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sábado, 11 de outubro de 2014

Enredo 02 - TODA ÁFRICA QUE HÁ NO BRASIL

TÍTULO: TODA ÁFRICA QUE HÁ NO BRASIL

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Introdução:
A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior parte, trazida pela escravidão africana na época do tráfico transatlântico de escravos. O Brasil tem a maior população de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente exerce grande influência no Brasil. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares. Seja na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste ou Sul, a cultura africana está presente. Existe África em todo canto do país, dentro de cada cidadão, então, por isso, todos nós devemos festejar toda África que tem no Brasil!

Sinopse:
A influência da cultura africana no Brasil começou com a escravidão africana, na época do tráfico transatlântico de escravos no século XVI até meados do século XIX. No início do século XIX, as manifestações, rituais e costumes africanos eram proibidos, pois não faziam parte do universo cultural europeu e não representavam sua prosperidade. Eram vistas, então, como retrato de uma cultura atrasada.
Mas, a partir do século XX, começaram a ser aceitos e celebrados como expressões artísticas genuinamente nacionais, inclusive sendo aceitas e admiradas pelas elites brasileiras.
 A cultura musical africana foi das primeiras expressões a serem aceitas pela sociedade. E com grande destaque, que talvez até os dias atuais, a cultura africana mais presente em nosso país é o samba, cartão-postal musical da nossa nação. Não somente o samba, mas os tambores da África trouxeram outros estilos de canto e dança, como o Maracatu, Congada, Cavalhada e Moçambique. Muitos instrumentos que são usados aqui no Brasil vêm da cultura africana: tambor, agogô, cuíca, ganzá, reco-reco e tantos outros instrumentos famosos e muito tocados no Brasil são usados em musicas e rituais de origem africana.
A Capoeira, que utiliza do berimbau, é outra cultura também bastante presente em nosso país. Pode ser considerada uma dança, arte marcial e esporte. Inicialmente desenvolvida para ser uma defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos por escravos que eram capturados e voltavam aos engenhos. Os movimentos de luta foram adaptados às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo assim que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes. Por muito tempo proibida no Brasil, apenas em 1930 a prática da capoeira foi liberada.
Os negros que eram trazidos da África como escravos geralmente eram batizados e obrigados a seguir ao catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta (assim como a capoeira) ou o sincretismo com o catolicismo para conseguir mais aceitação da população e para parar de ser demonizada. Eles ligavam as irmandades e entidades das religiões africanas a imagens (santos) da religião católica. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto; no culto preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (Ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas (como a Trezena de Santo Antônio) e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim, onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia, são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé), o que também aproximou as religiões africanas do catolicismo. Algumas divindades religiosas africanas ligadas às forças da natureza ou a fatos do dia a dia foram aproximadas a personagens do catolicismo. Por exemplo, Iemanjá, que para alguns grupos étnicos africanos é a deusa das águas, no Brasil foi representada por Nossa Senhora. Xangô, o senhor dos raios e tempestades, foi representado por São Jerônimo.
Podemos citar nas religiões africanas mais famosas e praticadas no Brasil, atualmente, o Candomblé - a mais tradicional e africana dessas religiões - se originou no Nordeste, mais precisamente na Bahia, e tem sido sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras em geral. Com raízes africanas, a Umbanda também se popularizou entre os brasileiros. Agrupando práticas de vários credos, entre eles o catolicismo, a Umbanda originou-se no Rio de Janeiro, no início do século XX.
Já quando se fala na culinária brasileira, uma das primeiras coisas que se vêm à cabeça é a feijoada, mais famoso prato brasileiro com origem africana. Os senhores de engenho ofereciam os restos dos porcos aos seus escravos, enquanto as partes mais nobres ficavam com os senhores. Nascia, então, a feijoada. Tão popular nacionalmente, que as escolas de samba do Brasil fazem mensalmente uma grande feijoada, sempre lotadas de gente.
Mas não só a feijoada pode ser citada como comida de origens africanas, como também devemos listar vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco, angu, fubá, quiabo.
Por sinal, tais vocábulos da nossa língua – assim como moleque, caçula, cachaça, dengoso, quitute, berimbau e maracatu - têm origem africana ou referem-se a alguma prática desenvolvida pelos africanos escravizados que vieram para o Brasil durante o período colonial e imperial.
 A cultura africana está muito presente em nosso país, seja ela por religião, música, festa, comida, vocabulário, dança, etc. É inaceitável que muitas vezes nossas origens sejam desrespeitadas e negadas. Cada um tem uma África dentro de si, tanto por cultura quanto por genoma. O Brasil também é africano. VIVA TODA ÁFRICA QUE TEM NO BRASIL!

Desenvolvimento:

1º Setor: O Brasil deve um perdão a quem sangrou pela história
Com o tráfico de negros vindo como escravos da África, a cultura do continente foi chegando ao Brasil.
Comissão de frente: A negritude chegando
Negros saindo de um tripé representando uma senzala, jogando capoeira e fazendo rituais de louvação a orixás, que estarão representados por fantasias de diferentes cores.
Mestre sala e Porta bandeira: Chica da Silva e João Fernandes
Filha de escrava africana, Chica adquiriu papel de destaque na sociedade, apesar de todas as dificuldades. Ao lado de seu companheiro e contador de diamantes João Fernandes, com quem teve treze filhos.
Ala 01 - Sou negro e venci tantas correntes
A ala representa os negros chegando ao Brasil como escravos, com tanto sofrimento. Negros estarão acorrentados uns aos outros sendo comandados por senhores de engenho.
Alegoria 01 – Navio Negreiro
A alegoria representa os navios negreiros que traziam os negros da África para o Brasil e assim a chegada da cultura negra ao nosso país.

2º Setor: E no batuque a musicalidade negra chega ao Brasil
Entre os povos africanos trazidos ao Brasil, a dança e a música sempre tiveram uma função social e religiosa. No período da escravatura, a população negra tinha restrita liberdade e, muitas vezes, só podia recorrer ao canto e à dança para manter viva sua cultura – e o fizeram com muito sucesso.
Ala 02 – Bateria
Essa ala representará uma bateria de escola de samba, com instrumentos representativos. A bateria de escola de samba é a mostra de uma das maiores influências africanas na musicalidade brasileira. Assim como o samba, a grande maioria dos instrumentos vem da África.
Ala 03 – Berimbau
Trazido pelos angolanos ao Brasil, o instrumento é usado até hoje, principalmente na capoeira. Ele comanda o ritmo e o estilo de jogo conforme ele é tocado.
Ala 04 - Tambor
No Brasil existem diversos tipos de tambores, são usados para produção de música para rituais e festas.
Ala 05- Agogô
O agogô é o instrumento mais antigo do samba, está presente na religião que pertence a Ogum e também na capoeira.
Ala 06 – Samba (ala dos compositores)
O samba é o cartão-postal musical do Brasil, antes, proibido de ser praticado, hoje é o ritmo mais famoso de nosso país. As escolas de samba, que todo ano trazem milhares de turistas, são famosas no mundo inteiro.
Alegoria 02 – A música negra domina o Brasil
A alegoria representará a cultura musical negra no Brasil em geral, com esculturas de instrumentos e no fim da alegoria o grande e famoso arco da Marquês de Sapucaí.

3º Setor - Os costumes africanos que dominaram o Brasil
Diversos costumes africanos permanecem em nossa cultura até hoje, seja em nossa língua, onde diversas palavras têm influência africana, quanto a capoeira que atualmente é praticada em todos os cantos do nosso país também é uma das culturas africanas permanentes, e até na maneira de nos vestimos e no estilo do cabelo.
Ala 07 - "Black power"
Penteado Afro, mais conhecido como cabelo Black Power, foi muito popular entre os negros nos anos 60 e 70 e possui adeptos até hoje.
Ala 08 – Nagô
Tranças trazidas pelo povo Nagô, também bastante utilizadas.
Ala 09 – Moleque
Moleque, gíria tão usada no Brasil com sinônimo para “menino”, é de origem africana.
Ala 10 – Batas
Roupas típicas africanas que são muito usadas pelas mulheres.
Ala 11 – Baianas
Roupas que são tradicionalmente usadas por mães de santo serão representadas nessa ala.
Alegoria 03 – Vestimenta negra
Carro com esculturas de negros com cabelos e roupas africanas.


4º setor – A fé remove montanhas e sobrevive
As religiões africanas em seu inicio eram proibidas de serem executadas, assim pra tentar maior aceitação, ligaram entidades de suas religiões a imagens de santos da igreja católica, e atualmente as religiões africanas são muito praticadas por todo país. 
Ala 12 - Ala das baianas – Mães de santo, mães do samba
A ala das baianas estará vestida de mães de santo.
Elemento alegórico 01 (tripé) – Sincretismo
O elemento alegórico é uma representação de uma igreja católica, com orixás em frente à igreja pra representar o sincretismo entre as religiões africanas e o catolicismo.
Ala 13 - Candomblé
Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixásvoduns ou nkisis. Mesmo sendo praticada por todo mundo, no Brasil é o lugar onde se é mais praticado.
Ala 14 - Umbanda
Umbanda é uma religião heterodoxa brasileira, cuja evolução do polissincretismo religioso existente no Brasil foi resultado de motivações diversas, inclusive de ordem social, que originaram um culto à feição e moda do país.
Ala 15 - Macumba
Macumba é uma designação genérica dada a vários cultos sincréticos praticados comumente no Brasil e fortemente influenciados por religiões como o catolicismoespiritismoocultismocandomblé, e cultos ameríndios.
Alegoria 04 – AXÉ!
A alegoria terá amarradas fitas de Senhor do Bonfim, e com esculturas de orixás como Oxalá, Omolu, Iemanjá, Oxum, Nanã, Buruquê, Oxóssi, Xangô, Ogum e Iansã.

5º setor: Das senzalas às quadras de escola de samba e cozinhas de todo o Brasil
Em nossa culinária também tem muito da cultura africana, várias culturas típicas brasileiras tem origem africana, como o famoso acarajé do nordeste, cocada e a mais famosa de todas que é a feijoada, famosa em todo o mundo e que faz parte da história do samba, com todos os meses as escolas de samba organizando uma feijoada que reúnem multidões.
Ala 16 – Acarajé
O acarajé atualmente é muito consumido no nordeste e muito famoso pelo mundo inteiro, ele é uma das comidas africanas que permaneceram em nosso dia-a-dia.
Ala 17 - Cocada
Cocada é um doce tradicional de Angola e típico no Brasil feito à base de coco.
Ala 18 (bateria) – O coração que dita o ritmo da festa
As baterias que são responsáveis por animar as feijoadas das escolas de samba.
Ala 19 – Feijoada
A ala vem segurando bandeiras da agremiação, e fazendo uma roda de samba, representando as grandes feijoadas das agremiações.
Alegoria 05 - O paladar africano
A alegoria tem a escultura de uma senhora negra mexendo o feijão em uma panela, e em volta vários instrumentos de bateria, pra representar a ligação entre o samba e a feijoada, duas culturas típicas africanas.

6º setor – O Brasil africano
O setor final será um “resumo” do enredo, mostrando tudo que a África nos deixou como cultura.
Ala 20 – Capoeira
A capoeira é uma dança, jogo ou luta, seja como você preferir chamar, uma das culturas mais fortes que os africanos nos deixaram. Nesse setor vamos demonstrar os escravos usando golpes contra os senhores de engenho que tentavam feri-los.
Ala 21 – Fé
A ala virá com fantasias de diferentes cores representando diferentes orixás.
Ala 22 – Moda africana
Vem mostrando todos os estilos de cabelo, roupa e acessórios.
Ala 23 – O principal legado (passistas)
O principal legado deixado pelos africanos, o samba, virá representado pela ala das passistas.
Alegoria 06- Brasil africano
A Velha guarda estará nessa alegoria, já que sem eles nossa escola de samba não existiria e o samba não seria uma das grandes culturas africanas presentes em nosso país. Na lateral do carro terá bandeiras do Brasil e na parte de cima duas mãos unidas com a bandeira do Brasil e o mapa da África pintados.

Autores –        Leonardo Verçosa vercosaleo@hotmail.com.br;
Rodrigo Neves rodrigoneves10@gmail.com.


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