Associação Cultural e Social Escola de Samba
Acadêmicos do Ouro Branco
Cores: Azul e Branco
Símbolo: Cavalo alado
Enredo:
Um conto de amor no coração da mata misteriosa.
Autor: Fábio Cardomingo
Introdução
Queridos Leitores e senhores jurados é com grande prazer que
apresento um enredo fascinante que irá nos levar a viajar na imaginação, embarque
nesta estória de encantos, mistérios e magias em pleno coração da mata, onde
temos como personagens principais a Sereia Uiara e o guerreiro Anhanga, uma estória
de amor quase impossível de acontecer, eu disse quase, porque dentro das regras
da mata nada é impossível.
As
lendas e os mitos dos seres da mata tiveram um cunho impressionante na
imaginação dada aos historiadores, tais estórias passadas de “boca em boca” por
gerações em gerações, mas sem perder seu encanto, fazendo nossa mente viajar as
mais delirantes estórias que só acontece em nosso Brasil,” quem conta um conto
aumenta um ponto” nossas lendas sempre tem uma nova versão e essa estória toma
um sentido especial interpretada em nosso desfile.
Sinopse
O nosso enredo começa com a lenda sobre o olhar do Pajé na mata, entre
mistérios, belezas e magias, o grande pajé narra que a bela sereia Uiara é
expulsa das águas cristalinas do rio, pela sua eterna rival Boiuna a sereia
feiticeira que se apossa de seu reino e seus pertences.
Uiara a
sereia encantada sem escolha vai morar no fundo do mar, é lá que ela constrói o
seu castelo encantado de areia, e cria uma nova família, entre estrelas do mar,
golfinhos, cavalos marinhos, peixes, tartarugas, polvos, ostras, arraias,
moreias, águas vivas, baleias, tubarões, caranguejos e até os corais, Uiara
consegue reconstruir sua vida.
Anos se passam e certo dia o senhor Tubarão o
fiel soldado de seu reino, lhe questiona o porquê Uiara nunca perdera aquele
olhar triste, Uiara então revela ao soldado Tubarão que tinha deixado para trás
nas matas misteriosas o grande amor de sua vida, o índio guerreiro Anhangá,
como ela era uma sereia e ele um índio, esse amor entre os dois nunca foi
possível.
Em uma bela noite estrelada no céu em um de
seus sonhos em seu castelo, Uiara se recorda da mata misteriosa onde vive seu
amor Anhangá e de todos os encantos e fascínios que lá existem.
No amanhecer de um novo dia o Uirapuru com seu
canto e acordes encantados acorda todos os seres da mata em sua imensidão, é lá
que mora o Curupira o guardião da mata, ele protege seu território contra
humanos que insistem em desmatar a floresta e raptar os animais para vendê-los,
o Curupira possui varias formas para inibir seus inimigos, mas na maioria das
vezes se apresenta na figura de um menino de cabelos de fogo, peludo e com a
particularidade de ter os pés virados para trás, é conhecido pelo demais
habitante como o senhor das arvores.
Aprontando as suas travessuras está o Saci, um
moleque negro, baixinho, com cachimbo na boca e de uma perna só, esconde todos
os pertences das tribos que moram na mata, somente para o seu divertimento, seu
cachimbo tem o poder de curar os curumins adoentados das tribos, conhecido
entre os índios como o duende da mata.
Nas margens do rio mora o boto cor de rosa,
que continua a desvirtuar e engravidar índias virgens que lá se banham em noite
de lua cheia, na mata todos os seres falam e cantam, entre eles citamos também
o Matintaperera o mensageiro da mata o pássaro alado, a mula sem cabeça que na
madrugada corre pelos quatros cantos, o Boitatá a cobra de fogo, o Lobisomem, o
corpo-seco que é uma espécie de espirito ruim que assombram as estradas em volta
da mata, Mãe de Ouro a guardiã dos ouros e diamantes escondidos na mata.
O Pajé vai até as profundezas de o mar contar para
a linda sereia Uiara, que Boiuna sua eterna rival, além de roubar o seu reino
das águas e não satisfeita pelo amor puro entre Uiara e Anhangá, como forma de
vingança enfeitiça o Anhangá seu eterno amor num sono profundo e somente
Jurupari a índia guerreira da tribo tem o poder de o livrá-lo do feitiço de
Boiuna.
Sendo
assim Uiara volta com o Pajé pra mata para ajudar seu grande amor contra o
feitiço de Boiuna, num ritual em pleno coração da mata Jurupari invoca Tupã o
Deus do sol, com ajuda da fada mandioca, as encantadas espíritos de luz da
mata, Biguá, Catxerê e a fada mãe Cueci, para salvar Anhangá do feitiço de Boiuna,
com a magia do amor que se espalha pelos quatro cantos da mata e desperta todos
os seres em pleno amanhecer, Anhangá acorda do feitiço e Boiuna vira estátua de
pedra que se desfaz com as luzes solares que atinge a mata.
E assim
Jurupari através das bênçãos de Deus Tupã se torna a guardiã da mata,
protegendo todos os seres e bichos que ali vivem.
Como forma
de devoção e a pureza do amor entre Uiara e Anhanga, Deus Tupã concede a magia
da bela sereia se transformar em índia, para que assim possa viver ao lado de
seu grande amor em plena mata.
Todos esses relatos fantásticos colocados
nesse enredo tem o intuito de mostrar que podemos nos utilizar de todos esses
contos como um veiculo dessa viagem que nos ajudará a reencontrar a vibração da
espontaneidade, da pureza, da sinceridade que vem do coração e que permite nos
reconciliarmos com a música da natureza. Uma natureza não só vista como um
conjunto que nos rodeia, mas sim como uma corrente de energia da qual também
fazemos parte.
Escola de Samba Acadêmicos do Ouro Branco
Desenvolvimento do Enredo
Primeiro Setor: representa todos os mistérios
e encantos do fundo do mar, narrada pelo Pajé.
Comissão de Frente: “O grande
Pajé"
Explicação: Com um grande ritual de pajelança na
avenida evocando as forças de Deus Tupã abriremos nossos trabalhos, é 15
bailarinos com uma vestimenta luxuosa e imponente, o costeiro grande que na
parte de traz tem a cabeça de uma onça pintada rodeada de faisões alaranjados
com as pontas pretas, a roupa imita a pele de uma cobra, o cocar em forma de
cabeça de cobra, lentes de contato amarela, e na mão direita cada componente
irá carregar um cajado que na ponta tem a cabeça de uma caveira, o cajado
soltará fogos de artifícios na avenida.
1° ala: Rio de águas cristalinas: representa a primeira morada
de Uiara
1° Casal de mestre sala e Porta
bandeira: A
estrela do mar e o Cavalo Marinho: representa os membros da nova família de
Uiara no fundo do mar, e como nesta estória nada é impossível, um romance entre
esses dois personagens queridos por Uiara.
2° Ala: Tartarugas Marinhas
Carro Abre Alas: O Reino encantado de
Uiara no fundo do mar.
Explicação:
O nosso abre alas tem na
parte da frente um grande polvo colorido em movimento nas duas pontas do carro
tubarões representando os soldados de Uiara, na parte central uma grande
escultura da sereia Uiara toda em movimento que em suas mãos carrega uma ostra que
quando se abre apresenta o nome da escola, a saia e toda a lateral do carro
imitam ondas do mar onde terá muitos peixes, golfinhos, moreias e corais, a
segunda parte do carro já que ele é acoplado representa o castelo de Uiara no
fundo do mar, este castelo vem todo em tons furta-cor e soltará bolinhas de
sabão na avenida.
3° Ala: Água Viva
4° Ala: Caranguejos
5° Índio Guerreiro Anhanga (Bateria)
6° Ala: Sereias (Passistas)
7° Ala: Pássaro Uirapuru
8° Ala: Sequestradores de animais silvestres
Segundo
Setor: Representam a ambição do homem em devastar as matas e sequestrar os
animais para vendê-los e também alguns dos personagens que representam o poder
da mata.
2° Carro: Na imensidão das matas a
proteção contra a devastação.
Explicação: Este carro na parte de baixo é todo em
tons de verde cítrico com muitas arvores mato, flores, pássaros, tamanduá,
jacaré e cobras, na parte da frente do carro têm três fogueiras artificiais
imitando a queimada da mata, dentro do carro muitos refletores laranja pra dar
mais efeito da queimada, na parte de traz uma grande escultura do Curupira toda
em amarelo com os cabelos vermelho e alaranjado imitando fogo com ventilador e
tecido, o carro soltará fumaça.
9° Ala: Saci
10° Ala: Curumins (Crianças)
11° Ala: Boto cor de Rosa
12° Ala: Matintaperera
13° Ala: Mula sem cabeça
14° Ala: Lobisomem
Terceiro Setor: representa o feitiço
de Boiuna contra Uiara para roubar
Seu reino e enfeitiçar o grande amor
de sua rival, Neste setor têm também os seres encantados abrindo caminhos para
Jurupari.
3° Carro: Feitiço de Boiuna.
Explicação: O carro vem todo em tons de violeta e
preto que na parte da frente terá a escultura de Anhanga em pedra,
representando o feitiço que Boiuna jogou no grande amor de Uiara, as laterais
do carro muitas cabeças de caveira e piranhas, na parte de traz uma grande
escultura de Boiuna que de suas mãos soltará fumaça em cor violeta, representando
seus feitiços.
15° Ala: Fada Mandioca
16° Ala: As Encantadas
17° Ala: Biguá
18° Ala: Catxerê
19° Ala: Cueci a fada mãe (Baianas)
Quarto Setor: representa a escolha de
Deus Tupã pela índia guerreira Jurupari para vencer a feiticeira Boiuna, além
dos seres que trazem a mensagem de paz e festa para a mata.
4° Carro: Sob as bênçãos de Tupã,
Jurupari a guardiã das matas.
Explicação: Este carro tem duas esculturas, na
parte de traz Deus tupã todo em dourado que em suas mãos segura um cocar, na
parte central na frente da escultura de Tupã, Jurupari sendo coroada por ele,
em suas mãos ela segura arco e flecha, o carro será rodeado por muitas
margaridas, trevo de quatro folhas e cogumelos.
20° Ala: Vitória regia
21° Ala: Onça pintada
22° Ala: Arara Azul
2° Casal de mestre sala e porta bandeira: Borboletas Encantadas
23° Ala: Tribo da mata
Quinto Setor: Este setor é uma grande
confraternização de todos os seres da mata contra o feitiço de Boiuna, um final
feliz para o amor de Uiara e Anhangá que sob as bênçãos de Deus Tupã que tornou
possível esta estória entre o amor de uma sereia e um índio.
5° Carro: A mata está em festa, ouça o
canto que vem de lá.
Explicação: Um carro bem colorido que na parte da
frente terá garças, tuiuiú, gavião preto, na parte central uma oca com um
ritual de índios na frente, as laterais terá veados, capivaras, lobo-guará e
macacos, na parte de traz duas grandes esculturas de Uiara transformada em
índia e de Anhanga se beijando e abraçados, atrás das esculturas um grande
coração em lede que soltará fogos de artifícios coroando este grande amor, o
carro também terá sons dos animais e o canto da tribo.
24° Velha Guarda
25° Compositores
26° Amigos do presidente
Observações sobre o enredo e o
desenvolvimento
- Este enredo foi criado para um
desfile do grupo especial de São Paulo, portanto é cinco alegorias a quantidade
máxima.
- São 23 alas contando toda a proposta
do enredo, sendo que as três ultima não influenciam no desenvolvimento do
enredo.
- Em São Paulo é comum à bateria vir
no primeiro setor.
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