Introdução:
A Vila Isabel se inspira na música “Pequeno
Burguês” do mestre Martinho da Vila para homenagear esses brasileiros que
estudam e trabalham para poder crescer na vida e ascender socialmente através
da educação.
Viva a batalha desse povo sofrido que de
pobre coitado não tem nada, pois ralou um bocado para conquistar dignamente uma
vida melhor. Viva os diversos “Martinhos”!
Salve a Vila!
Sinopse:
Dizem que sou um burguês muito
privilegiado. Mas, ninguém sabe a batalha que passei para traçar essa minha
condição hoje em dia. Aí vocês verão que
eu não passo de um pobre coitado. Essa é a vida de muitos pequenos burgueses
hoje em dia. Pessoas que ralaram muito para atingir sua posição social. Com
muito orgulho fiz essa trajetória, mas, não para ser chamado de burguês, onde
já se viu? Sou um homem comum, como tantos que há por aí que acreditam que o
estudo nos faz pessoas dignas e não apenas burguesas.
Tudo começou com a educação que recebi
de meus pais, sempre priorizando meus estudos. Assim como faço com meus filhos.
Eles sabem da minha história e de tudo que fiz para que eles tivessem a
condição que temos hoje em dia. Mas era difícil conciliar, faculdade e
trabalho. Se hoje eles podem escolher entre um e outro, eu não. Ia estudar e
chegava em casa ainda tinha um monte de criança para criar. Mas, eu estudei
muito. Como tantos outros. Chega na hora derradeira, que profissão escolher?
São tantas entre tantas escolhas de vestibular. São tantas faculdades para prestar.
E acabei passando numa particular.
Apesar dos pesares, de livros caros e
taxas para pagar, lá eu fiquei. Embora não tivesse dinheiro, pedi emprestado. O
meu dinheiro alguém teve que emprestar. Eu morava no subúrbio, andava de trem
adoidado. Dormia até em pé naquele mar de pessoas. Comida era artigo de luxo.
Sem jantar eu saia do trabalho e estava na sala de aula. Das sete à meia noite
fora de casa.
Mas, felizmente, consegui me formar. Só
que da minha formatura nem cheguei participar. O dinheiro ainda era pouco. E
ainda devia a quem me emprestou. Pindaíba e cansaço total. Mas, terminei. Fiz
muito mais do que pude. Mas o diretor careca não entregou o meu canudo de
papel. Nem meu anel. Mas, me formei. Missão cumprida.
E depois de tantos anos, só decepção,
desenganos. E ainda falam que sou um burguês? Eu não passo é de um pobre
coitado, mas com uma história muito bonita pra contar. Quer ser como eu? Então
vai ter é que penar um bocado! Não sou pequeno burguês, sou brasileiro, sou
guerreiro como tantos outros. E minha história é uma pequena homenagem a todos
vocês batalhadores e “pequenos burgueses” aos olhos dos outros.
Desenvolvimento:
SETOR 1 – O que você vai ser quando
crescer?
COMISSÃO DE FRENTE: Martinho da Vila
Todos os homens caracterizados de
Martinho da Vila e uma roupa azul e branca e sua sandália tradicional.
ALA 1: As profissões – qual escolher?
Uma ala composta por várias fantasias
caracterizadas de engenheiros, médicos, advogados, artistas, professores e
tantas outras. Tons de azul.
CARRO ABRE ALAS: O vestibular
Uma grande alegoria de um estudante
sentado em uma carteira fazendo a prova, com sua cabeça baixa, fazendo a prova.
O símbolo da Vila Isabel na frente do carro. Ao lado, fantasias das letras A,
B, C, D e E, caracterizando as alternativas.
SETOR 2: Felicidade,
passei no vestibular, mas a faculdade é particular
Felicidade!
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular...
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular...
ALA 2: Passei!
O nome no jornal.
ALA 3: Virando “gente grande”
Um boneco de Olinda.
ALA 4: ALA DAS CRIANÇAS - A maior idade
Número 18 em cor vermelha e fantasia
prateada.
ALA 5: Pagando meia
A carteirinha da universidade.
ALA 6: O trote – ala coreografada
Pintados e carecas pedindo dinheiro para
as frisas e camarotes.
CARRO 2: A faculdade
A Universidade do samba
SETOR 3: Meu dinheiro
muito raro
Livros tão caros
Tanta taxa prá pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar...
Tanta taxa prá pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar...
ALA 7: Livros caros
Carregando livros
ALA 8: xerox
A máquina de xerox
ALA 9: Materiais
Lápis, borracha, caneta.
ALA 10: As taxas
O código de barras
ALA 11: Pindaíba
Sem dinheiro no bolso.
ALA 12: Financiamentos do governo
O Fies.
CARRO 3: O empréstimo
O agiota. Um boneco com malas de
dinheiro.
SETOR 4: Um punhado de
problemas
Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia prá aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança prá criar...
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia prá aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança prá criar...
Para criar!
Só criança prá criar
Para criar!
Só criança prá criar...
Só criança prá criar
Para criar!
Só criança prá criar...
ALA 13: O subúrbio – Ala coreografada
A boemia em volta da estátua de Noel
Rosa no Boulevard.
ALA 14: MS E PB: Trabalho de dia, estudo
a noite
Ele caracterizando o sol e ela a lua.
ALA 15: BATERIA - Viagem De trem
Maquinista.
ALA 16: Barriga vazia
O prato vazio.
ALA 17: Meia noite
O relógio marcando o fim do dia.
CARRO 4: Crianças para criar
A sala da casa, sofá, tv, bagunça por
todo lado e vários bebês por todo canto.
SETOR 5: A FORMATURA
Mas felizmente
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro prá beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel...
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro prá beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel...
O meu papel!
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel...
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel...
ALA 18: Acabou!
A tese final.
ALA 19: A formatura
A beca e suas faixas.
ALA 20: O anel
Os anéis.
ALA 21: O canudo de papel
O diploma tão sonhado.
ALA 22: O diretor careca
Ala só de carecas de paletó.
CARRO 5: Futuro incerto
Classificados de emprego.
SETOR 6: PEQUENO BURGUÊS
E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado...
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado...
ALA 23: O passar do tempo
A Velha guarda
ALA 24: Decepções e desenganos
Nem tudo são flores (murchas).
ALA 25: Burguês, eu?
Cartolas.
ALA 26: Pobre coitado
Carlitos.
ALA 27: BAIANAS - A inveja mata (quer
ser como eu?)
Pimenta nos olhos dos outros.
CARRO 6: Penando um bocado em Vila
Isabel
Este é meu orgulho – discografia do
mestre Martinho.
ALA 28 – COMPOSITORES
Devagar devagarinho a gente chega lá.
Autor: Chavitto Lonson
Impressionada com sua habilidade com o gênero. Que belo trabalho você fez! Imagino um desfile sendo feito segundo um enredo desse tipo, como deve ficar bem produzido!
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