INFORMAÇÕES GERAIS:
Nome
Oficial: Grêmio
Recreativo Escola de Samba Virtual Acadêmicos do Encantado
Fundação:
Junho
de 2014
Símbolo: Sol e Lua
Cores:
Verde, Branco, Prata e Amarelo
Carnavalesco:
Rênio
Ramos
Números
de Fantasia:
36 fantasias
Números
de Alegorias:
8 Alegorias em oito setores
Números
de
Componentes: 4.200 componentes
A
G.R.E.S.V ACADÊMICOS DO ENCANTADO EM SEU PRIMEIRO CARNAVAL APRESENTA:
ILUSTRAÇÃO
DO TEMA
JUSTIFICATIVA
Em março de 2015
o Rio de Janeiro comemora os seus 450 anos de história, sendo assim, o G.R.E.S.V ACADÊMICOS DO ENCANTADO realiza uma dupla
homenagem em seu carnaval. A primeira ao Rio de Janeiro em seu aniversário e a
segunda ao grande Cantor, Compositor e dramaturgo Chico Buarque que também
festeja os seus 70 anos de vida, neste ano de 2014 com um patrimônio de criação
que honra a cultura brasileira e ao seu povo “Carioca”. E sob o olhar deste
artista que tanto cantou sua paixão pelo Rio de Janeiro em canções, que faremos
essa bela viagem sobre este almanaque de belezas e singularidade. Cantando
através de suas canções e através de uma de suas mais importantes obras a
“CARIOCA”, “O RIO”, sua arte, suas belezas, não a postal e sim a real, e claro
sua gente, aqueles que são nascidos Cariocas da mais pura raiz da cidade feliz,
os da Gema.
Um aviso ao povo carioca e aos demais
cidadãos deste país: mesmo com a violência que assola nossa cidade, o Rio de
Janeiro continua lindo...
“CARIOCAS”
DA GEMA
O Rio de um de seus
maiores poetas não é melhor nem pior que a cidade gigante, complicada e vaidosa
da vida real. É, todo dia, o cenário mágico que abriga a beleza dos voadores de
asa-delta e do sol poente na espinha das montanhas - para depois virar endereço
da rotina crua das meninas prostitutas de Copacabana. Entre uns e outros, vive
gente “desimportante”, como o vendedor de pamonha, os sambistas de bairro e os
religiosos que pregam na praça para quase ninguém. É assim, real e belo, o Rio
de Janeiro de Chico Buarque, descrito nos 29 versos de "Carioca",
principal música de um dos principais álbuns do compositor. Titulo este,
inspirado na ancestralidade indígena dos primeiros ”Cariocas da Gema”.
O embrião da
música é outro momento “supercarioca” - o carnaval. Chico compôs a canção para
retribuir a homenagem feita pela Mangueira, no desfile de 1998. Promovido a
baluarte verde-e-rosa após a apoteótica apresentação no Sambódromo, o homem
caprichou, para compensar o título de "carioca da gema", promulgado
pelo samba-enredo da escola. Até a festa da Sapucaí, ele não se considerava
totalmente do Rio, por ter vivido em São Paulo na juventude. Mas, nesse caso, é
muito mais questão de alma do que de certidão de nascimento - e é daí que vem
"Carioca", seriam os colonizadores, e desbravadores deste chão também
mangueirenses?
Na homenagem,
Chico descreve um dia inteiro na terra carioca partindo do pregão do vendedor de pamonha,
passando pelo entardecer emoldurado pelas montanhas, até chegar às meninas
recém-chegadas à adolescência se vendendo na rua, tragédia noturna de
Copacabana. Mas a música, como qualquer outra, é uma para quem faz e outra para
quem ouve. Por isso, prostitutas de todas as idades se sentiram homenageadas
pelo compositor.
Assim, como
todas as mulheres cariocas, de todos os tipos, raças e classe social. Chico
Buarque colocou na poesia das suas letras a mulher e o amor. A mulher
humanizada, despida de estigmas e rótulos. Apropriando-se do “eu-lírico”
feminino, em que mulheres, com vários nomes, profissões e historias de vida,
mulheres que são amadas, abandonadas, prostituídas, estigmatizadas.... são
elas: Ana, Angélica, Beatriz, Carolina, Helena, Iracema, Januária, Luísa,
Madalena, Maria, Renata Maria, Rita,
Rosa, Teresa e tantas outras.
O Rio
"Carioca" é sedutor nas ondas do mar, marginal na neblina da ganja
(resina que serve de base ao haxixe), melancólico no "povaréu sonâmbulo
ambulando que nem muamba". A cidade que desfila encantos e mazelas, mas
"fere a retina" de quem a vê. Como bem diz o poeta.
O mais carioca
de tudo, porém, é a inspiração que Chico encontra nos cantos e fatos mais
prosaicos. O melhor exemplo talvez seja o reverendo num palanque lendo o
Apocalipse - na verdade, o orador evangélico e anônimo que prega todas as
manhãs na Praça Antero de Quental, no Leblon. O compositor viu a cena da janela
do apartamento de sua irmã Miúcha. O vendedor de pamonha é mais íntimo - acorda
Chico aos berros, todos os dias.
Aqui, de novo
houve gente que entendeu diferente. Os operadores da Bolsa de Valores
esqueceram-se até da crise para saborear a homenagem que, segundo eles, vai até
o verso seguinte, que fala em baile funk. O movimento do pregão lembra a
coreografia que vem do morro. E quem vai convencer aqueles homens de que Chico
não falou deles?
Na história
"Carioca", apenas três bairros mereceram a honra de ser citados
explicitamente: a Copacabana das prostitutas, a Gávea dos voadores - endereço
de Chico por muito tempo, até ele se mudar para o alto do Jardim Botânico - e o
Flamengo, onde tem samba.
Mas foi São
Cristóvão que virou cenário do clipe que retrata a música. Sob direção de José
Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Fábio Soares, da Conspiração Filmes, o
compositor gravou as cenas que reproduzem um bar do Rio antigo. Rodada em 35
mm, em preto e branco, a produção mostra Chico Buarque na mesa de um bar, em
frente a uma janela, sobre a qual imagens do Rio vão sendo projetadas, através
de efeitos especiais produzidos por computador.
A cidade que
aparece na janela da ficção é linda. Mas perde da realidade narrada pela poesia
do compositor, definitivamente um carioca que vê e entende sua terra como quase
ninguém.
Uma obra que vai
do Borel ao Redentor. Tom Jobim, Vinícius de Moraes e outros ganharam o mundo
falando do Rio do cartão-postal, daquela garota de Ipanema, do Cristo Redentor
de braços abertos sobre a Guanabara. Chico Buarque sempre preferiu a vida real
dos habitantes da cidade para criar versos e músicas de extrema beleza.
"Homenagem ao malandro", por exemplo, fala da Lapa das brigas com
navalhas; "Estação derradeira" lembra a Mangueira; e seu “O Guri” e "Pivete"
desce a Carioca, sobe a Frei Caneca e se manda pela Tijuca até subir o Borel. E
"Vai trabalhar, vagabundo" conta a história de domingos à toa
passados no Mangue. Mas a obra de Chico não seria genuinamente do Rio se
omitisse a poesia das paisagens. Ela está em "Dois irmãos", que fala
do morro no fim do Leblon; em "Samba do grande amor", onde o
apaixonado sobe a pé o Redentor. O amor da música era mentira - mas o do Rio é
a pura verdade.
Rênio Ramos
ROTEIRO
DO DESFILE
I SETOR
O Primeiro setor
retrata a origem etimológica do termo Carioca e a beleza natural do Rio de
Janeiro que seduziu e continua a seduzir pessoas ao longo do tempo, sendo este
o conceito da primeira Alegoria.
A Comissão de
Frente expõe que não é um sonho a origem do Carioca, etimologicamente é
racional, vê-se de princípio que o primeiro habitante europeu, Gonçalo Coelho,
desembarcou na foz do Rio Carioca, e aí passou de dois a três anos com seus
companheiros. E, naturalmente, os índios denominados de Acaris, guerreiros
encouraçados, (por terem semelhança com o cascudo) o local Carioca – casa dos
Acaris.
Assim de posse do nome Carioca é bastante
deduzir-se Cari – peixe cascudo. Oca-casa, reduto-paradeiro. Reduto, casa dos
Acaris.
Estes habitantes do Flamengo construíram mais tarde a primeira casa de
pedra do Rio de Janeiro – outra razão mais forte ainda, pois este fato
interessante é mais uma prova de que sendo os Acaris, habitantes de toca,
vivendo entre pedras e os portugueses por coincidência providencial fizeram a
sua primeira casa de pedra junto á foz do Carioca. É ainda curioso o serem
estes primeiros habitantes denominados na época colonial de cascudos, perdendo
essa denominação para os conservadores, pro imposição dos liberais.
A
comissão é formada por 14 índios Acaris e 1 Colonizador Português realizando
uma dança tribal usando o tripé natureza inspiração, o qual possui dois
cenários o de frente representando a natureza mãe com o mapa antigo do Rio de
Janeiro que traz o nome do Rio Acarioca, e em
sua parte de trás
a OCA.
O primeiro Casal de Mestre Sala e Porta
Bandeira representam a flor de Acari- o segredo da terra. Que com uma fantasia
luxuosa e um bailado com passos lentos e firmes fazem da avenida um chão de
poesia.
As fantasias deste setor representam a
natureza primitiva do Rio de Janeiro, sua mata, suas águas e o sua luz(o rei
sol), além das fantasias representam os primeiros tidos “cariocas” os índios
Acaris e a fantasia do Colonizador que contribuiu para a denominação tão
popularizada de hoje -“Carioca da Gema”.
II SETOR
Neste Setor
trataremos da inspiração e agradecimento do Filho da Mangueira Chico Buarque de
Olanda que após ter recebido a homenagem da Estação Primeira de Mangueira no
Carnaval de 1998 decidiu retribuir a homenagem compondo uma canção denominada
“Carioca”, sendo esta, a inspiração pro nosso carnaval.
As alas deste
setor remetem as musicas de Chico, ao seu amor pelo Rio. Iniciando aqui a
apresentação do “RIO” real, de seu povo e de seu jeito de ser Carioca da Gema.
O segundo Carro
apresenta o Chico Buarque e sua Homenagem a Mangueira cenário de beleza, e a
mais carioca das escolas de samba...a pura raiz do que chamamos de Carioca da
Gema. A final Chegou a Mangueira, Chegou!
III SETOR
Outros personagens de Chico Buarque também são sujeitos sem contexto explícito. “Chico parece preferir os indivíduos flagrados em sua singeleza,
em quadros descritivos e narrativos de grande poder de representação de vida e de imensa eficácia estética, quadros que permanecem”. Desta maneira, o compositor
reserva para si o papel de narrador ou interlocutor, deixando claro que não intenciona fazer análise, mas deseja dar vida ao
indivíduo. Mas esse indivíduo é o outro em sua nudez e miséria que traz a ideia de
infinito, para além
de sua condição
finita. A obra buarquiana também
se caracteriza por retratar personagens excluídos pela sociedade ou silenciados pelo cotidiano. Como
trata-se este terceiro Setor, as fantasias representam as gentes “desimportante” o homem do Pregão, o que vende pamonha, o que
vende flores e os que fazem da rua seu picadeiro que dribla as dificuldades
fazendo a arte o seu ganha pão.
A terceira Alegoria trás
como conceito as gentes tidas pelos poderosos Cariocas como pessoas “desimportantes” para a cidade Carioca e que
pouco contribuem para o seu desenvolvimento. O Carro trás uma grande escultura no centro
do Cristo Redentor e nas laterais do carros terão pessoas penduras com fantasias de João ninguém como fantoches na mão dos poderosos, e do Rio de
Janeiro o real.
IV SETOR
O este Setor trata-se do Rio 40
graus , a cidade feliz, solar, do garoto que salta de asa-delta da Pedra da Gávea,
das garotas e garotos de Ipanema, que surfam e que curtem um domingo e a semana
inteira de sol sobre as ondas do mar. Do vendedor de bebidas, de bugigangas de
praia, dos artistas que cercam o calçadão....todas estas pessoas que fazem do
Rio a cidade feliz e invejada. Cariocas de corpos sarados e cabeças vazias.
Isso será retratada pelas fantasias deste setor.
A quarta Alegoria é a síntese da
temática das fantasias, o sol, as garotas de praia, uma escultura lateral de
Asa-Delta, num aspecto praiano.
V SETOR
Este
setor apresentaremos uma problemática que tanto Chico cantou, a bailarina, os homossexuais, os retirantes, as mulheres,
dentre outros, assim como os sujeitos individuais fazem parte do universo de
personagens paratópicos buarquianos. Tais sujeitos apresentam “uma relação
problemática com a sociedade, da qual eles não são meramente excluídos mas
interagem simbioticamente com os incluídos, que, por sua vez, nutrem por eles
fascínio e temor”.
As
fantasias remetem a nome de Mulheres, estas que foram a inspiração para as
canções de Chico mulheres Cariocas, de perfis de suas localizades, suburbanas,
elitizadas, de vida “fácil” , foram inúmeras canções contendo nomes de mulheres
cada uma com o seu problema sua busca a de ser feliz, amada e vencedora.
A
alegoria Remete como na canção as meninas que se vendem em Copa Cabana meninas
essas, que estão iniciando a vida agora são jovens crianças se
auto-comercializando em pleno céu aberto, a gringos, a outros cariocas. Logo, a
alegoria foi inspirada no Livro do Carioca Moacyr Luz
intitulado de “A sedução Carioca do Poeta brasileiro”, onde fazem uma
brincadeira ilusória com as formas do rio, da imagem natural das montanhas ao
corpo de uma mulher e de um casal se entrelançando.
A bateria representa uma das canções
mais conhecidas de Chico Buarque a Banda... a qual o projeto no cenário
nacional, cantando coisas de amor.
VI SETOR
Neste
Setor, mostraremos a multiplicidade do universo urbano em canções que na qual o
indivíduo desde sua solidão amorosa até sua inserção ou marginalidade social.
As cidades aparecem como lugar de referência e refúgio, de necessidade e
exclusão, de acolhimento e exílio. As fantasias do setor retratam as mazelas
sociais (transito caótico da cidade, as fevelas e seus riscos), o trabalhador e
o som que vem da periferia carioca. Como
mostramos na quinta Alegoria.
A
alegoria remete a síntese deste setor os fatores que assolam as cidades
grandes, como Rio de Janeiro, a violência, o conturbado transito e claro o
funk, som originado nas periferias.
As
fantasias rementem a essa problemática ao trabalhador que trabalha de sol a
sol, a marginalização das crianças devido a influencias do meio que vivem, ao
flagelo social como o Pivete. Além de fantasias remetendo ao caos do transito
da cidade.
VII SETOR
Este
setor faz mesão a um grande personagem cantado por Chico o Malandro, personagem
fundamental nas canções de Buarque. Personagem mais carioca da Gema que este
não há.
As
fantasias faz mesão ao malandro a Lapa, ao morro, a cultura negra das favelas,
a noite carioca que abriga personagens Cariocas da Gema. O tripé faz uma
homenagem a um grande personagem local o
Zé Pelintra, o segundo casal, por sua vez, remete a noite a noite
carioca- em Carioca da Gema.
A sétima
Alegoria trás a Opera do Malandro, relembrando a grande homenagem de Chico a
este personagem em forma de musical, que hoje no Rio está sendo remontado.
VIII
SETOR
Neste último setor da escola remete ao carnaval
festa amada e cantada por Chico Buarque, festa recheada de personagens
Cariocas, que fazem da ilusão do momento o dia mais feliz de suas vidas.
As
fantasias remetem a elementos de carnaval, da colombina, do mascarado, do
colorido da festa, dos amores que acontecem neste período. A ultima alegoria da
escola faz uma homenagem ao grande artista Carioca da Gema como a escola de
Samba Estação Primeira de Magueira o
batizou, aos seus 70 anos de idade e de contribuição a musica brasileira. Poeta
e escrito grande gênio Buarque de Olanda. Que em sua Canção “CARIOCA” foi a
nossa inspiração cantar o Rio real em sua visão de Carioca da Gema.
GRADECIMENTOS
Agradeço ao
querido amigo Sidney Correia pelo desenvolvimento da Ilustração do meu enredo
para este carnaval e pela colaboração do desenvolvimento do texto via correção
e adequação ao tema.
Que emoção... está bonito minha comunidade ENCANTADA...
ResponderExcluirMuito lindo, Parabéns! Danilo Guerra
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