Enredo: O Sol da Liberdade – A Saga de um Povo
(Atenção:
Este enredo foi o Campeão do Primeiro Concurso de Enredos, escrito aproximadamente no ano de 2002 estava no site antigo do Concurso de Enredos e
conseguimos recuperar. As imagens apresentadas não são originais, apenas conseguimos recuperar o texto e suas fontes originais).
Autor: Wellington Kirmeliene
Desenvolvimento: Marcelo Poloni
Introdução:
Através deste enredo, baseado na obra de Giselda Laporta Nicolelis, O Sol da Liberdade, a Beija-Flor vem mostrar a Saga de uma família e suas gerações. Do alvorecer nas savanas africanas, passando pelo horror dos tumbeiros e o Levante dos Malês, iremos acompanhar o caminhar de uma raça indo de encontro a um mesmo destino: a liberdade. Vamos seguir a essência que traz essa raça maravilhosa que é a raça negra. Um povo alegre, cativante e que tem por ideal o direito de ver um horizonte melhor. Vamos ressaltar, através da ficção, como tantos Reis, rainhas, príncipes e princesas que eram soberanos na África mas nas Américas se tornaram escravos. Vamos exaltar a força do negro e acima de tudo, mostrar a caminhada deste povo rumo ao calor e luminosidade do Sol da Liberdade.
Sobre solo africano:
Tambores ecoam logo cedo... o vento carrega seus sons anunciando a batalha. O dia está nascendo. Namonim, o Rei Yorubá, junto a seu filho Ajahi, primogênito e herdeiro do trono, depositário de todas as esperanças tribais, comanda seus guerreiros. Ódios antigos parecem cavalgar junto à brisa: cheiro de cólera milenar no ar. O Sol vagueia no céu e alcança o centro, como que pegando o melhor lugar para ver a batalha que seria travada. Guerreiros dançam... trazem na alma a arte da guerra. A cor que descansa sobre a pele parece dar mais energia para esse povo. Um brilho singular se vê eterno no olhar desta raça.
Namonim, então, marcha acompanhado de seus bravos e, em meio à floresta, o ódio se fez crescente. A dança das lanças faz o solo manchar-se de vermelho e, com o fim do dia, o chão está juncado de cadáveres. O Rei Yorubá foi derrotado. Sua vida, agora, pertencia à tribo vencedora --- a história revela uma frase célebre em suas folhas milenares: “o vencedor vende o vencido”. Pela sua honra, para não ter sua vida comandada por outro homem, decide dar cabo de sua própria existência. Desfere um golpe certeiro em seu peito e, já agonizando, diz a seu filho e herdeiro: “ Não vamos nos dispersar...”.
Já no tangomao --- o depósito de negros --- um só grito ressoa vindo da boca do traficante, detalhando um destino: “ – Anda, negro sujo, teu destino está selado... morrerás escravo numa plantação do Brasil...”.
Traz nas veias um destino... e no peito um só grito...
A viagem:
No porão do tumbeiro ( o Navio Negreiro ) paira o pesado manto da morte. Todos lá são desconhecidos... malungos, companheiros de viagem. Juntar negros da mesma tribo, religião ou língua excitaria revoltas. Assim, eram separados na medida do possível.
O local era infecto. A umidade fazia o ar pesado e mais insuportável. Quase que sem ventilação e sem luz, só viam algo do mundo exterior por pequenas frestas na carcaça. Um mar repleto de vida carregava, por vezes, as barcas da morte.
Ajahi, o herdeiro do trono Yorubá, trazia em seu corpo a marca do bacalhau --- uma chibata com pontas ---, em sua alma a ânsia de liberdade e no peito a saudade de sua pátria e mãe; o cheiro das plantas... o ruído das matas. Nas malhas de seu pensamento flutuava um só ideal:
“ Um Yorubá não se rende no campo de batalha... um Yorubá nunca será escravo de ninguém... livre nasceu... livre morrerá..”.
No balanço do mar, e sob aquele passadiço, o bacalhau seguia a cantar forte. Quantas torturas... quantos negros morriam por doenças, fome, sede e discriminação. Pelas frestas da embarcação, em meio a abstinência de comida e água, e pelo clima propício, os negros viam seres que sugavam o resto do sangue de cadáveres que jaziam no oceano. Deste mesmo oceano, em seus delírios, viam duas serpentes engolindo uma a cauda da outra. Para eles, Oborobô. Mais do que nunca, os versos de Castro Alves em “Navio Negreiro ” foram tão precisos:
Era um sonho dantesco...o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros...estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças...moças nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Superada a saudade, os delírios e as monstruosidades do Tenebroso Mar da Imaginação, o desembarque da imensa massa negra acontece. Seria um recomeço? Bahia seria um porto seguro? A visão tropical trazia a todos os escravos uma lembrança saudosa do seio da Mãe Negra. Vida selvagem, matas, imensidão: África!
Porém, junto com os negros empilhados como mercadoria, vemos que algo mais o tumbeiro trouxe. Junto destes homens e mulheres que padecem, e só não se perdem de vez por se apoiarem nas preces, vemos uma corte de deuses negros reunidos. São Orixás... Guias... Inkices... Voduns... deuses... fé!!
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
1835 - O Levante dos Malês:
O Sol e a Lua muitas vezes já dançaram. E lá vem ele: majestoso, imponente, bondoso, caloroso, mas que nem todos podem gozar de seu brilho paternal. O Sol traz o amanhecer que escorre pelas ladeiras da Bahia. O nosso príncipe Ajahi se transformara. Passara de Yorubá para Malê --- negro mulçumano --- e seu nome no Brasil baiano era José.
Inicialmente, aqui a nação haussá esteve diretamente ligada ao Islamismo, sendo que os Yorubá-nagôs --- nagô tem a tradução de piolhento ---, ligados ao candomblé, aderiram aos poucos à religião maometana. Para isso, são destacados dois fatores decisivos: a atuação dos mestres malês ( alufás, em Yorubá ) e o prestígio dos mulçumanos dentro da comunidade africana. Os alufás tinham o dever de transmitir a doutrina islâmica, bem como o ensino da língua e escrita árabes. Os malês tinham um jeito diferenciado de se vestir. Trajavam roupas brancas que lembravam um camisolão chamados “abadá ”. Usavam na cabeça uma espécie de barrete --- pequeno gorro branco. No entanto, esses trajes eram usados apenas em momentos de oração e rituais de cunho religioso. No dia a dia, para o reconhecimento dos irmãos malês, usavam anéis de metais brancos oriundos do ferro ou prata.
Ajahi, junto a uma vasta população de negros mulçumanos, tramava, sob o silêncio da tarde, uma insurreição; sob as bênçãos de Alá e com a ajuda de nomes históricos como Luiza Mahin, Pacífico Licutan, Ahuna e Sanim. Na alvorada de 25 de Janeiro de 1835 --- dia de Nossa Senhora da Guia --- a revolta eclodiria com o objetivo de desarmar a mão que detém a tirania e a chibata. Para os malês, obediência só a Alá. E foi essa ideologia que alimentou a idéia de eles, ao tomarem o poder da Bahia, escravizarem os mulatos e afro-brasileiros e darem para todos os brancos a morte. Daí a idéia de uma Jihãd --- no Ocidente traduzido como Guerra Santa.
“O plano militar dividia a cidade em cinco partes. Os revoltosos também seriam divididos em cinco grupos. Assim que rompesse a aurora do dia 25 de Janeiro, os escravos sairiam das casas para buscar água nas fontes públicas. Então começariam os incêndios, aqui e ali, para despistar os brancos, a polícia e a tropa. Os negros então atacariam de imprevisto, atocaiados que estariam em pontos estratégicos.”.
Essa raça que vê o mundo como um tabuleiro de xadrez, onde cada jogada pode valer o destino de um povo, armara friamente cada movimento para o sucesso da revolta. Porém, pelas mãos de um destino sórdido e por traição, a insurreição que eclodiu em 1835 foi sufocada. Pelas ladeiras baianas correu sangue de negros e sangue de brancos e, por elas, escorreu um sonho de liberdade.
O destino dos revoltosos seria a morte por fuzilamento e as cabeças decepadas. E assim aconteceu. Ajahi foi morto e teve sua cabeça levada como troféu, pelos brancos, numa festa incrivelmente macabra. Porém, a Saga apenas começava. O príncipe africano deixara encaminhado um herdeiro. Ele era casado com uma bela morena nagô chamada Gangara, esta, grávida de oito meses foi levada por Luiza Mahin para um lugar onde seu filho nasceria liberto. O local era, o Quilombo do Urubu.
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
Uesu- a procura sem fim:
O Sol já pensava em derramar seus raios chamejantes sob a vida, quando um cortejo de pássaros alçou seu vôo harmoniosamente, movidos por fortes gritos que vinham do meio da mata. Gritos de dor e de prazer: dor de quem tem o dom de dar luz a uma nova vida. O Quilombo do Urubu parou para ver chegar ao mundo aquele que era o filho de um príncipe que lutou pela liberdade própria e de seu povo. Com o Astro Rei ponteando sobre a Mata ouve-se um choro.... um choro de dor... de prazer, um choro de alegria por uma vida que nasceu livre. Vinha ao mundo, Uesu. Viveu grande parte de sua trajetória no Quilombo do Urubu onde, enquanto foi líder, fez daquele local um lugar onde índios, brancos e negros viviam em harmonia com suas religiões e costumes.
Mas o destino é faceiro... e fez com que os caminhos de Uesu fossem outros. O Quilombo necessitava de mantimentos para manter-se e grupo de negros iam a cidade fazer pilhagem ( assaltos ). Numa destas ações, na volta ao Quilombo, o neto real ouviu gritos dolorosos. Era um branco picado por uma cobra. Uesu, que conhecia métodos para salvar a vida do homem, ajudou-o. Mas a boa ação lhe custou a liberdade. Foi capturado por uma horda de brancos e vendido para um rico senhor. Nestes dias que o destino insiste em brincar com o viver de cada homem, Uesu viu seu caminho mudar novamente. Sob o Sol ardente... sobre o calor da lavoura, viu ao longe despontar seu dono e um jovem. Aquele rapaz lhe reviveu o passado: era a vida que havia salvo. Em sua simplicidade alegre de ver o homem com boa saúde, deu seus gritos saudando o rosto familiar. E este, lembrando do fato que preservou sua existência, acabou por comprar Uesu, seu salvador, e lhe deu o controle sobre a “negrada” que trabalhava em sua fazenda de São Félix.
Porém, nem tudo foi como ele esperava. Logo nos primeiros dias ele viu a maldade, pelos braços de Alaor, o capataz, levar seu filho. Apesar de livre, foi vendido. Essa perda foi o pior açoite que aquele negro levara em sua existência. E a vontade de reencontrar seu filho permitiu que ele continuasse vivendo até que no mês de Maio, por obra de uma divina princesa, o Brasil fosse libertado dos grilhões físicos. Uesu era livre... seu corpo estava libertado, já que sua alma nunca puderam escravizar. Com a liberdade em mãos ele decide partir a procura de seu filho. Na companhia de um francês, sobrinho de seu ex-dono, parte pelos estados rumo a São Paulo. Uesu acaba empregado em uma fazenda paulista e lá tendo o seu fim. Morre sem rever seu filho e o filho sem rever seu pai.
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
A vitória do amor:
O filho de Uesu, que a maldade levou, estava a trabalhar em uma fazenda em Campinas. Eis que se desenha o interior de São Paulo que brilha sob a luminosidade de um Sol Caipira. Solar que ilumina as tradições religiosas e culturais da região, que doira o sabor agridoce do “sangue” que corre no plantio da Cana.
Neste cenário, o jovem negro mantinha uma relação de carinho, afeto e fidelidade com uma jovem que “batizara” de Gangara, como sua avó. O seu nome: Aliara, o descendente da realeza Yorubá. Sob a Lua dos amantes eles se amavam loucamente e, sob a linha tênue que separa o amor do pecado, acabaram por gerar uma nova vida.
Por nove meses a noite e o dia se amaram e se sucederam. E, foi em Ribeirão Preto, na fazenda Santa Rita, local de extensa produção cafeeira e para onde foram transferidos, que o amor venceu os pesares de uma sociedade que traz o racismo no sangue. Nos braços da parteira Dedé, uma nova estrela brilhou na constelação da vida. Nascia mais um descendente da realeza africana, mais um elo para a corrente forte que é a fibra deste povo. Era a imagem perfeita de um presépio negro com um messias negro. A Lua que brilhava sobre a cidade de Ribeirão Preto vinha tecer em prata o longo caminho que o novo descendente real teria que percorrer: seu destino era o trono!
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
Rei por uma noite:
Ele vem bonachão, alegre e grandioso como seu físico impõe. Traz no rosto um sorriso gozador e ainda se vê uma criança em seu interior. Do alto de seus 80 anos ainda se vê um moleque brincalhão. É ele, o Rei da Alegria, o Rei do Carnaval: o Primeiro Rei Momo Negro da Cidade de São Paulo. Traz sua coroa, seu cetro, sua capa e na boca lindos sambas de enredo que compôs e que foram cantados por todo o Brasil. Ao mesmo passo, traz em seu coração, o reflexo de sua vida: um misto de alegrias e tristezas.
Grande Rei que saiu de Ribeirão Preto rumo à capital para realizar o sonho de ser goleiro do Corinthians. No entanto, indo pelos caminhos da boemia, freqüentandoa gafieira com seus malandros, o carnaval mascarado de São Paulo que fazia festas de confete e serpentina, descobre no mundo do samba o seu lugar. Através de mil amores que acarretaram andanças pelo Estado, acaba conhecendo pessoas como Zé Pretinho e Ataulfo Alves.
Eh, Rei Negro! A voz que entoou pelas rádios grandes sambas da música popular brasileira. Rei que viu seu filho se despedir para a ir combater o mal em outro continente e nunca mais retornou. Como dói essa ferida, né meu velho? Rei que viu sua neta ser levada pelos braços fortes e covardes da Ditadura: que mal tinha ela falar a verdade?
É Carlão, você ainda tem uma bisneta... e essa é teu xodó! Ela é quem cuida de ti... trocam preocupações... e é para ela que você deixará seu único legado: sua coroa de latão, seu cetro e sua capa, já que seu Castelo é um cortiço de papelão.
Dorme Rei por uma Noite... dorme o sono dos justos... dorme para reencontrar seus antepassados... dorme... e dormiu para nunca mais acordar.
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
A Guerra:
Que lugar, garoto! Isso não é local para ti... quanta atrocidade!! Apesar que você traz em seu interior o sangue guerreiro dos Yorubás. A luta de tribos lá na África não era tão sangrenta e cruel. Por que aceitou lutar uma guerra que não é tua? Uma guerra que uma Águia te ordenou guerrear? Uma guerra movida por interesses e intolerâncias...
Vai, Menino Benedito! Escreve para teu pai e fala da saudade... do horror... da vontade de ter sua amada entre os braços... tua filha!!!! Pode chorar garoto... guerreiros também choram... mas choram sangue! Choram pela honra ferida.
Acaba com esses obstáculos que colocaram em tua vida... arrisca o teu peito a própria morte! E vem descansar que já é noite.... dorme. Parte para os braços de seus ascendentes... vá descansar no céu. Aqui na terra te farão de ouro... bronze... te farão eterno... te farão venera!
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
A Voz:
Lá vem a massa de trabalhadores se paralisando, parando as máquinas para ouvirem palavras revolucionárias que contam “coisas de amor”; param para não deixarem “a banda da vida passar”. Melhores condições de trabalho: mais valor a quem mantém as indústrias funcionando!! E a massa, agora, vai “marchando”; à frente, uma mulher! Sim, uma mulher guiando trabalhadores truculentos!! Faz de suas palavras balas que ferem o sistema ditatorial. Por isso era conhecida como A VOZ.
Cuidado, menina! Teu avô falou tanto! Nesses tempos de chumbo certas coisas não se pode ferir. Lembre de sua filha!
Mas de nada adiantou, né Lázara? Você continuou brigando por aquilo que achava certo. Brigava por liberdade, igualdade, não só da raça negra mas pelos direitos naturais da “raça brasileira”.
Maldito o dia que derrubaram tua porta e te levaram para sempre... maldito seja a mão que te forçou ao silêncio... maldita seja a mordaça que calou essa VOZ!
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
A Oitava Geração:
A notícia é triste né, menina? O velho Carlão foi descansar... agora só está em ti a essência de uma realeza... de uma raça. Vai... vai cuidar para que o corpo de seu velho bisavô descanse. Vai, escove os dentes no tanque onde a água lavadeira que tira as manchas das roupas, não pode tirar as marcas da tristeza. Saia para a rua que hoje é tomada de violência e repressão... “ repressão, teu nome é ferocidade”. Contempla uma sociedade corrompida que ainda adormece e sonha, em seus últimos momentos, com hippies, punks e outros tantos “devaneios dourados”.
Segue no balanço do trem... lotado... onde a malícia e o pecado estão a espreitar. Segue vendo a cidade parada porque uma esperança morreu. Chega e vê a cena... vê o cortiço onde um Rei está morto e que te proíbem de alcançar. Eu sei que pensa que o negro só saiu da senzala para cair na favela... o tal racismo social... a Casa Grande virou prédios para ganhar votos.... fachadas. A chibata já não chaga o corpo... o bacalhau hoje é o esquecimento: um sentimento de apartheid que parece vir embutida na gênese humana... um mal sem cura. Guerra, guerreiros, escravos.... favelados. Essa é a trajetória da história do negro que tem na favela sua morada mas também sua resistência. É onde o samba fez escola e enfrentou o carnaval ariano das elites.
Sei que não entende como uma nação pode chorar a morte de um presidente, enquanto um Rei, um Rei que pregava alegria, morre esquecido em um cortiço. Ainda assim, não esqueça daquilo que passou de geração para geração na sua família: “ não vamos nos dispersar!”. Mesmo neste mundo ao avesso do avesso, você, como toda a raça negra, ainda sente correr nas suas veias um sangue real e ainda sente ecoar pelo ar, o som de tambores e atabaques.
Traz nas veias o destino... e no peito um só grito...
O Sol da Liberdade – A coroação de uma saga
Ao longe desponta o Astro-Rei. A arte negra, expressão de um povo, desperta para ver o Deus dos Deuses descer à Terra. Vem deitando pelo horizonte o luzir de um novo dia. Iaôs trazem oferendas ao Panteon de Orixás que hoje retornam ao mundo material para coroar todos os seus filhos. Cortejado pelas divindades africanas,Olorum traz nas mãos o Sol da Liberdade que será entregue à raça negra. É Um novo começo. Anjos doirados vem jogando sua magia pela Avenida dourando o chão. Traçam na passarela um tapete para conduzir suavemente as gerações a serem coroadas.
O Céu vem se desfolhando num azul surreal para um cortejo de beija-flores que vem anunciando a vitória da raça afro-brasileira. O direito de viver parece ter sido libertado pela mesma mão humana que a aprisionou. A vida parece mais viva! Viva a raça negra que já não entoa um soluçar de dor! Viva! Negro, a Vida!
A Sapucaí se torna um imenso terreiro. Ogans começam a firmar pontos. Orixás fazendo sua festa. Os Alabês fazendo tambores e atabaques soltarem seu canto. Oito tronos estão lá, completando a cena. As oito gerações vem representar a coroação da raça negra, base de sustentação da trindade racial, base do povo brasileiro, base da comunidade nilopolitana ( 80% da população de Nilópolis é Negra ).
Vamos coroar o povo que traz nas veias um destino: a luta sem fim para gozarem dos raios calorosos do Sol da Liberdade. Vamos coroar o povo que traz no peito um só grito: um grito de raça que ecoa pela Avenida... pelo Brasil... pela África... pelo mundo! Beija-flor!!!
“ Tá vendo, não está, mãe? Tua luta, a luta de tantos não foi em vão... o avô tá morrendo, a cabeça estralhaçada por uma granada, lá na Itália... dando a vida pela pátria, defendendo uma pátria que nem era a dele, mas o esforço comum de uma humanidade contra o desvario nazista... você sumindo numa madrugada escura... pra onde... pra onde, mãe? E tantos outros, os nossos antepassados, pó agora na névoa dos tempos... morrendo como Ajahi, fuzilado em Salvador, varado de mil tiros... nada, nada é em vão... como uma corrente... construindo uma nova pátria, de liberdade e justiça... quando... quando... estamos começando, mãe, isto é um continente de injustiças, misérias, analfabetismo e corrupção... estamos começando, mãe... a gente começa limpando os porões, abrindo as escotilhas, deixando o ar puro e o sol entrar... estamos apenas começando... para deixar uma limpa para os nossos filhos que virão, construindo um futuro de dignidade.” ( Elizângela falando em pensamento com a sua mãe morta pelos Generais )
Árvore Genealógica
(FOI PERDIDA - A IMAGEM ORIGINAL)
BIBLIOGRAFIA:
- O Sol Da Liberdade - Laporta Nicolelis, Giselda, 21 ª. Edição, Editora Tramas & Tramas.
- Alá De Todos Os Deuses - Alyson De Souza, Opus Brasiliensis
- Zumbi - Santos, Joel Rufino Dos, São Paulo, Moderna, 1985
- Návio Negreiro - Castro Alves
Http://Www.Geocities.Com/Soho/Cafe/3211/E-Books/O_Navio_Negreiro/O_Navio_Negreiro.Html
Sinopse
O Sol da Liberdade – A Saga de um Povo
Autor: Wellington Kirmeliene
Desenvolvimento: Marcelo Poloni
A Saga:
O vento sopra fazendo trepidar as árvores. O Sol traz um novo dia. Pelos campos a luz começa a mergulhar na terra. Por entre a Mata, ouvimos gritos alucinantes... gritos de dor, de ódio... gritos de uma raça. Pelo ar vem o cheiro de um jeito especial de ser... pelo vento que carrega a tudo, sinta um perfume diferente... uma magia diferente... uma essência divinal. Tão divinal que escolheu uma raça para se difundir. Um povo de um Rei que não aceita a derrota tribal e dá cabo da própria vida. Essência que deixa no regente , a herança dos Yorubás: a ânsia de liberdade.
Os negros cruzam mares no Tumbeiro ( o Navio Negreiro ) mas a sua mística energia vem girando pelo ar... brincando com a noite... seduzindo o dia... bulindo com o tempo. Uma força tão suprema que vence o crepúsculo das chibatas no oceano e atraca na Bahia de Todos os Deuses. Bahia da Senhora dos Prazeres... Bahia da luta pela liberdade. Terra baiana de Vinte e Cinco de Janeiro de 1835. Terra do grito que faz o sangue ferver por liberdade... terra do Levante dos Malês. Rincão brasileiro que vê sufocada a insurreição. Área nacional que vê adorarem a morte de um líder mas esquecerem do nascimento de uma lenda e saga. Solo tupiniquim aonde essa essência vai de encontro ao verde da mata... mata que esconde o Quilombo do Urubu... terra livre de raças livres! Chão brasiliense que vê, sob o dia a escorregar pelo horizonte, uma revoada de pássaros que cortejam uma nova vida. Vem ao mundo mais um com a magia africana, com sangue real!
Sangue que não venceu a dor dos açoites que o destino desfigurou. Sangue que traz a esperança de reencontrar o filho que a maldade levou... sangue que desencarna perdido em algum latifúndio desta terra de meu Deus!
A essência enfim vê um momento de vitória... e a Lua assiste a tudo. As estrelas testemunham o amor entre mais um descendente real e uma jovem Nagô. O Sol vê nascer no início de um novo século o fruto deste angélico pecado de amar. E lá vai mais uma propagação desta essência magistral que a África espalhou de forma brilhante em seus filhos. A noite vê o jovem ir em busca de seus sonhos... vê escolher o seu destino... vê se tornar rei! O dia também testemunha o avesso do avesso: um Rei que tem seu castelo em um cortiço e, seu único legado, uma coroa de latão, um cetro e uma capa. Rei que perdeu seu filho para a Guerra. Realeza que viu sua neta ir embora pelos Generais... Rei que só foi reconhecido pelo samba e por sua bisneta. Rei que dorme pobre na Terra, para acordar Rei digno no paraíso.
Sublime essência figurada numa cor sedutora. Tão sublime que se espalha onde o homem semeia a guerra. Essência que não morre nas lágrimas da saudade pela pátria mãe... essência que não desaparece com mais um filho que some num campo de carnificina.
Suprema é essa raça magnificamente negra! Raça que busca na força de uma mulher a sua VOZ, e nela, o instrumento de luta contra a desigualdade trabalhista. Raça de uma bandeira que guia a massa... raça que foi arrastada pela linha dura dos generais... VOZ que se calou em vida mas que segue ativa na voz de um povo.
Grande povo que traz nos olhos um brilho singular... um brilho de raiva, por ainda estar preso nas senzalas atuais, as favelas; um brilho de tristeza por ter que enfrentar um mundo atual corrompido pela violência. Porém, também traz no olhar um brilho de esperança.
Grandiosa raça negra! Grandiosa força de viver! Magna essência que faz com que corra nas veias deste povo um destino. Viva os negros que hoje são coroados em um chão coberto de ouro! Viva os negros que, ao som de atabaques, contemplam a sagração de seus deuses que visitam a Terra! Viva os negros que escutam soar no coração e na alma o canto seco do tambor! Viva os negros e seus pontos firmados pelos ogans!
Vai, te arrepia! Também trazes em teu interior o cantar forte dos atabaques... corre no teu sangue, povo brasileiro! Viva os negros que trazem nesse dia de festa, um só grito no peito... um só grito de guerra: BEIJA-FLOR!
Proposta para desenvolvimento artístico ( MONTAGEM )
O Sol da Liberdade – A Saga de um Povo
Autor: Wellington Kirmeliene
Desenvolvimento: Marcelo Poloni
Guerra,
guerreiros, escravos. Este primeiro setor vem mostrar como com a Guerra
entre tribos africanas, guerreiros, quando vencidos, se tornam escravos
dos vencedores. Muitos desses escravos de guerra acabam sendo vendidos
aos Portugueses que os trazem ao Brasil.
Namonim, o chefe Yorubá, para não ter sua vida regida por outro homem, dá cabo da própria vida. Seu filho e acompanhante Ajahi acaba
sendo vendido como escravo. A partir daí se mostra a travessia do
Atlântico onde muitos negros não cruzavam apenas o Oceano físico, mas o Oceno Maligno da Imaginação e das Alucinações.
Comissão de Frente:
Dança da Guerra Tribal
O Primeiro Sol da Liberdade jaz no Continente Africano
O intuito da comissão de frente é representar a batalha entre as tribos africanas e a luta do Rei Yorubá Namonim pelo seu povo, ao lado de seu filho Ajahi. Representação de guerreiros em coreografia de luta, dança, vitória e derrota.
1o. Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Oborobô, o Delírio das Serpentes Marinhas.
Ala 1: Guardiões do Casal : Seres marinhos, peixes e corais.
Alegoria 1 (Abre-Alas):
O Tumbeiro de um Povo
Delírios e Martírios na travessia do Sol da Liberdade rumo ao Brasil
O Abre-alas vem representando o Tumbeiro, Navio Negreiro, onde será mostrado um barco típico com suas laterais abertas mostrando os porões onde os negros eram confinados na travessia do Atlântico. No interior do barco negros farão uma representação teatral dos martírios, do sofrimento e dos delírios nesta travessia. Dos delírios faz-se os elementos secundários como a base do carro, e do barco, sendo sustentada pelo Oborobô, uma cobra engolindo sua própria cauda, giratória.
SETOR II
Ala 2 :: monstros marinhos, delírios e saudades
Ala 3 :: visões tropicais do novo continente
Ala 4 :: Bahia, porto seguro, um recomeço
Ala 5 :: Baianas, água de cheiro e axé dos orixás
Ala 6 :: Os Malês e o Islamismo, busca por um ideal de liberdade
Alegoria 2:
Ajahi e o Jihãd dos Iorubas em Salvador
Um Sol que padece pelas ladeiras da Bahia de todos os povos.
Neste carro alegórico viria a representação das Ladeiras de Salvador onde se travou a batalha pela liberdade de um povo. Nas ladeiras e em todo o carro alegórico escorreria o sangue dourado do segundo Sol que lutou bravamente como seu pai. Esculturas de cabeças decepadas com expressões serenas representam a conquista, na entrega do corpo na batalha, de um ideal, de um sonho de liberdade para suas almas.
SETOR III
Esse segmento vem mostrar a história de vida de Uesu,
o descendente real que nasce livre, vive parte de sua existência na
escravidão e morre livre. Além disso, mostra a estrutura do Quilombo do
Urubu onde Uesu nasceu, cresceu e foi líder. Quilombo que aceitou brancos, índios, negros e abraçou todas as religiões através da tolerância.
Ala 7 :: Sol manchado de sangue, a batalha e o nascimento de uma nova geração
Ala 8 :: Segunda Comissão de Frente :: O Nascimento do Segundo Sol :: Gangara dá luz ao novo herdeiro – ala com teatro mostrando o nascimento de Uesu.
Ala 9 :: Revoada de Pássaros – um quilombo de harmonia e paz
Ala 10 :: Rei Negro de Todos os Povos – Uesu se faz líder do Quilombo
Ala 11 :: Negra Índia, Índio Negro – uma harmonia entre as raças no quilombo
Ala 12 :: Açoite do destino – Chibata de Cobra, ferida de Separação
Alegoria 3:
Gangara e Uesu no Quilombo do Urubu
Brilha um Sol no jardim do Éden Negro em sua procura sem fim.
Representação de um Quilombo típico onde nasce e vive Uesu, filho de Ajahi e Gangara. Elementos brancos e índios também estarão presentes no carro, representando o convívio harmônico entre as raças onde não existe o preconceito. Um lugar ideal, um jardim do éden, que também apresenta a cobra e seu veneno, levando Uesu a seu destino: ser capturado, escravizado, ter seu filho vendido como escravo e sua busca sem fim pelo interior de São Paulo.
A vida do filho perdido de Uesu.
Este recorte do enredo mostra um retrato do interior paulista que é o
pano de fundo para a vitória do amor negro. O amor entre a jovem Gangara e
o corajoso Aliara que acaba se frutificando. Através de folguedos
típicos do interior se monta um verdadeiro presépio negro que vem
ressaltar a importância do nascimento deste novo rebento da realeza Yorubá.
Ala 13 – Sol Ardente, Sol Caboclo, Sol Caipira, que nasce no interior paulista
Ala 14 – Caminhos paulistas – Cana de Açúcar e Animais do Presépio Negro.
Ala 15 – Festa de Reis para um herdeiro Negro – Ala coreografada com as tradicionais folias de Reis.
Ala 16 – Tradições Cristãs – um presépio negro para um membro real de sangue afro.
Ala 17 – Reflexos do luar de Prata num Ribeirão Preto.
Ala 18 – Bateria : O Sol da Meia-Noite. Rainha da Bateria: Estrela-Guia. Princesas: brilho e reflexo das estrelas
Alegoria 4:
Aliara e a Lua dos Amantes
O Sol perdido no interior de São Paulo
Apresentação de uma fazenda de café com suas características típicas, contudo envolta em um manto de amor e carinho entre o descendente da realeza Yorubá, Aliara, e sua amada. Do amor do casal nasce o Sol da folia e da alegria como numa representação do nascimento de Cristo onde os animais da fazenda assistem a esse nascimento.
Carnaval.
Este setor inicia-se destacando a relação entre esta enorme
manifestação cultural e os caminhos da raça negra, representada pelo
filho de Aliara e Gangara. Seduzido pela magia carnavalesca, o descendente Yorubá se
torna o Primeiro Rei Momo Negro de São Paulo. Aqui se retrata como a
raça negra, que era realeza na África e que aqui virou escrava, retorna
ao trono através do Carnaval.
Ala 19 : Belle Époc Paulistana: Festa de confete e Serpentina
Ala 20 : Ball Masque – o baile da sedução
Ala 21 : Na folia, Rei Momo por um Dia.
Ala 22 : Pierrot Afro – sonhos apaixonados uma noite de carnaval
Ala 23 : Arlequins Negros - malandragem do samba paulista
Ala 24 : Baianinhas: Mulata Colombina, sedução da raça
Alegoria 5:
O Momo Negro na corte da Folia
O Sol é da Folia: Carlão que traz na liberdade o gingado do samba.
Este carro alegórico traz a figura do primeiro Rei Momo Negro do Carnaval de São Paulo em meio a um baile, a uma festa de carnaval, onde se encontram pierrots, colombinas e arlequins negros envoltos na magia do carnaval. Representações de época do início do século e da vida na grande capital paulista também fazem parte do carro mostrando uma nova fase e um novo brilho para o Sol. O Brilho da Folia de Momo.
Este setor retrata dois fatos que mancham a história da humanidade e do Brasil. Trata-se da Segunda Guerra Mundial e da Ditaduta Militar.
Na Guerra que engoliu a Europa, o jovem Benedito, filho do Rei do
Carnaval, acaba morrendo na Itália se tornando apenas mais uma medalha
de honra ao mérito. Nunca mais teria sua amada entre os braços e nem sua
filha, Lázara.
Ainda neste segmento, deflagra-se o destino da bela Lázara que
era conhecida como A VOZ por ser uma líder de trabalhadores na fábrica
em que trabalhava. Porém, aqueles tempos eram tempos de tropicália, de
estudantes e de chumbo. A VOZ é calada como tantas outras que se foram
durante o regime militar.
Ala 25 : Despedida ao Bravo herói pracinha, orgulho do sol da folia
Ala 26 : Guerra: Eclipse de Intolerância e Preconceito.
Ala 27 : Benedito - O Sol poente no horizonte Europeu
Ala 28 : Lazara - O Sol nascente do Tropicalismo Negro
Ala 29 : Militância Paz e Amor
Ala 30 : Liberdade e Igualdade ideais de todas as Raças.
Alegoria 6:
Em busca do Sol da Paz e da Liberdade
Benedito e Lazara – os sóis calados pela barbárie da humanidade: Guerra e Ditadura
Carro alegórico dividido em duas partes onde na frente situa-se o monumento à segunda guerra mundial onde padeceu Benedito, filho do sol da Folia. Na sua parte traseira fica a escultura de uma negra amordaçada representando a tortura de Lazara pela Ditadura militar.
Tempos
Modernos. A raça negra, simbolizada por Elizangela, neste setor, mostra
que livre dos grilhões e da senzala está presa no esquecimento da
favela. O estalo da chibata já não é físico mas sim psicológico: é o
preconceito.
Ainda
neste segmento, se deflagra a morte do Rei do Carnaval e ao mesmo tempo
a morte de Tancredo Neves. O primeiro evento nem é notado pelo povo
brasileiro. Já o segundo é alvo de cortejos e lamentações. Enfim,
termina-se com a reflexão de como o Brasil, um caldeirão racial que se
sustenta na essência negra, não liga para um descendente real Yorubá que faleceu esquecido em um cortiço.
Ala 31 : Negro Hippie nos tempos da Brilhantina
Ala 32 : Negro gato em teto de zinco quente
Ala 33 : Engrenagens da Vida – representa o trabalho na grande cidade
Ala 34 : Pelas vias da cidade eu vou – o transito, a vida pulsante sob o sol de cada dia
Ala 35 : Casa grande e Senzala, a Favela nossa de cada dia
Ala 36 : Nos trilhos da sociedade – por onde eu vou, no balanço do samba
Alegoria 7:
O Sol da Sociedade
Elizangela – O último Sol viaja no balanço do trem, ao som do samba, voltando para a Favela.
Este carro alegórico traz para a avenida o destino da maioria dos negros que chegaram ao Brasil como escravos: A favela, pois libertos da escravidão ficaram presos na miséria do dia-a-dia. Um trem típico de subúrbio, lotado, vem a frente dessa favela, que apesar de triste tem em seu coração a semente da alegria: O Samba.
SETOR VIII
Misticismo e cultura. Esses dois elementos se juntam neste derradeiro setor para a coroação da saga da raça negra simbolizada pelas as oito gerações da realeza negra citada na obra. Pelas mãos de Olorum,
o deus supremo, o Sol da Liberdade é entregue ao Povo Afro-Brasileiro.
Enfim o destino se cumpre e a roda dos destinos dá sua última volta na
ficção pois, na realidade, ela gira cada vez mais rapidamente.
Ala 37 : Arte Negra – expressão da raça, da vida
Ala 38 : Oferendas aos Orixás
Ala 39 : Dança das Iaôs – um canto de Fé ( Passistas )
Ala 40 : Casais de Mestre-Sala e Porta Bandeira representando um cortejo de orixás saúdam Olorum Dourado, o Sol da Eternidade
Ala 41 : Crianças 1: Brasil mestiço por natureza – A essência afro-brasileiro.
Ala 42 : Crianças 2: Anjos da Paz - O Sol dourado brilha eternamente para coroar uma Saga
Alegoria 8:
Festa da Coroação
O Sol da Liberdade brilha na coroação das 8 gerações de uma saga: A Saga do povo Brasileiro.
Um majestoso Sol Coroado contempla a realeza afro-brasileira numa festa mística, mágica e cheia de energia positiva. Atabaques, tambores, pandeiros e Orixás completam a cena. Oito tronos para representar a coroação de um povo, de uma raça. Muito mais que uma saga de uma família, temos a saga do povo brasileiro, seja ele negro, branco, índio, mulato, ou mestiço. Todos na verdade somos uma só unidade: Brasil – este é o verdadeiro Sol que teima em não brilhar.
Velha Guarda : Anfitriões da festa popular brasileira, berço eterno da realeza nacional
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