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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Enredo 1209: O Milagre das Raposas Azuis

O Milagre das Raposas Azuis

“O mundo é nosso! Alô, comunidade do Ninho do Yata! Abre as asas!”

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Introdução

(Para todos os efeitos, peço ao leitor e aos jurados que considere como “introdução” o conjunto de “introdução” e “explicação”.)

Neste mundo místico, os fracos sobrevivem, mas os fortes vivem.
É impossível vencer as tribos gigantes, eles diziam.
Se os Escarlates do Rio ou os Galos da Capital nunca conseguiam, como um Cisne das Outras Terras conseguiria?
Como um Cavaleiro de Cristal conseguiria?
Foi então… que eles apareceram.

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“Como assim?”
“As Raposas Azuis?”
“Mas eles nem tinham chegado perto ano passado, não foi?”
“Eles estão ganhando das tribos gigantes?”
Aquilo que parecia impossível… estava acontecendo.
E apesar da surpresa, cada tribo que já não conseguia mais almejar a Coroa naqueles tempos via aqueles novos desafiantes como um raio de esperança.
“As Raposas podem conseguir! Sabe o que significa? Nós, os Guardiões da Torre Azulada, podemos também!”
“Nós, os Tordos do Oeste, podemos também!”
E a esperança consumia aquela terra.
Mesmo as tribos dominantes se renderam ao encanto daquela história.
E no final… todos só queriam uma tribo conquistando a Coroa Primal.
Todos só queriam ver a concretização…
… do Milagre das Raposas Azuis.

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Sinopse
“Era uma vez… o Milagre das Raposas Azuis.”

Ninguém sabia como poderia existir um lugar tão mágico quanto aquele. Mas ele existia. Campos, montanhas, rios, vales, planícies e cidades faziam aquela terra parecer uma aquarela tão maravilhosa quanto a obra-prima de um artista plástico. Cores saltavam aos olhos dos habitantes daquela terra, e nada parecia capaz de trazer as trevas até lá.
Esta era Enko Peshasse. Uma nação num mundo que ninguém nomeava, apenas pela gratidão de viverem num lugar tão encantador. Enko Peshasse era enorme, vivia com humanos, lobisomens, vampiros, fadas e muitos outros seres mágicos em uma perfeita harmonia, e o mais importante, nunca manchara seu solo ímpar com o sangue e a brutalidade de uma guerra.
Contam os descendentes de anciões nas terras de Enko Peshasse que, ao criarem esta nação, as divindades primais, tais como Nidalo, Pesken e Naanisa, estavam traumatizadas com as guerras e a morte que assolavam as nações próximas. Como o primeiro mandamento da nação que criaram, a guerra nunca deveria existir naquelas terras.
                Mas os seres que lá viviam tinham a cobiça. Alguns consideram-a um pecado, outros consideram-a natural da existência. E, por mais que Enko Peshasse não sofresse nas mãos de tiranos no poder ou momentos de miséria, a maioria de seus habitantes vivia de maneira modesta. E foi assim que os deuses criaram algo para que os seres daquela terra pudessem cobiçar.
                A Coroa Primal.
                Uma vez por ano, no aniversário do nascimento de Enko Peshasse, os deuses primais posicionavam uma pedra mística dourada gigante no topo da montanha mais alta daquelas terras. Vinte tribos eram convocadas anualmente para competir, numa batalha não-letal, pela tal Coroa. E à tribo do primeiro ser que tocasse a Coroa estariam reservadas quantidades de prosperidade e riqueza que fariam-nas tão próximas quanto possível das divindades daquelas terras.
                Mas… a disputa pela Coroa não era tão justa quanto parecia.

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                Todo ano, os deuses e seus enviados na terra faziam a seleção de 20 das diversas tribos que salpicavam aquele chão para que fossem competidores da Coroa. Estes enviados também eram encarregados de garantir que nenhuma força letal fosse utilizada, e estavam prontos para punir aqueles que tentassem fazê-lo.
                Em geral, dezessete das tribos eram selecionadas das vinte que disputaram a Coroa no ano anterior, enquanto três eram selecionadas “de fora”, de forma a dar chances a muitas tribos para que, algum dia, todos naquela terra pudessem ter, ao menos uma vez, a sensação de ter a Coroa entre seus próximos.
                Infelizmente, não era isso que acontecia.
                Ao contrário da rotação de tribos, que era completamente justa, pouquíssimas tribos conseguiam, de fato, alcançar a vitória e a Coroa Primal. Podiam-se contar nos dedos as que haviam conseguido, e mesmo as que chegavam perto de alcançá-la não eram muitas mais.
                Não era qualquer tribo que conseguia a coroa. Na maioria das vezes, ela acabava nas mãos da Tribo do Diabo, uma poderosíssima tribo com um grande território e que eram conhecidos por seus temidos tridentes, cortesia do mais famoso General da Coroa (líder tático dos combates de uma tribo) daquelas terras.
                Quando não era a Tribo do Diabo a vencedora, os Canhoneiros Rubros estavam lá. Tão temidos quanto os diabos, com um General da Coroa tão temido quanto o deles e com um arsenal de longo alcance imbatível. Era muito difícil se opôr a essa soberania.
                Mais recentemente, duas tribos ascenderam bastante e conseguiram até se opôr aos Diabos e aos Canhoneiros. Os Leões da Aldeia Anil e as Águias Turquesa eram vizinhos das tribos “gigantes” que muitas vezes acabavam em sua sombra, até que descobriram em seus territórios reservas de metais e pedras preciosas enormes. Desde então, os Leões e as Águias são concorrentes fortíssimos à coroa, e travam rivalidades lendárias com as tribos maiores: os Leões contra os Canhoneiros e as Águias contra os Diabos.
                E também muito se falava nos Escarlates do Rio. Muitos a temem, muitos consideram-na tão forte quanto Diabos, Canhoneiros, Leões ou Águias, mas pareciam sofrer de uma maré de azar eterna. E por isso, nunca haviam conseguido a Coroa, embora ninguém considerasse surpreendente se eles conseguissem.
                E… nada mais. De vez em quando, tribos como os Galos da Capital ou os Guardiões da Torre Azulada pareciam ameaçar a soberania quíntupla dos vencedores, mas nunca conseguiam. Apenas uma vez a supremacia fora quebrada, pela já decadente tribo das Rosas Vermelhas, e este registro nem sequer era lembrado com frequência. Os habitantes daquele lugar só pensavam na bola de neve que se formava quando uma tribo gigante obtia a Coroa e usava a riqueza ganha para aprimorar-se ainda mais e buscá-la de novo no ano seguinte. Era um ciclo vicioso.
                Só restava às demais tribos esperar um milagre.

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                Foi nesse cenário que uma jovem menina começou a desenhar sua história. Seu nome? Vanadis.
                Vanadis era uma valquíria. Mistura de fada e ser alado com enorme habilidade no manejo de armas, seu sonho maior era, um dia, fazer parte de uma tribo que conquistasse a Coroa Primal. A cada dia, a cada novo nascer do sol, Vanadis treinava e treinava mais para alcançar seu sonho. Além disso, ela vivia seus dias trabalhando como ferreira, onde desenhava armas para os combates pela Coroa e para auto-defesa, pois embora o derramamento de sangue fosse proibido em Enko Peshasse, criminosos ainda existiam, ainda que raramente.
                Infelizmente, um dos raros casos acabou custando caro à jovem valquíria. Um dia, voltando de seu trabalho, viu uma pessoa entrando sorrateiramente na casa de um amigo, e imediatamente percebeu o perigo. Vanadis entrou na casa e confrontou o invasor com tudo que podia: facas, panelas, portas, suas próprias armas… ela atiraria as regras pro ar se isto fosse necessário para proteger aqueles que eram queridos a ela.
                Por mais que tenha conseguido deter o criminoso e tenha sido congratulada por sua bravura, suas ações ainda assim violavam a lei principal de Enko Peshasse. Vanadis passou por um tribunal e recebeu uma pena pequena: não poderia ficar fora de sua casa enquanto não houvesse luz do sol. Vanadis gostava de trabalhar e treinar como se fosse tudo em sua vida, e por isso, vivia virando noites em seus serviços e treinos por vontade própria. Ter seu tempo reduzido parecia trivial, mas era um enorme baque para sua dedicação e para seu sonho.
                Ainda assim, a jovem não desistiu. Ainda trabalhava ocasionalmente como ferreira e continuava treinando enquanto pudesse, porém havia conseguido um emprego formal nas docas de Enko Peshasse. Quando chegou lá pela primeira vez, os trabalhadores daquele lugar chegaram a zombar dela por seu sonho de alcançar o topo, mas logo se renderam à determinação, à ambição e ao talento daquela menina. E, sem ela saber, ela havia atraído outros olhares curiosos…
                Foi num dia em que ela estava atrasada que aconteceu o ponto de virada de sua vida.
                Vanadis estava prestes a ficar sem a luz do sol, e não sabia o que poderia acontecer se ela quebrasse sua regra. Ela correu pra casa numa velocidade fantástica, e parecia que ia chegar a tempo, até que viu um menino pendurado em um cipó numa árvore.
                “SOCORRO! SOCORRO!”
                A reação de Vanadis foi instantânea. Não era seu corpo se movendo por reflexo, ou por sua própria vontade. Por mais errado que fosse quebrar a sua própria penalidade, ela nunca conseguiria deixar alguém em perigo se ela pudesse evitar.
                Vanadis alçou voo e salvou a criança, colocando-a no chão. Logo em seguida, olhou para o horizonte… e viu o último raio de sol abandonar o horizonte.
                O que aconteceria agora?
                A valquíria não sabia responder.
                Até que ouviu uma voz.
                “A sua bravura… é fantástica.”
                Vanadis se assustou. Não era a voz do menino, mas vinha da mesma direção em que ela tinha colocado ele. O que seria, então?
                Ela virou-se e viu um ser que ela conhecia muito bem.
                Não era alguém com quem ela havia falado alguma vez em sua vida. Mas era alguém que todas as criaturas daquela terra conheciam.
                Suas asas de anjo e seu manto verde não enganavam. Era Nidalo, um dos deuses criadores de Enko Peshasse.
                “Uma… divindade?”
                Vanadis só conseguia olhar de maneira estupefata para aquele que estava em sua frente.
                “Eu admito, jovem valquíria. Nós, deuses, vivemos escondidos entre os cidadãos da nossa terra para sabermos o que acontece de fato quando nós não estamos vendo, e foi assim que eu vi sua história. Punida por quebrar a regra sacra para defender um amigo, e agora, viola sua própria ordem de restrição para salvar um menino que você nem conhecia… fascinante.“
                Não havia algo capaz de conter as lágrimas da menina depois de ouvir isso. Receber tais elogios de uma divindade era demais para ela.
                “Pois bem, menina… você merece uma recompensa. Primeiramente, anulei sua pena. Sinta-se livre para dançar sob as estrelas como quiser.  E segundo… almejas a Coroa Primal, não? Digo-lhe que terá sua chance. Mas com uma condição. Não espere tribos gigantes te chamarem. Entre… digamos, na primeira tribo que perceber seu potencial. Faça parte dela e escreva-a na história. Estamos combinados?”
                Ainda chorando, Vanadis respondeu… ou tentou.
                “S-S-Sim… muito obrigado… mas por que eu?”
                “Hã? Não entendi.”
                “Tantos seres moram por aqui… como fui logo eu a ter isso?”
                A resposta de Nidalo foi simples e dada com um sorriso.
                “Menina… você ainda tem muito o que aprender. E se você aprender… será capaz de fazer um milagre acontecer.”
                Com essas palavras misteriosas, Nidalo bateu suas asas celestiais e partiu dali.
                Alguns dias depois, Vanadis fora chamada por seus chefes do trabalho. Disseram que havia uma tribo interessada em oferecê-la uma vaga como guerreira da Coroa por lá, mas era bem pequena.
                Ainda assim, Vanadis aceitou sem pensar duas vezes. E assim, estava concretizado o primeiro encontro que causou aquele milagre.
                Vanadis…
                Raposa Azul.

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                Não havia nada muito chamativo na tribo das Raposas Azuis.
                Não era uma tribo gigante e sequer havia competido pela Coroa nos últimos anos. Era conhecida por ter várias chances de disputar a Coroa, por provar estar razoavelmente acima das outras tribos, mas nunca conseguia dar mais do que um pequeno susto nas tribos que competiam há tempos.
                Não era possível conquistar a Coroa para as Raposas Azuis.
                Ou ao menos não era, até Vanadis chegar.
                Foi assim que Vanadis chegou que aquela pequena tribo, com recursos não muito interessantes, começou a se animar com a ideia de tentar almejar o topo. Não muito a sério, mas ninguém resistia às histórias daquela menina, e ela mostrava seu valor em combate quando treinava contra os guerreiros da Coroa de outras tribos. Era impressionante, e logo Vanadis se tornou a líder da equipe de combate.
                Nesse meio tempo, também ocorreu um evento que ninguém imaginava o quão importante seria. Um antigo rei daquelas terras teve sua ossada descoberta por algumas crianças que brincavam na floresta. A notícia se espalhou pela tribo, e pouco tempo depois, uma procissão em nome do espírito do rei aconteceu. Pouco se sabia sobre aquilo, mas as Raposas queriam ter um amuleto de sorte. Quem sabe fosse ajudar algum dia?
                Mas nem todo o caminho pelo qual as Raposas passavam era de flores. Logo no ano seguinte à sua entrada, Vanadis viu acontecer, diante de seus olhos, um evento tão terrível para suas ambições (e para as Raposas em geral) que ficou conhecido como “o desastre dos Veados”. Algumas divindades assistiam um combate de treino entre as Raposas Azuis e os Veados do Sudeste com o intuito de verificar quais tribos deveriam ter a chance de entrar na disputa pela Coroa Primal. E as Raposas estavam prestes a vencer o treino, quando um dos guerreiros azuis errou um ataque físico à queima-roupa de maneira inexplicável. Aquele momento deu aos Veados a janela que eles precisavam para vencer o combate e deixar as Raposas em desgraça por vários meses, embora não tenha sido a intenção deles.
Mesmo com esse desastre, Vanadis não desistiu, e pouco tempo depois, estava capitaneando as Raposas na disputa pela Coroa. Infelizmente, a tribo ainda não tinha capacidade suficiente para sequer ameaçar a pior das outras dezenove tribos, quanto mais disputá-la de fato, e era bem provável que eles não fossem selecionados para o ano seguinte. Mas foi aí que um “primeiro milagre” aconteceu, e as Raposas causaram um impacto heroico no final da batalha pela Coroa, atrapalhando várias tribos maiores que eles, tais como a Tribo do Diabo, e facilitaram o caminho para os ganhadores da Coroa daquele ano, os Leões da Aldeia Anil. Com isso, os deuses garantiram aos habitantes da tribo azulada que eles poderiam disputar de novo no ano seguinte.
Quando parecia que eles poderiam causar algum impacto, uma notícia chocante percorreu os campos da tribo. Informações de que o General da Coroa das Raposas Azuis estaria vendendo informações táticas da sua tribo para as demais foram expostas, e sem surpresas, ele foi exilado. Embora isso parecesse bom, todos ficavam receosos com o fato de que este mesmo traidor havia sido o homem que permitiu às Raposas continuarem disputando a Coroa. O provável era que não durassem mais um ano.
 Restou a Vanadis se perguntar como um milagre daqueles tinha acontecido do meio do nada se o General da Coroa estava, de fato, contra a tribo. Mas foi então que alguém gritou:
“A catedral… está brilhando!”
A tal catedral era o lugar onde os restos mortais do rei haviam sido enterrados. E aqueles que entraram para ver o que era o brilho se depararam com uma cena impressionante.
O espírito do rei estava ali, imponente e iluminado.
Ele pôs-se a falar.
“Ó, Raposas Azuis. Vós sois uma tribo de pouco valor, que nunca teria chances de conseguir a Coroa Primal. Vós sois subestimados. Vós sois ignorados. E é por isso que vós tendes a chance de surpreender a todos. O meu espírito reside aqui, e como agradecimento pela procissão e pelo enterro digno, energias positivas estão sendo compartilhadas pela tribo. É algo etéreo, mas vós podeis perceber o efeito delas. A manutenção da esperança pela Coroa. O exílio do General traidor. A única coisa que eu peço em troca… é que mantenham a humildade.”
Os moradores, trabalhadores e guerreiros não conseguiam acreditar no que tinha acabado de acontecer.
Mesmo num mundo mágico como Enko Peshasse, a presença de espíritos era raríssima e representava um poder enorme.
Será que um milagre realmente poderia acontecer?

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                “Dilin-dong!”
                Os sinos tocando à frente dos guerreiros da Coroa da tribo das Raposas Azuis não deixavam margens para dúvidas.
                Depois da saída do General traidor, a tribo estava em busca de um novo General, e o escolhido… fora Erio.
                Erio era conhecido por ser um mestre um pouco excêntrico. Sempre andava carregando sinos, o que poderia até ser adequado para um bardo, mas não era o caso de Erio. Além disso, ele vivia imitando os sons dos ditos cujos.
                E por mais estranho que parecesse, Erio tinha um histórico decente a favor dele. Chegara a comandar a tribo dos Leões da Aldeia Anil, até que aquelas reservas enormes de preciosidades foram descobertas e a tribo se agigantou, deixando Erio para trás. Desde então, Erio se tornou um andarilho, ensinando táticas de combate fora de Enko Peshasse, às vezes com sucesso, às vezes fracassando copiosamente.
                Era só mais um fator para adicionar chances contra as raposas. Tribo subestimada, se manteve na disputa por um milagre, trocou seu General por alguém que ninguém sabia prever, o que poderia acontecer?
                Acontece que a presença de Erio combinava bem com a humildade das Raposas. Por mais excêntrico que fosse, Erio sabia o que estava fazendo e conseguia explorar táticas bem interessantes nos treinos das Raposas.
                “Venham, venham, dilin-dong!”
                E sempre com seus sinos, que antes parecendo estranhos, agora mostravam o motivo de serem sempre carregados: Erio usava eles para manter a concentração das Raposas nas táticas de treino. Parecia estranho, mas funcionava.
                Depois de alguns resultados extremamente satisfatórios, Erio também mostrava seu lado gentil. Premiava os guerreiros com doces deliciosos, que pareciam de outro mundo. Ele provavelmente aprendera a fazê-los fora de Enko Peshasse, usando técnicas de outras terras. Os guerreiros se deliciavam com eles, e a cada dia pareciam contagiados por uma energia maior.
                Pouco tempo depois, as Raposas já eram um esquadrão. Erio percebera que, com os recursos que tinha e as pessoas de que dispunha, o contra-ataque seria a tática essencial das Raposas na disputa pela Coroa. A cada treino, eles se tornavam mais eficientes e letais sob seu comando, mas mesmo assim, ele lembrava a todos que o objetivo era simplesmente “ficarem satisfeitos com eles próprios”, e qualquer coisa a mais era um bônus.
                Ah, como ele estava longe do que iria acontecer…

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                A disputa pela Coroa seguia sempre um mesmo formato.
                Emblemas, cada um contendo o símbolo de duas tribos, eram espalhados pela montanha onde ficava a Coroa Primal. Ao sinal dos deuses, as tribos deveriam subir a montanha e batalhar entre si para obter o maior número de emblemas possível. Depois que capturassem um certo número de emblemas, que mudava ano a ano, a Coroa passaria a ter uma forma tangível para os integrantes daquela tribo. Assim, ela poderia ser tocada e declarar a tribo vencedora.
                Ao pé da montanha, no aniversário de Enko Peshasse, estavam lá eles. Quatrocentos guerreiros, vinte de cada tribo selecionada.
                Águias e Leões com arsenais imponentes, Canhoneiros prontos pro combate, Escarlates e Diabos em posição para uma investida rápida. Tribos como os Galos da Capital e os Guardiões da Torre Azulada se esforçariam para atrapalhar as gigantes o máximo possível. Já as demais pareciam enfrentar o desafio com certo medo da dinastia das tribos maiores.
                Exceto uma.
                Ao sinal dos deuses, todos saíram à escalada e ao combate. Flechas encantadas, bolas de fogo, raios de gelo, vinhas mágicas… um verdadeiro pandemônio. Nenhuma morte ocorria ali, mas dano fatal poderia ser causado. Se acontecesse, a pessoa que sofreu o tal dano ficaria desacordada por algum tempo e voltaria ao pé da montanha, atrasando sua tribo.
                E foi no meio desse caos que as Raposas mostraram seu valor. Qualquer um que tentasse atacar o esquadrão comandado por Vanadis e observado por Erio era imediatamente pego em emboscadas e contrapés impiedosos, sendo despachados para a base da montanha sem saber o que os atingiu. Em pouco tempo, as Raposas eram a tribo com mais emblemas.
                As pessoas que assistiam a disputa através de bolas de cristal, caldeirões, espelhos e projeções mágicas não se impressionavam. Era até comum que tribos pequenas tomassem a liderança no começo, mas não muito tempo depois as tribos gigantes vinham com seu poderio máximo e atropelavam-nas. Parecia que o caso das Raposas não era uma exceção, visto que os ataques de longa distância dos Canhoneiros conseguiram evitar o contra-ataque letal da tribo azul e fuzilá-los de volta para a parte de baixo da montanha.
                O esperado era que as Raposas desistissem do topo ali e naquela hora. Porém, todos se surpreenderam quando viram que, mesmo tendo apanhado para os Canhoneiros, as Raposas não haviam se entregado, e mais: estavam investido contra tribos que nenhuma tribo pequena em sã consciência investiria contra, como os Leões da Aldeia Anil. E por incrível que parecesse, estavam vencendo!
                Os Canhoneiros eram os inimigos naturais das Raposas, mas eles não conseguiam ficar lidando com eles o tempo todo, principalmente porque as Raposas perceberam sua fraqueza e decidiram escapar dela, focando em seus pontos fortes. Não demorou muito até que a tribo de Vanadis conseguisse o domínio da parte mais alta da montanha, o que era extremamente importante para impedir que outras tribos alcançassem a Coroa.
                As pessoas que assistiam começavam a ficar incrédulas. Não era uma tribo gigante dominando o topo? Não era uma tribo gigante abatendo Leões e Diabos como se fossem tribos quaisquer? Isso era impossível! “Eles em breve devem perder, vejam, lá vem as Águias Turq- COMO?” Sem escrúpulos, Vanadis dançava pelo campo de batalha com suas asas e fazia a tarefa de bater os mais temidos parecer brincadeira de criança. Nem os gigantes conseguiam derrotar as Raposas Azuis. E foi aí…
                … que o povo de Enko Peshasse percebeu.
                Os gigantes nunca foram imbatíveis. Só eram mais fortes.
                Mas força por si só não garante a vitória.
                A vitória vem da força, da estratégia, da maestria, da técnica… de muita coisa.
                E se uma tribo antes desconhecida como as Raposas Azuis estava conseguindo… porque não as outras?
                Do nada, vozes no reinado inteiro começavam a bradar.
                “Vão, Raposas!”
                “Vocês conseguem!”
                “Se o que vocês estão fazendo é um milagre, nós acreditamos em milagres!”
                E as vozes mágicas da torcida podiam ser ouvidas pelas Raposas Azuis enquanto elas estavam dominando a montanha.
                Eles sabiam que eram capazes. Erio os ensinou. Vanadis os liderou.
                Os emblemas conquistados eram muitos. A vitória não parecia distante. E num momento, um clarão de luz amarela no topo da montanha anunciou.
                A vitória estava aberta para as Raposas.
                Porém, antes que pudessem ir para lá, foram atacados de surpresa por um inimigo inesperado.
                Não era uma tribo gigante. Eram só os Galos da Capital. Uma tribo razoavelmente forte, que vivia tentando bater as gigantes, mas nunca conseguia. E mesmo assim, apresentavam-se como um oponente final.
                O líder dos Galos pôs-se frente à frente com Vanadis.
                “É louvável o que vocês conseguiram fazer. Derrubar as tribos gigantes e alcançar a forma tangível da Coroa? Fantástico. Infelizmente, nós também almejamos a Coroa, Raposas. Então, antes de terem ela, precisarão fazer mais um milagre: nos derrotar!”
                E era visível que ele não estava brincando. Uma batalha extremamente intensa aconteceu durante os minutos seguintes, sem a certeza se Raposas ou Galos iriam vencer.
                Foi aí que um capítulo inesperado da história foi escrito.
                Um ataque surpresa contra um ataque surpresa, de reforços que ninguém esperava, pôs os Galos abaixo. E quem atacou?
                Ninguém menos que os Leões da Aldeia Anil.
                Vanadis olhou para eles.
                “Por quê? Vocês são uma das gigantes!”
                Os Leões sorriram, abaixaram a cabeça, se ajoelharam e disseram palavras que iriam ecoar para sempre naquelas terras.
                “Raposas… nós somos gigantes, sim. Nós somos ambiciosos. Vencemos, vencemos e vencemos até morrer. Mas há vezes em que nós simplesmente não conseguimos vencer. Talvez seja por erro nosso, talvez seja por mérito de vocês. Mas isso não aconteceu por acaso. Nos últimos tempos, as demais tribos estavam praticamente jogando a toalha. Isso deixava elas mais fracas e também nos deixava mais fracos, porque não conseguíamos oponentes que não nós mesmos. A vitória de vocês é muito importante para Enko Peshasse. Não só porque uma tribo pequena derrotou as gigantes. Não só porque a tribo de vocês vai prosperar. Não… mais importante do que isso… essa vitória vai reacender, em todas as tribos, a esperança de ter a Coroa. Esse sonho maravilhoso que todos nós almejamos. E que hoje… é de vocês. Agora vão.”
                As Raposas ficaram emocionadas. Como não poderiam? Vanadis, particularmente, lembrara do que Nidalo havia dito a ela naquele dia. Seria essa a razão para querer que Vanadis se juntasse às Raposas e não a uma tribo gigante?
                As perguntas voavam na cabeça dela, mas ainda havia uma missão a cumprir.
                A valquíria abriu suas asas e voou a distância que faltava até o topo da montanha, com a certeza de que ninguém a atacaria agora.
                Lá estava a Coroa.
                Uma pedra brilhante, dourada, que nem parecia existir de tão bela.
                Ela caminhou os poucos passos entre ela e aquele objeto fantástico…
                E o tocou.
               
                Naquele instante, Enko Peshasse mudou pra sempre.
                O território das Raposas Azuis, do nada, começou a verdejar com árvores frutíferas majestosas. Os rios que o cortavam tiveram uma ressurgência fantástica de peixes. Pedras preciosas apareceram pela cidade, que nem mais parecia uma vila modesta. Era o poder mágico da Coroa Primal reformulando aquele lugar.
                E mesmo aqueles que não podiam sentir fisicamente os efeitos da vitória das Raposas conseguiam sentir algo diferente.
                As tribos gigantes sorriam, sabendo que no ano seguinte, a disputa pela Coroa seria bem diferente e muito mais acirrada.
                As tribos pequenas festejavam como nunca, sabendo que no ano seguinte, elas tentariam tomar a Coroa elas mesmas.
                Quem diria que nunca desistir era uma solução tão simples e perfeita para todo o drama?
                Ninguém esperava que isso fosse acontecer.
                Mas aconteceu.
                A Coroa Primal era das Raposas Azuis.
                Essa história ficou para sempre armazenada nas bibliotecas daquele lugar fantástico.
                E toda vez que alguém contava essa história, ao começar, repetiam sempre as mesmas palavras.

“...Você acredita em milagres?
...Nós acreditamos.
          Porque nós vimos um milagre acontecer.
O milagre da esperança.
          E essa é a história que vou contar.
          Era uma vez…
...o Milagre das Raposas Azuis.”

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Explicação

Nos esportes, a expressão em inglês “Cinderella story” (literalmente, “história de Cinderela”) é utilizada para descrever campanhas esportivas surpreendentes e fantásticas, geralmente envolvendo times/esportistas pequenos e subestimados derrotando vários favoritos pelo curso de um torneio ou temporada. Embora nem todas essas histórias acabem com a vitória do “azarão”, aquelas que acabam são eternizadas. Exemplos incluem a vitória da Grécia na Eurocopa de 2004 (futebol) e o domínio da Brawn GP na temporada 2009 (Fórmula 1).
Porém, há de se notar que tais histórias, por si só, podem não ser o suficiente para sustentar um enredo de uma escola de samba. Tendo isso em mente, decidimos revisitar o termo “história de Cinderela” e transformar uma destas sagas num verdadeiro “conto de fadas”. Um conto de fadas que possa, inspirado numa história real, passar as mesmas mensagens de superação e persistência que uma vitória surpresa passa na vida real.



A história base para a criação do nosso “conto de fadas”, denominado “O Milagre das Raposas Azuis”, é a do Leicester City Football Club, time de futebol da Inglaterra. Relativamente desconhecido até o ano de 2015, o Leicester obtera seu melhor resultado no longínquo ano de 1929 e, desde então, foi uma presença instável nas ligas inglesas, tendo alternado entre a primeira e a segunda divisão várias vezes. Em 2002, o time enfrentou uma crise financeira que deu início a um período ainda mais oscilatório do clube, chegando até mesmo a um rebaixamento para a terceira divisão local na temporada 2007-08. A partir daí, o Leicester se recuperou e voltou a crescer, inclusive tendo investidores tailandeses ajudando o clube.
Em 2014, a equipe conseguiu voltar à Premier League, primeira divisão do futebol inglês, e manteve-se lá mesmo depois de uma péssima temporada 2014-15, graças a uma série de vitórias nada menos que milagrosas nos últimos jogos. Porém, uma polêmica estourou envolvendo o time e várias peças-chave da equipe, incluindo o treinador, acabaram sendo dispensadas. Com uma equipe composta de restos de times maiores, poucos recursos em comparação aos gigantes do futebol inglês e um recém-chegado técnico que tivera experiências tão instáveis quanto as do próprio Leicester, a expectativa geral era de que o time fosse rebaixado na temporada 2015-16, ao ponto de que certas casas de apostas inglesas davam chances maiores de Hugh Hefner (fundador da revista Playboy) admitir ser virgem do que de um título do Leicester City.
Contra todas as chances, expectativas e frente a um dos cenários mais desafiadores do mundo, a equipe liderada pelo treinador Claudio Ranieri conseguiu o que se considerava impossível. Não só foram campeões com uma campanha consistente, mas atraíram a atenção do mundo inteiro para a cidade de Leicester. Ninguém sabia quem eram os jogadores que estavam fazendo o tal milagre. Nomes como Riyad Mahrez, Wes Morgan, Kasper Schmeichel e Jamie Vardy, que antes eram mencionados rara e ocasionalmente, começaram a ganhar destaque colossal. De uma hora para outra, Leicester deixou de ser uma cidade inglesa pouco conhecida fora do país e se tornou o centro do que a mídia considerou “a maior surpresa da história do futebol”, tanto pela natureza inesperada da situação quanto pelo nível da oposição que o Leicester teve de enfrentar no caminho para o título.
O enredo do G.R.E.S.V. Ninho do Yata para o desfile 2017.1 da LIESE e 12º CBE é uma versão fantasiosa da história do título do Leicester City. Paralelos entre personagens da história e personagens da campanha do Leicester aparecem por todo o conto, como por exemplo Vanadis e Erio, inspirados em Jamie Vardy (jogador mais conhecido do clube e um dos símbolos da campanha do título) e Claudio Ranieri (treinador do time). Os times da Premier League são representados por tribos, e a Coroa Primal representa o título.
Já o nome da terra mística onde o enredo se passa é uma referência à parte.

                

Durante a produção deste enredo, o mundo inteiro voltou seus olhos para uma outra parte do mundo devido ao futebol: Chapecó, em Santa Catarina. O Desastre Aéreo de Medellín vitimou grande parte do elenco da Associação Chapecoense de Futebol e causou uma comoção a nível mundial, com demonstrações fantásticas de solidariedade e união. O nome da terra mística onde o enredo se passa, “Enko Peshasse”, é meramente um rearranjo das sílabas que formam o nome “Chapecoense”. As divindades da terra são nomeadas em homenagem a jogadores daquele time.
Nós, do Ninho do Yata, mandamos todas as forças que nós temos para o povo de Chapecó e aos familiares de todos que foram vitimados dessa tragédia. Assim como o Leicester City, a Chapecoense é um time de futebol adorado por vir de baixo, de onde ninguém esperava nada, e alcançar resultados enormes, que fizeram um país inteiro torcer para eles. E agora, o mundo inteiro faz parte da massa do Verdão do Oeste, assim como fizeram parte da torcida das Raposas durante sua conquista histórica.
Chapecoense e Leicester City.
Os dois maiores times de futebol do ano de 2016.
Não pararam de sonhar e uniram um mundo inteiro de onde menos se esperava.
Seja “nas alegrias ou nas horas mais difíceis”...
Os dois se eternizaram.

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Ficha Técnica
GRESV Ninho do Yata

Nome da agremiação: Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Ninho do Yata
Fundação: 22/02/2016
Escola Madrinha: GRESV 18 KLT's
Cores: Azul, laranja e prata
Símbolo: Yatagarasu
Presidente e Carnavalesco: Humberto Mansur
Diretor de Carnaval: Diego Pilintra
Diretor de Harmonia: Moisés Zileão
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Hermes e Diana Abayomi
Coreógrafa da Comissão de Frente: Nádia de Oliveira
Bateria: Asas da Revolução - 224 ritmistas
Mestra de Bateria: Mestra Niágara
Intérprete: Luana D'Arc
Título do enredo: “O Milagre das Raposas Azuis”*
Setores: 6**
Número de alas: 27
Número de alegorias: 6 alegorias e 1 tripé
*Esta é a grafia que deve ser considerada para propostas de avaliação do título. Todas as demais estão estilizadas por motivos estéticos.
**Denominados “capítulos”.

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Apresentação

Algumas alas possuem informações suplementares para facilitar a compreensão e a associação entre a história fictícia que criamos e a história do Leicester City. Não deixem de lê-los!
Capítulo I
“Enko Peshasse”
Nosso primeiro setor tratá uma curta apresentação da terra mística Enko Peshasse, onde nosso enredo se passa. Aqui apresentaremos-na como uma terra cheia de criaturas mágicas, além de mostrarmos a Coroa Primal.

Comissão de Frente
“A Magia Primal de Enko Peshasse”
Para iniciar a apresentação do nosso enredo, a comissão de frente mostrará aos espectadores a beleza e a pureza da terra mágica de Enko Peshasse, onde se passa nosso conto de fadas. Uma comissão de frente puramente de chão, será composta por 11 integrantes com fantasias em verde e dourado de formatos variados, representando várias criaturas místicas. Cada fantasia terá alguns LED’s escondidos, e o ápice da comissão acontece quando os integrantes exibem algumas runas pretas em suas fantasias e as tocam, fazendo-as se iluminarem pelos LED’s e ganharem movimentos feitos com o auxílio de eletrônica, tais como o bater de asas.
O segredo da comissão de frente é a utilização de tinta condutora. Em conjunto com fios escondidos nas fantasias, ela pode ser usada para acender LED’s e aparecer ao público como se fosse uma runa mística preta.

Carro Alegórico #01 (Abre-Alas)
“Os encantos da Coroa Primal”
O nosso carro abre-alas apresentará o alvo da ambição daqueles que vivem em Enko Peshasse. A Coroa Primal, joia mística imbuída pelos deuses criadores da terra com quantidades enormes de magia, faz com que a tribo daquele que tocá-la primeiro todo ano prospere em todos os aspectos possíveis e imagináveis. O carro será dominado por um verde fantasmagórico com detalhes em tons escuros, criando um efeito místico sombrio, e soltará fumaça para “esconder” parcialmente sua forma. Ao centro do carro, no topo de uma “montanha”, estará uma enorme pedra cristalina e amarela - a Coroa Primal. Em certos momentos, o carro acende neons amarelos e azuis, que revelam no carro a forma de uma carruagem, representando o poder da Coroa Primal de “iluminar as trevas” e fornecer riquezas. Na frente do carro, um letreiro com a inscrição “YATA”.

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Capítulo II
“Os Combates da Coroa”
O segundo setor será focado em mostrar a situação dos combates da Coroa antes do milagre, apresentando as tribos gigantes e sua dinastia dominante.

Ala #01 (Coreografada)
“Os sagrados guardiões da Coroa”
A ala representa a busca dos enviados das divindades de Enko Peshasse pelas tribos que têm potencial para disputar a Coroa Primal, além de sua tarefa de manter a disputa por ela justa. Coreografada, será composta por integrantes em togas brancas com detalhes verdes e coroas de louros. No centro deles, fica um pequeno elemento cenográfico na forma da Coroa Primal, com o qual eles interagem, venerando-o e fazendo uma “barreira” ao redor deles.

Ala #02
“A Tribo do Diabo”
Esta ala apresenta a primeira das tribos “gigantes” de Enko Peshasse, a Tribo do Diabo. Extremamente dominante e sendo temida por seus tridentes, ela é a campeã em número de vitórias na disputa pela Coroa. A fantasia é vermelha com detalhes em amarelo e lembra um design militar camuflado. O costeiro é em forma de tridente, e o adereço de cabeça é uma coroa formada por chifres. Os integrantes também carregarão um colar de medalhões dourados, representando o número altíssimo de vezes em que a Coroa Primal foi da Tribo do Diabo.
A ala faz referência ao Manchester United, time extremamente tradicional do futebol inglês e o maior vencedor da Premier League. Famosos por suas campanhas consistentes sob o comando do treinador Sir Alex Ferguson (agora aposentado), o United tem o apelido de “diabos vermelhos”, vindo daí o nome da tribo.

Ala #03
“Os Canhoneiros Rubros”
Os maiores adversários da Tribo do Diabo na conquista da Coroa geralmente são os Canhoneiros Rubros, famosos por seus ataques de longo alcance. Esta fantasia terá um pequeno elemento cenográfico em forma de canhão com cada componente. Os integrantes trazem buchas de canhão escuras no costeiro, boinas de guerra na cabeça e emblemas no peito, tudo numa fantasia vermelho-escuro com detalhes azuis.
A ala faz referência ao Arsenal, outro time gigante do futebol inglês. Situado em Londres, o Arsenal é comandado há muito tempo pelo treinador Arsene Wenger, que entre altos e baixos, conseguiu vários títulos da Premier League, incluindo o único título invicto da história do campeonato. O símbolo do Arsenal é um canhão e sua cor principal é o vermelho.

Ala #04
“Os Leões da Aldeia Anil”
Duas tribos da história tiveram evoluções rápidas devido à descoberta de matérias valiosas no território em que elas viviam. A primeira é a tribo dos Leões da Aldeia Anil, que depois do crescimento se tornou a maior rival dos Canhoneiros Rubros. Sua fantasia imitará uma roupa de caça feita com pele de leão (nenhum leão será ferido para fazer as fantasias), com bolsos, uma mochila nas costas contendo equipamentos de batalha à mostra e um acessório de cabeça no formato da cabeça de um leão. Tudo isso na cor azul-anil.
Esta ala representa o Chelsea, time de Londres que, apesar de ter um passado relativamente expressivo, ganhou uma força colossal desde o ano de 2004, quando foi comprado pelo milionário russo Roman Abrahamovic, e desde então é uma potência no continente europeu. Sua cor principal é o azul e seu símbolo é um leão.

Ala #05
“As Águias Turquesa”
A outra tribo em crescimento é a tribo das Águias Turquesa. Rivais ferrenhos da Tribo do Diabo, eles não eram páreo para eles até o enriquecimento, o que tornou-os até mais temidos do que os vermelhos, carregando para combate equipamentos de ponta e magias exclusivas de fora da terra. A fantasia terá grandes asas douradas com runas místicas desenhadas em turquesa, trajes nas cores turquesa e branco com um acessório de cabeça simulando uma cabeça de águia dourada, e pedras preciosas encrustadas numa manopla nas mãos e pulsos dos integrantes.
Esta ala simboliza o Manchester City, time da cidade de Manchester que era um clube regular até o ano de 2008, quando um grupo de investidores liderados por um sheik dos Emirados Árabes comprou o time e transformou em uma superpotência através de contratações milionárias. O escudo do clube (na época da compra) continha uma águia dourada, e sua cor principal é o azul-claro.

Ala #06 + Tripé #01
“Os Escarlates do Rio”
Uma quinta tribo famosa, mas que por azar não conseguira nenhuma vitória na disputa pela Coroa Primal, era a tribo dos Escarlates do Rio. Conhecidos por sua hostilidade à tribo dos Guardiões da Torre Azulada, lutavam sob o emblema de uma ave desconhecida e tinham como símbolo um monstro vermelho que parecia ser feito de água (imaginem o Manchão da Mancha Verde). Esta ala cercará um tripé com a imagem do monstro gigante acima citado, sorrindo com malícia e estendendo a mão para a alegoria atrás da ala. Em volta dele, os integrantes virão com roupas de soldados medievais (incluindo parte de um capacete como acessório de cabeça) nas cores branco e vermelho que parecem ser feitas de penas. Seus escudos e armas imitarão equipamentos de justa.
Também ganhando uma ala para representá-lo está o Liverpool, outro time famoso na Inglaterra com um passado glorioso, mas que ainda não ganhou nenhuma Premier League desde o início do torneio em 1992. Sua cor dominante é o vermelho, e o “rio” é uma referência ao Rio Mersey, que corta a cidade de Liverpool e dá nome ao maior clássico de futebol da Inglaterra, entre o Liverpool e seu rival da cidade, o Everton. Curiosidade: ninguém sabe qual exatamente é a ave no escudo do Liverpool.

Carro Alegórico #02
“A dinastia das tribos gigantes”
Para representar o domínio absoluto das tribos gigantes na disputa pela Coroa Primal, o segundo carro virá com a forma de um castelo-fortaleza. Ele será cor-de ferro, com uma enorme porta de madeira com um X pintado nela. Em cima do castelo, como se “pisando” nele, virão os símbolos das quatro primeiras tribos apresentadas nesse setor (a águia, o leão, o diabo e o canhoneiro) com olhares imponentes. Nas torres do castelo estarão destaques.
Desde que a Premier League foi fundada em 1992 até o ano de 2015, um número surpreendentemente pequeno de times venceu ela: um total de cinco, sendo eles o Manchester United (13 vezes), o Chelsea (4 vezes), o Arsenal (3 vezes), o Manchester City (2 vezes) e o já decadente Blackburn Rovers (1 vez), que não está mais na primeira divisão. São comuns críticas ao Campeonato Inglês devido à dominância absurda do quarteto “gigante” (Manchester United, Chelsea, Arsenal, Liverpool) - que mais recentemente tornou-se um quinteto com a entrada do Manchester City - e o seu nível hiper-capitalista que dificulta outros clubes de conseguirem um título.

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Capítulo III
“Vanadis”
Nosso terceiro setor focará em Vanadis, personagem principal da nossa história. Uma jovem valquíria que sempre quis lutar pela Coroa e passará por muito antes de alcançar seu sonho.

Bateria
“A valquíria ferreira”
A inovação da vez vem na bateria, que será composta exclusivamente por mulheres. Elas vêm representando a nossa personagem principal da história, Vanadis, em seus tempos mais jovens, onde ela era uma ferreira. A fantasia virá com um elmo de guerreira e uma armadura (falsa para não prejudicar a movimentação dos integrantes) na cor cinza-claro, com detalhes em um tom de laranja lembrando metais incandescentes. Desenhos de ferramentas de ferragens estilizadas adornarão a fantasia.
Sendo Vanadis uma referência ao jogador Jamie Vardy, esta ala faz referência ao período inicial de sua carreira, onde Vardy trabalhava ganhando 30 libras por jogo em um time de sétima divisão e completava sua renda com turnos de 12 horas numa fábrica.

Ala #07
“A quebra da regra sacra”
Esta ala representa o momento em que Vanadis quebra a regra sacra de Enko Peshasse para proteger um amigo de ser roubado. Ela vê um ladrão invadindo a casa dele e imediatamente entra em combate com o invasor, sem dar atenção às leis do reino. Fantasia nas cores vermelho-sangue e prata, com detalhes imitando sangue no corpo e nos braços. O adereço de cabeça é um capuz de ladrão, e o costeiro contém uma faca e uma espada cruzadas.

Ala #08
“Sem a luz da lua”
A ala representa o momento da história em que Vanadis recebe sua condenação por violar a regra sacra de Enko Peshasse e fica impossibilitada de sair ao luar. A ala tem uma fantasia azul-escura e prateada, com adornos em forma de lágrima e bolas de ferro prateadas presas ao costeiro. O adereço de cabeça é uma coroa de espinhos azul-cinzenta.
Esta ala e a ala anterior fazem referência a um episódio onde Jamie Vardy foi acusado de agressão ao tentar defender um amigo surdo e foi punido com um toque de recolher, atrapalhando sua já complicada carreira semi-profissional.

Ala #09
“As docas”
Mesmo com a condição extra terrível que sua punição causou, Vanadis não quis se dar por vencida, e logo buscou novas oportunidades, conseguindo um trabalho na região portuária de Enko Peshasse. Esta ala trará cordas e uma âncora no costeiro, trajes nas cores branco e laranja e asas pequenas no adereço de cabeça.
Esta ala faz referência ao Fleetwood Town, time no qual Vardy jogou logo antes de ser contratado pelo Leicester. A performance de Vardy no time foi impressionante, sendo artilheiro da divisão e garantindo um acesso para a divisão superior.

Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
“O encontro entre Vanadis e Nidalo”
Nidalo, uma das divindades de Enko Peshasse, despertou certo interesse pela jovem valquíria e sua bravura. Assim, ele preparou uma situação para testar se ela era realmente quem dizia ser, e ao ver a menina quebrar as regras novamente para proteger alguém, decidiu recompensá-la. O mestre-sala, representando Nidalo, vestirá roupas verdes com detalhes brancos e dourados. Sua fantasia terá uma coroa branca na cabeça representando sua divindade e pureza. Sua capa utilizará um tom de verde mais escuro que o resto da fantasia. A porta-bandeira, representando Vanadis, utilizará uma fantasia verde e cinzenta com detalhes brancos. O adereço de cabeça será um elmo de combate adornado com detalhes azuis. A parte de trás da fantasia trará asas (pequenas e verticais para não atrapalharem a evolução do casal) brancas. Uma pequena adaga estará embainhada no lado oposto ao da bandeira.

Ala #10 (Passistas)
“O voo da valquíria”
O encontro com Nidalo deixou Vanadis num estado físico e psicológico que ela nunca imaginara. Livre de sua pena e mais motivada do que nunca, ela passou a trabalhar com uma força ainda maior do que ela já tinha, chamando a atenção de uma certa tribo. A fantasia das passistas será prateada e enfeitada com safiras, com armações metálicas representando asas abertas.

Carro Alegórico #03
“Vanadis, Raposa Azul”
O carro alegórico que fecha o terceiro setor representa a chegada de Vanadis à tribo das Raposas Azuis seguindo o que Nidalo disse a ela: juntar-se a uma tribo sem se preocupar com sua grandeza e deixar com que o milagre aparecesse. Em um tom de azul claro, esta alegoria terá fios finíssimos esticados decorando suas laterais. Em seu centro, Vanadis aparece com sua espada e com sua armadura cinza sendo tomada pela cor azul. Raposas azuis estarão na frente do carro.

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Capítulo IV
“A Tribo das Raposas Azuis”
No quarto setor, apresentaremos as Raposas Azuis. Uma tribo bem pequena e modesta que nunca teve seu nome alçado aos céus… até aquele ano milagroso.

Ala #11 (Coreografada)
“O passado das Raposas”
A tribo a que Vanadis tinha se juntado não tinha um grande histórico nos combates. Não haviam disputado a Coroa há alguns anos, e em todas as vezes que tentaram, não chegaram nem perto de um bom resultado. Esta ala terá uma fantasia que dá o efeito de estar se desfazendo ao longo dos braços dos componentes. Trajes simples de mangas longas e calças normais mostram as Raposas como uma tribo humilde e sem destaques. Em certo momento, os componentes fazem um círculo e estendem a mão em direção ao centro, como se tentassem alcançar algo invisível (no caso, a Coroa Primal).

Ala #12
“Vanadis, a heroína”
A chegada de Vanadis, apesar de ter sido morna no começo e levantado dúvidas, acabou se tornando um grande ponto de virada para a tribo. A garota mostrava-se energética, extremamente disposta a treinar e não deixava seus colegas caírem em marasmo pela ideia de nunca conseguirem alcançar a Coroa Primal. A fantasia desta ala será dourada com detalhes em azul e terá a forma de uma armadura de valquíria, completa com asas e capacete.

Ala #13 (Baianas)
“A procissão para o antigo Rei”
Algum tempo depois da chegada de Vanadis, moradores da tribo das Raposas encontraram, por acidente, a ossada de um antigo rei das terras onde Enko Peshasse se localizava. Notando a importância daquilo, as Raposas fizeram uma procissão para o rei a fim de honrar seu espírito. A fantasia das baianas será branca com detalhes azuis acima da cintura e transicionará para dourado com detalhes em vermelho na parte de baixo. No costeiro, um par de mãos unidas em gesto de oração.

Ala #14
“O desastre dos Veados”
Um evento triste na tentativa de Vanadis de alçar as Raposas novamente à voos mais altos aconteceu quando elas disputavam com os Veados do Sudeste. Uma falha inexplicável de um guerreiro da tribo azulada envergonhou a tribo perante os sagrados guardiões da Coroa, atrasando o sonho de voltar a disputar a Coroa Primal. Esta ala tem as cores amarelo e vermelho, porém em um tom mais acinzentado, indicando melancolia. Uma galhada de veado encontra-se no costeiro com um olhar maléfico em direção ao componente.
Esta ala faz referência a um momento dramático da Championship (segunda divisão inglesa) de 2012-2013. O Leicester City estava disputando os play-offs de promoção contra a equipe do Watford, com o placar agregado de 2-2, quando um pênalti a favor do Leicester foi marcado no final da partida. Infelizmente, o pênalti não só foi perdido, como deu origem a um contra-ataque que resultou num gol do Watford, eliminando o Leicester.

Ala #15
“O prelúdio do milagre”
O desastre dos Veados não foi suficiente para apagar o ânimo e a esperança das Raposas Azuis para sempre. Após recuperarem-se do trauma, as Raposas brilharam e reconquistaram seu espaço na disputa pela Coroa Primal. Logo depois, eles tentaram avançar descoordenadamente em busca do prêmio maior, mas falharam, e estavam a caminho de uma performance capaz de ejetá-los da disputa do ano seguinte quando um milagre aconteceu e as Raposas conseguiram impressionar os combatentes de Enko Peshasse com uma virada heroica no final da disputa. Esta ala tem uma fantasia branca, envolta em anéis de neon na cor amarela, com uma foice (também iluminada por neon) na mão, uma auréola de luz branca na cabeça e um costeiro dourado em forma de uma raposa extremamente voraz, representando a recuperação da tribo.
Após conseguir a promoção um ano depois do incidente contra o Watford, o Leicester fez uma campanha terrível na sua volta à Premier League, estando em último lugar a 9 rodadas do fim e dado como certamente rebaixado. O time conseguiu 7 vitórias e 1 empate nos últimos 9 jogos, salvando-se do rebaixamento e terminando o campeonato num confortável 14º lugar.

Ala #16
“A traição do salvador”
Num momento em que as Raposas pensavam ter se safado de uma situação complicada, uma bomba atingiu a tribo. Foi descoberta a traição do General da Coroa deles, e ele teve de ser exilado, fazendo com que as esperanças para o ano seguinte fossem severamente abaladas. Esta ala virá em preto, com uma caveira branca no adereço de cabeça dando um sorriso maléfico e um punhal de mentira fincado na parte de trás da fantasia.
Pouco tempo depois de salvar-se do rebaixamento, um vídeo vazado mostrou três jogadores do Leicester, incluindo um filho do treinador Nigel Pearson, em atividades sexuais com mulheres tailandesas, inclusive com registros de xingamentos racistas. Sendo o dono do Leicester City tailandês, o episódio não foi perdoado, e Pearson foi demitido.

Carro Alegórico #04
“O retorno do espírito de um Rei”
Quando as Raposas estavam se perguntando o porquê de seu General da Coroa ter sido revelado como um traidor, o espírito do antigo rei que havia sido enterrado por lá despertou e deu às Raposas uma iluminação sobre os acontecimentos recentes. Este carro alegórico terá a forma de um grande altar de descanso, com tributos e flores ao redor de um enorme sepulcro de cor cinza-chumbo. Acima do sepulcro, uma figura de rei, com uma ostensiva capa vermelha, estará “flutuando” com a ajuda de efeitos especiais e brandindo seu cetro.
No ano de 2012, a ossada do antigo rei inglês Ricardo III foi encontrada num estacionamento de Leicester. Três anos depois, em 2015, o rei foi enterrado numa catedral de Leicester. Na época, o Leicester estava em último lugar na Premier League, e a data do enterro coincidiu com o começo da virada heroica que permitiu a manutenção do Leicester na primeira divisão inglesa. É dito que o enterro do rei foi uma das razões para os milagres do Leicester City. Este evento é referenciado também na ala 13.


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Capítulo V
“Mestre Erio”
Em nosso quinto setor, falaremos um pouco sobre o Mestre Erio, o General da Coroa das Raposas. Ele é um pouco excêntrico com seus métodos de treino e não teve um passado muito sólido, mas ele ainda tem muito a ensinar.

Ala #17
“O antigo Leão”
No passado, Erio teve até certa fama nas terras de Enko Peshasse, tendo sido General da Coroa dos Leões da Aldeia Anil até o momento em que eles tiveram seu crescimento colossal e se tornaram uma das tribos gigantes. A fantasia da ala será em cor de sépia com detalhes em azul, com o adereço de cabeça imitando uma cabeça de leão e um costeiro com um escudo antigo.
Um fato curioso sobre Claudio Ranieri, treinador do Leicester durante a campanha milagrosa, é que ele fora o treinador do Chelsea na época em que o time foi comprado por Abrahamovic. Na época ele fora substituído por José Mourinho, que alegou que Ranieri estava “ultrapassado”. A declaração voltou de maneira cármica quando a derrota do Chelsea para o Leicester custou o emprego de Mourinho em sua segunda passagem pelo Chelsea.

Ala #18
“Um mestre andarilho”
Depois de sair da tribo dos Leões, Erio passou muito tempo perambulando pelas terras daquele mundo, mesmo fora de Enko Peshasse, para adquirir novos conhecimentos e novas técnicas, em troca ensinando os princípios que sabia. A fantasia trará uma enorme mochila verde-escura, chapéu de aventureiro, capa preta e um bastão de madeira no qual os andarilhos se apoiarão.

Ala #19
“Os sinos do moral”
Os métodos de Erio como General da Coroa eram considerados extremamente excêntricos. Ele tinha um hábito muito estranho de carregar sinos com ele e imitar seus sons. A fantasia desta ala é composta por sinos de mão e “caudas” de pano na parte traseira. Ela tem a cor bronze com detalhes pretos, e o adereço de cabeça é um “chapéu-maluco”, representando o que as pessoas pensavam da excentricidade de Erio.
Apesar de parecer uma brincadeira, uma característica de Claudio Ranieri como treinador era imitar sons de sinos para manter seus jogadores focados no treino. A expressão “Dilly-ding-dilly-dong” tornou-se meme dos fãs do Campeonato Inglês.

Ala #20 (Crianças)
“Os doces de Erio”
Outra característica marcante de Erio era a sua maneira de recompensar seus soldados por bons resultados nos treinos. Ele preparava doces com especiarias e técnicas de culinária de fora de Enko Peshasse e distribuía aos guerreiros após um treino satisfatório. As crianças virão com fantasias altamente coloridas, contendo macarons no chapéu, parte superior branca e calças em cores vistosas.
Outro momento marcante na campanha de Ranieri foi quando ele prometeu aos seus jogadores levá-los a uma pizzaria caso conseguissem evitar tomar gols contra a equipe do Crystal Palace, visto que a equipe havia tomado gols em todos os jogos anteriores. A equipe conseguiu e Ranieri cumpriu sua promessa. No enredo, doces substituíram as pizzas para que ficasse mais adequado com a temática de terra mágica.

Ala #21 (Coreografada)
“O treinamento de contra-ataque”
Depois de conviver com as Raposas por algum tempo, Erio acabou percebendo um detalhe sobre elas: apesar de fracas em alguns quesitos, toda vez que elas eram atacadas, elas conseguiam virar a situação em um contra-ataque mortífero. Para representar esta ala, usaremos uma armadura na cor púrpura com contornos geométricos (inspirados na personagem Black Lotus, do anime Accel World) que contém, em vários lugares, armas escondidas, como bate-estacas e adagas. Os integrantes serão instruídos a revelar estas armas em sincronia na frente das cabines de jurados.
A execução de táticas do Leicester City, assim como em qualquer outro time, é essencial para a vitória. Para executar um feito como a vitória da Premier League, seria necessária uma tática excepcional. Claudio Ranieri descobriu que a tal tática excepcional do Leicester era o contra-ataque, e com isso, o time surpreendia a todos vencendo oponentes no contrapé mesmo com estatísticas baixas.

Carro Alegórico #05
“Raposas Azuis prontas para o combate”
Este carro representa a culminação de tudo o que os setores anteriores apontaram: a renovação das Raposas, as esperanças de Vanadis e o treinamento de Erio, que transformaram a antes irrelevante tribo em uma ameaça silenciosa porém mortífera às tribos gigantes da disputa pela Coroa. Este carro alegórico representa uma pequena floresta com algumas raposas azuis escondidas dentro da “folhagem”. Ou seja, o carro será majoritariamente verde, porém em certos momentos, as figuras de raposas saem de seus esconderijos armadas (com cinturões e garras afiadas) e prontas pro combate. O destaque central do carro, observando tudo de uma plataforma feita para simular uma pedra do lado de uma cachoeira, será o próprio Mestre Erio, em trajes de aventureiro na cor bege e com seus famosos sinos.


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Capítulo VI
“O Milagre das Raposas Azuis”
Finalmente, encerraremos nosso desfile contando o Milagre das Raposas Azuis em si. A história da tribo pequena que surpreendeu a todos conquistando a Coroa contra as tribos gigantes e enchendo Enko Peshasse de esperança.

Ala #22 (Coreografada)
“O primeiro avanço”
O começo da disputa pela Coroa Primal foi um belo indicativo de que as Raposas não estariam ali só para fazer número. Já de início, o ataque rápido da tribo combinado aos seus contra-ataques extremamente eficientes causaram um rebuliço que jogou a tribo azul na frente da disputa pela Coroa. Esta ala será composta por integrantes vestindo trajes de guerreiros medievais, com cota de malha de ferro pintada de azul e espadas longas, fazendo um avanço contra outros integrantes, vestindo também trajes de guerreiros medievais em cores variadas. Nos integrantes que representam as Raposas Azuis, uma raposa estilizada estará pintada nas costas em branco.
O Leicester começou sua campanha na temporada 2015-2016 de maneira sensacional, mantendo-se invicto nos seis primeiros jogos, coisa que nenhum outro time, nem mesmo os “gigantes” do futebol inglês, conseguiram. Era o primeiro indício de que aquela temporada seria histórica.

Ala #23
“O contra-ataque dos Canhoneiros”
O estilo de combate desenvolvido pelas Raposas Azuis tinha uma fraqueza: os ataques à longa distância dos Canhoneiros Rubros. Apesar da perseverança das Raposas em manter seu combate firme, eles ainda tiveram que lidar com o atraso causado pelos canhões. A fantasia desta ala é uma fantasia imitando guerrilhas, com um canhão enorme no braço, pintura de guerra no rosto e uma caixa de munição nas costas. A cor principal será o vermelho.
Durante toda a campanha do Leicester, eles sofreram apenas três derrotas, sendo que duas delas foram para o Arsenal. Sendo assim, os Canhoneiros aparecem na história como sendo, de maneira figurativa e literal, o maior empecilho das Raposas.

Ala #24
“A retomada do topo”
Mesmo sob os ataques dos Canhoneiros, as Raposas se mostraram “osso duro de roer”. Haviam conseguido tomar o topo da montanha rapidamente antes, mas não conseguiram se segurar após o ataque. A reação deles, ao invés de se abater, foi tentar novamente, o que resultou neles recuperando e dominando o topo de surpresa. Outras tribos tentavam e tentavam, mas não conseguiam bater as Raposas. Os integrantes desta ala carregam adereços de cabeça em formato de cabeça de raposa que olham para baixo, como se vigiando algo. Eles carregam lanças, vestem trajes verde-escuro e levam escudos que aparentam ser de ferro. Os sapatos da ala são mais altos que o normal e dão a impressão de que os integrantes estão em um lugar bem alto.
A campanha extraordinária do Leicester começou a ganhar notoriedade quando reparou-se um feito histórico do time no dia de Natal: o Leicester fora o primeiro time a estar na última colocação da liga no natal de um ano e na liderança da mesma no ano seguinte. Essa reviravolta é representada nesta ala.

Ala #25
“A impotência da dinastia”
A parte mais surpreendente do que as Raposas haviam feito até ali não era apenas o fato de que eles estavam alcançando o topo, mas o fato de que eles se mostravam perfeitamente capazes de confrontar a maioria das tribos gigantes, e mesmo os Canhoneiros não poderiam conter as Raposas para sempre. A fantasia desta ala conta com pintura facial de guerra, pelos de raposa (falsos) em cor alaranjada, armas de cor azul e branco nas laterais, capacete de soldado e um costeiro contendo símbolos das tribos gigantes dando a impressão de terem sido esmagados. Cada fantasia contém apenas um dos símbolos.
Apesar do nível surpreendente da campanha, os mais céticos acreditavam que o Leicester não conseguiria se segurar contra os maiores times da liga. Porém, esses receios foram provados inválidos várias vezes, mais notavelmente quando uma vitória sobre o Chelsea custou o emprego do técnico do gigante londrino e quando o Manchester City (que tinha jogadores que, sozinhos, custavam o dobro do time principal do Leicester inteiro somado) foi atropelado pelas Raposas em seu próprio estádio. Esses jogos notáveis deram a todos a sensação de que sim, o Leicester estava se encaminhando para um título improvável e milagroso.

Ala #26
“A aclamação das Raposas”
O sucesso das Raposas em sua missão de alcançar a Coroa Primal começou a despertar nas outras tribos de Enko Peshasse o sentimento de esperança. Há muito tempo perdido por causa do domínio das tribos gigantes, ele se reacendia vendo tribos pequenas tão próximas da vitória. Assim, praticamente toda tribo passou a torcer fervorosamente para as Raposas. A fantasia da ala tem cores e costeiros diferentes para cada integrante, cada um representando símbolos de outras tribos (torre, tordo, cristal, cisne…). O que não muda em nenhuma fantasia é o adereço de cabeça: uma máscara azul de raposa.

Ala #27
“O último embate - Os Galos da Capital”
O último adversário das Raposas Azuis antes que elas conseguissem alcançar a Coroa Primal foi a tribo dos Galos da Capital, que também estavam almejando a Coroa e conseguiram finalmente chegar perto do topo. A fantasia da ala é de cavaleiro, em branco com detalhes azul-escuros, com lanças nas mãos e desenhos de galos no costeiro. Na cabeça, um adereço simples com um galo de briga.
A três rodadas do final do campeonato, o único time capaz de alcançar o Leicester era o Tottenham Hotspurs, time de Londres que vinha fazendo campanhas decentes para a parte superior da tabela nos últimos anos, mas que não conseguia tirar o título dos times grandes. Sendo assim, os Spurs, como são conhecidos, acabaram tendo o posto de “chefão final” do Leicester. O Tottenham tem como sua cor principal o branco e seu símbolo é um galo.

Carro Alegórico #06
“A vitória - Coroação das Raposas Azuis”
Nosso último carro alegórico trará a concretização do Milagre das Raposas Azuis, com a vitória de Vanadis e seus companheiros na disputa pela Coroa Primal. A figura central do carro é o yatagarasu símbolo da Ninho do Yata, que estará segurando em suas patas uma coroa, que por sua vez estará sendo colocada na cabeça de uma enorme raposa azul. O resto do carro será ornado pelas cores azul e dourado, com a Coroa Primal estando na parte da frente, pulsando uma luz amarela. As laterais do carro terão pomos de ouro abaixo dos queijos, representando a prosperidade que as Raposas Azuis conseguiram como recompensa pela vitória.
Na antepenúltima rodada, o Leicester empatou com o Manchester United. Nessa situação, poderia ser campeão ganhando seu próximo jogo ou se o Tottenham não vencesse seu jogo contra o Chelsea. Num jogo que ficou conhecido como “Batalha de Stamford Bridge” (em referência a um combate de guerra de quase mil anos atrás) pela sua violência, o Chelsea alcançou um empate depois de ficar atrás no placar por dois gols, dando assim o título histórico ao Leicester City.

Velha Guarda
“De 2016 para a eternidade”
Encerramos nosso desfile com uma velha guarda que homenageia os dois principais times de futebol homenageados no enredo: o Leicester City, por sua campanha fantástica que culminou no título, e a Chapecoense, por sua campanha fantástica que terminou em tragédia, mas que nunca será esquecida pelos amantes de futebol. Os trajes da velha guarda serão trajes tradicionais com desenhos em forma de uniformes de futebol nas cores azul e verde. Os detalhes do uniforme (tais como número) estarão em branco, e carregarão no peito o emblema tanto do Leicester quanto da Chapecoense. Após a passagem da velha guarda, dois bandeirões com o emblema dos dois times passarão pela avenida, finalizando definitivamente o desfile.

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Tabela de Analogias
Para facilitar a compreensão das referências no enredo, segue uma lista de associações:

         Enko Peshasse - Chapecoense
         Coroa Primal - Premier League
         Raposas Azuis - Leicester City
         Tribo do Diabo - Manchester United
         Canhoneiros Rubros - Arsenal
         Leões da Aldeia Anil - Chelsea
         Águias Turquesa - Manchester City
         Escarlates do Rio - Liverpool
         Galos da Capital - Tottenham Hotspurs
         Cisnes das Outras Terras - Swansea City
         Cavaleiros de Cristal - Crystal Palace
         Guardiões da Torre Azul - Everton
         Tordos do Oeste - West Bromwich
         Rosas Vermelhas - Blackburn Rovers
         Veados do Sudeste - Watford

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Comentários do Autor

*descendo das asas do yata*

Olá a todos. Humberto Mansur aqui, satisfeito em terminar outro enredo. Vamos que vamos!

Enfim, esse enredo pra mim é algo completamente especial. Faz parte da vida de um carnavalesco ver os erros cometidos em enredos passados e não repeti-las no futuro. No enredo sobre os otakus, percebi duas falhas maiores que eu poderia ter consertado: a sinopse enorme (óbvio) e o fato de que o enredo contava uma história cheia de termos complicados (um pouco menos óbvio). Acontece que esse segundo é meio que uma consequência da característica de “revolucionária” da Ninho do Yata em pegar enredos que nenhuma outra escola faria, então não poderia ser consertado. Qual a solução, nesse caso?

Simples, fazer uma história complicada que não seja complicada!

… E pode parecer estranho, mas a ideia do enredo foi exatamente essa. Pegar uma história fantástica, destilar seus elementos principais e transformar em algo bem chamativo e carnavalizável. Daí pra frente é só questão de escolher o que você quer atribuir, evitar abstração em excesso… trabalho básico de carnavalesco.

Quanto ao tema, eu sinceramente sinto que o feito do Leicester City é subestimado. Até 2015 ninguém nem lembrava que eles existiam, e do nada eles estão atropelando uma das ligas de futebol mais famosas do mundo! Eu, particularmente, torço pelo Everton na Premier League, mas sempre aprecio uma boa surpresa, e eu lembro de ter ficado feliz pra caramba quando soube que o Leicester tinha conseguido. Definitivamente, um milagre. E quanto mais você se aprofunda na história, mais encantadora ela fica. Um fato curioso: sabiam que “Vanadis”, o nome da personagem principal da nossa história, é outro nome para Freya, deusa nórdica da guerra?

Infelizmente o mundo do futebol não é feito só de felicidades. Eu lembro perfeitamente do meu pai vindo me acordar naquela manhã de 29 de novembro, coisa que ele quase nunca faz, e falando na voz mais calma do mundo:

“Humberto, olha que tragédia. O avião que levava a delegação da Chapecoense caiu.”

E eu só consegui responder com “O QUÊ!?”. Confesso aqui que tenho um medo danado de aviões, não por medo de altura, mas por ter medo de que um dia eu acabe sendo vítima de uma tragédia dessas. E com a Chapecoense, que era um time tão amado exatamente pelos motivos do Leicester… como foi triste. Cada demonstração de solidariedade, cada “meme” que a internet fazia pra homenagear a Chape… era ao mesmo tempo lindo e uma facada no peito.

E foi aí que veio a ideia de homenagear a Chape sutilmente na história do enredo que já homenageava o Leicester, Ajudava muito o fato de que muitos brasileiros, ao descrever o que a Chape representava pra gente pro pessoal lá de fora, diziam que ela era como “o Leicester brasileiro”. E é uma comparação justíssima: dois times que até anos atrás não eram conhecidos, que não tinham grandes nomes no elenco, mas que por pura força de vontade e trabalho, conseguiram fazer milagres. O enredo toma algumas liberdades poéticas de inserir jogadores como Danilo, Ananias e Kempes na história apesar de não só eles nunca terem encontrado jogadores do Leicester, mas também apesar do desastre aéreo de Medellín ter ocorrido meses depois do milagre do Leicester já ter se concretizado. É parte da imersão e da homenagem.

Uma última coisa que pode não ter ficado clara sobre o enredo. A Coroa Primal é uma pedra mística, mas não necessariamente possui o formato de uma coroa. Diria que ela tem o formato de uma pedra comum. A história não conta isso porque, bem, só seis tribos conhecem o formato verdadeiro da Coroa, não é?

Me despeço por aqui desejando sorte às co-irmãs, parabéns ao Leicester e mais uma vez, #forçaChape.

Bibliografia

Enredo para o 12º Concurso Brasileiro de Enredos e para o desfile oficial LIESE 2017.1
Por Humberto Mansur

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