de “los muertos” não é comemorado apenas no México.
No Texas e no Arizona acontece a tradicional procissão das almas, misto de religiosidade e festivais pagãos de colheita.
Em Montana, celebrantes esqueléticos em pernas de pau, pequenas bicicletas e esquis desfilam pela cidade.
Na Europa, em Praga, elementos como máscaras, velas e doces são usados para cultuar os mortos.
Na Espanha, a peça Don Juan Tenório e tradicionalmente apresentada.
Na América, guatemalenses usam pipas gigantes, no Brasil as tradicionais visitas e limpezas em lápides são habituais, já no Haiti, tambores ressoam pelos cemitérios para evocar Gede, o senhor dos Mortos.
Nas Filipinas, jogos de cartas e música são o ponto alto.
Tradições japonesas e chinesas também dão suma importância aos desencarnados.
Em Nepal o festival da vaca marca a festividade.
No Brasil, não temos o costume de celebrar a data, pelo contrário, é uma data infortúnia. Porém nesse carnaval vamos unir as duas bandeiras, sintetizar um único sentimento, a lembrança. Assim como os Mexicanos celebram esta data com a finalidade de eternizar, vamos eternizar nosso samba! Festejar nossa cultura, brincar o Carnaval!
Arriba México, arriba al carnaval!
     Rodrigo Lopes, janeiro de 2016
Roteiro de desfile:

SETOR 1
PERÍODO PRÉ COLONIZADOR
CONHECENDO UM POUCO DE COMO TUDO COMEÇOU
·        Comissão de Frente
O cortejo de la muerte – ( 15componentes – Catrina e seus anjos, num encenamento de desencarne até sua chegada e recepção em festa no céu dos lembrados)
O encaminhamento das almas ao céu dos lembrados.
·        Mestre Sala e Porta Bandeira
La Catrina e Xibalba (Serão duas caveiras vestidas tipicamente de traje Europeu)
O casal representa o os dominadores dos céus (lembrados e esquecidos) conforme lenda mexicana.
·        ABRE ALAS
Rituais: banquetes e Sacrifícios (O carro será uma grande oferenda, com velas, candelabros e sacrifícios)
Grande banquetes regados de muitas flores e frutas e sacrifícios para cultuar as almas que partiram.
·        Ala 01
Omeyocan: o paraíso do sol (Ala na cor laranja, costeiro com tons de vermelho, representando o brilho do Sol)
Grandes guerreiros eram encaminhados a este plano segundo os Astecas.
·        Ala 02
Mitclan: Frio e escuro
(Ala na cor preta e roxa, representando o breu)
Plano reservado para quem morria naturalmente.
·        Ala 03
Chignahuamictlán: repouso final
(Fantasia na cor verde, representando um grande campo de descanso e gozo eterno)
O último caminho antes da alma descansar eternamente.
·        Ala 04
Espanhóis e o catolicismo (Ala na cor vermelha e amarela, com um costeiro de cruz de prata estilizada, representando a religiosidade e riquea do colonizador)
A implantação dos costumes europeus na cultura mexicana
·        Bateria
Guerreiros Astecas (índios com grandes penachos, na cor azul e amarela e azul, representando uma das principais tribos mexicanas)
Índios predominantes no México Pré Hispânico.

·        Passistas
Sedutoras Espanholas
(Masculinos – toureiros espanhóis.
Femininas – dançarinas espanholas com castanholas e rosa na boca)
Representam o charme e sedução no período da colonização.
·        SETOR 2
 A RELIGIOSIDADE
INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE E FÉ
·        CARRO 2
A igreja
(Carro inspirado nas igrejas medievais góticas, vazada – com fiéis – na cor verde-musgo)
Sincretização – Imposição da Igreja na sincretização dos rituais de celebração aos mortos com o dia de finados cristão.
·        Ala 05
A arte de Posada
(Paleta de cores como costeiro e a frente uma moldura, tornando o desfilante como um “quadro vivo”
Guadalupe Posada, grande cartunista que na sua arte encarou a morte contextualizando com a vida dos Mexicanos
·        Ala 06
Caveiras de artesanato
(Caveiras multicoloridas de vime colado ao corpo)
Caveiras de lã, palhas e outros materiais para enfeitar oferendas
·        Baianas
Caveiras literárias
(Saia com bordados de diversos versos satirizando uma pessoa pública – na cor cinza)
Escrituras onde se brinca com a morte usando personagens vivos
·        Ala das crianças
Caveirinhas de doces
(No mesmo estilo das caveiras artesanais, de acetato colorido cristalizado)
Pães de açúcar usado para servir durante as cerimônias
·        Ala 07
Balões coloridos
(Balões de seda, acoplado ao corpo do componente)
Tem o papel de conduzir os espíritos até o mundo dos vivos
SETOR 3
OFERENDAS
MOSTRA AS DIFERENTES TIPOS DE OFERTAS AS ALMAS
·        CARRO 03
O altar aos entes
(Será um grande altar, com fotos, cruz, comidas, bebidas, cigarros, flores de crisântemo na saia do carro – forma de degrade)
Sintetizando o setor, este altar é realizado para cultuar, guiar, dar luz as almas
·        Ala 08
Tequila
(Ala na cor branco e prato, alusivo a um copo)

Bebidas alcoólicas, assim como em algumas religiões, serve como oferenda para atrair o espírito, e a tequila, é a bebida mais famosa no México.

·        Ala 09
Cigarillas
(Costeiro de Cigarrillas, soltando fumaça, predominante a cor marrom com pitadas de cinza)
A fumaça da “Cigarilla” é um fluído para aproximar a alma ao nosso plano material
·        Ala 10
Cruz de terra
(Fantasia na cor terra, com esplendor de cruz)
Está a representatividade da religiosidade “do pó vieste ao pó retornarás”
·        Ala 11
Doce de abóbora
(ala na cor laranja, corpo de abóbora, segurando talheres de prata gigantes)
Alimento de forte influência econômica que também é usado durante o festejo
·        Ala 12
Brinquedos
(Dados, pega varetas, bonecas, carrinhos, ala multicor)
Estes para ofertar as almas dos pequeninos
·        SETOR 4
PLURALIZAÇÃO DO DIA DOS MORTOS
AS DIVERSAS MANIFESTAÇÕES E CULTOS EM HOMENAGEM AOS MORTOS
·        CARRO 04
O dia dos mortos pelo mundo
(Carro vazado, com encenação central de diversas comemorações dsta data pelo mundo. Carro em forma de cruz tombada)
Abrindo o setor, uma síntese de todas as cidades e culturas que “comemoram” a morte em diferentes estilos
·        Ala 13
Texas – procissão as almas
(Ala na cor preta e branca onde peregrinos carregam velas nas mãos)
Oração e devoção em um árduo caminho até as tumbas para homenagear quem já se foi
·        Ala 14
Agricultura pagã
(Ala na cor verde limão, representando um canavial com espantalho)
Ritual celta em celebração das almas





·        Ala 15
Esqueletos Montanês
(Componentes com perna de pau andam no meio de guardiões na tonalidade branca representando a neve
No Alaska, em Montana, esqueletos em pernas de pau invadem as ruas para homenagem aos mortos
·        Ala 16
Praga: Caveiras mascaradas
(Como o próprio nome diz máscaras de caveiras com diversas epreessões)
Máscaras de enfeite aos altares
·        Ala 17
Don Juan Tenório
(Don Juan e sua amada nos trajes tradicionais e típicos espanhóis)
O galante espanhol e suas ofensas aos mortos arrependendo-se no final
·        Ala 18
Pipas guatemalenses
(“Pivetes” empinando pipas – balões de gás – coloridos)
Grandes pipas são empinadas para levar a mensagem dos vivos aos desencarados
·        CARRO 05
Evocação a Guede
(Grande África, na cor verde, marrom e muita palha, no centro um ritual de batucada ao Deus Guede)
Guiné – grande culto com muitos tambores e danças para evocar o grande Deus
·        Ala 19
Carteado Filipense
(Fantasias representando o coringa, o rei, a rainha e o valete)
Jogos de cartas regado a boa música dão um jeito todo especial de comemorar o dia dos finados nas Filipinas
·        Ala20
0-bom
(Gueixas com seu habitual traje, leques, carregando diversas futas)
No Japão Velas de diferentes cores e frutas saborosas para celebrar esta ocasião
·        Ala 21
Qingming
(Na cor dourado, com dragões chineses como guardiões da ala)
Luxo e ostentação nas celebrações chinesas, como de costume no país
·        Ala 22
Festival da Vaca
(Com cabeça de vaca, e fantasia na cor preto e branca, e uma manto azul tremulando, representando o rio Baitarni)
A festa é organizada para levantar o ânimo. Tem um tom espiritual, já que os hindus nepaleses acreditam que a alma de um morto cruza o rio Baitarni, que separa a terra do céu, agarrada no rabo de uma vaca.
·        Ala dos compositores
Música para as almas
(Malandros com violão)
Marchas fúnebres e outras músicas para sonorizar este dia
·        Velha Guarda
Vida Eterna
(Fantasia tradicional, vestidos longos e fraques na cor verde e branco com estampa do Arkk – vida após a morte)
O sonho de todos, representa a vida eterna do samba
·        CARRO 06
Da morte também se faz carnaval
(Representando o carnaval, colorido, tropicalista, com o rei momo no centro.
Trazendo a festa para nós, não deixando o samba morrer e eternizá-lo)
 Finalizando com a grande festa do Carnaval, vamos morrer de sambar, de amar, eternizar nossa raiz, festejar, celebrar a vida!

*Referências  e inspiração: Filme Uma festa no céu e diversas páginas de pesquisa da web.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores