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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Enredo 1603 - SAMBALANÇO






 FICHA TÉCNICA

ESCOLA ACADÊMICOS DO SACODE

 

Carnavalescos: Mariano Pinto e Pedro Figueira

e-mail: is.rodrigues@yahoo.com.br

 

 

INTRODUÇÃO

 

Nem todos conhecem o Sambalanço, aliás a grande maioria das pessoas estranha ao ouvir este nome pela primeira vez. Mas afinal, o que é o Sambalanço, o “Samba de Balanço”? Um ritmo? Uma música? Um grupo? Um movimento artístico, sentimento? Ou apenas uma dança? Estudiosos da cultura popular brasileira, como Tarik de Souza consideram o Sambalanço um elo perdido da música nacional, um filho esquecido do Samba que ganhou as pistas durante a década de 1960.

A Acadêmicos do Sacode em 2021 pretende contar um pouco dessa história, reviver os tempos do Sambalanço. O ritmo nasceu dentro das fábricas e do exército, com Paulo Silvino, Orlann Divo entre outros: entre batucadas, sons tirados através de molhos de chaves, inclusão de composições nas ordens do dia dos Generais. Aos poucos os insights foram ganhando espaço, rompendo as barreiras e incorporando ritmos como o Jazz, o Merengue e o Soul. Instrumentos musicais como o piano, saxofone, sonovox, e o tradicional pandeiro faziam parte do repertório musical.

Havia uma variação melódica distinta da Bossa Nova, o Sambalanço tem singularidades: um ar frenético, energizante, dançante, é a bossa feita para dançar, uma verdadeira explosão. As músicas traziam uma espontaneidade, uma forte coloquialidade presente nas onomatopeias: “thacatha”, “ziriguidum”, “be-bop”, “skindô”, entre tantas outras. Algumas composições eram triviais no jukebox: “O Ganso”, “Bolinha de Sabão”, “Palhaçada” e “Teleco-teco”.

O Sambalanço ganhou espaço, nas boates, nas gravadoras, nos salões. A Lapa durante a década de 1960 abrigou as principais gravadoras do ritmo. Era um universo rico, com LP’s, pistas em acrílico, globos espelhados, coloridas formas de iluminações, figurinos e estamparias invejáveis.

O Rio de Janeiro se tornou o maior reduto de Sambalanço do Brasil. São muitos nomes, Ed Linconl, Elza Soares, Doris Monteiro, Orllan Divo, Miltinho, Jorge Ben Jor, entre tantos outros. Queremos homenagear este movimento cultural, resgatar as memórias, traduzir este universo, saudar os grandes cantores e apresentar seu legado imortal.

 

 

  


SINOPSE (em letra de Sambalanço):

SAMBALANÇO: A BOSSA QUE DANÇA

 

Sou movimento que alterou a marcha

Fresta na disciplina, no rigor e nas fileiras

Do ruído das fábricas fiz ritmo e energia

Sou o balanço, som que rompe barreiras

 

Sete chaves... sete notas, são as mãos do inventor

Do caribe meus tambores... do Jazz novos amores...

Nas frequências do sonovox, sacodem meus pandeiros

Porto musical, se fez celeiro

Aqui descubro um mundo mais vibrante

Minhas dores já se esvaem, virei onda sibilante

 

Ziriguidum, sou cantoria, poema que anoitece o Samba

O tracejo da língua, palavra mais dançante

Rabisco skindô, um verdadeiro manto vermelho bamba

Ziriguidum, sou composição

onomatopeia na partitura e marca riscada no salão

 

Sou o balanço meu amor, gingado de gafieira, bossa das pistas

Luzes que despertam

Dança que contamina, pulsa e energiza

Vibrei com o malandro, fui passo da cabrocha

Onde o sapateado gasto é o mesmo que me deslancha

 

Então Balança! Balança total!

Faz a alma dançar, energia vital!

 

Ficha que cai, é voz que ecoa...

As mãos louvam Divo, Elza e Miltinho

Nomes vindouros feito Ed Linconl

Estrelas que me traduzem tantas saudades, ah saudades...

passeiam... sagradamente sob a luz de um canto imortal

Prazer, meu nome é Sambalanço, minha raiz é o carnaval!

 

 

Mariano Pinto e Pedro Figueira

 

ESTRUTURA DE DESFILE:

Número de componentes: 3.600

Alas: 20

Alegorias: 5

Tripés: 2

 

SETOR 1 – A ENERGIA DO BALANÇO:

Representa ludicamente a pura e verdadeira essência do Sambalanço. É um setor moderno, esteticamente na década de 1960, que começa com a questão do exército e das fábricas, locais onde o ritmo nasceu, mas, neste caso, a Acadêmicos do Sacode transformou em uma cintilante usina de energia.

 

COMISSÃO DE FRENTE: Desconsertando a macha

 

A comissão é composta de duas fantasias: (1) representa um soldado mecanizado, que marcha duro e anda em fileiras – remetendo ludicamente ao exército e as fábricas, ambiente de criação do Sambalanço; (2) representa o dançarino de Sambalanço, swingado, noturno e brilhante, o anoitecer do Samba, trazendo um requebrado e uma atmosfera brilhante.

Primeiro ato: os 7 soldados marcham, fazem fileiras e se cumprimentam roboticamente em uma coreografia inspirada no exército;

Segundo ato: os soldados serão (des)consertados pelos 7 dançarinos que saem do Tripé, fazendo interromper seu andar mecânico ao mexerem no gira corda atrás da fantasia. Simultaneamente, as luzes em LED da fantasia do dançarino de Sambalanço começam a iluminar a pista – transformando o ambiente em uma pequena boate;

Terceiro ato: os chapéus dos soldados se abrem lançando uma chuva de papel laminado dourada e eles começam dançar freneticamente, enquanto os chapéus (globos espelhados) dos dançarinos de Sambalanço piscam e eles, coreograficamente, giram feito globos de boates;

Quarto ato: o tripé composto por um globo de LED e acrílico projeta em seu desenho ondas da calçada de Copacabana – simbolizado a cidade de origem do Sambalanço. Por fim, os pistões soltam fumaça (como uma fábrica em funcionamento), e as ondas começam a pulsar, como se estivem aumentando a frequência.

TRIPÉ – A ESSÊNCIA DO SONOVOX

 

*Vide ficha de Alegorias

 

1° CASAL MS e PB: Ela-Gira, Ele-Ginga

 

O Casal de Mestre e Sala e Porta Bandeira representa a união perfeita entre dois estilos. A fantasia de ambos tem toques modernos remetendo aos anos 60. A do Mestre Sala é intitulada Ele-Ginga, uma referência ao Malandro e ao Samba com um toque carnavalizado. O chapéu, as listras da saia e da camisa e o sapato fazem referência a este personagem. A Porta Bandeira é uma referência a dança de Salão, as Cabrochas e ao sapateado. A fantasia é intitulada Ela-Gira, com bolinhas e babados na barra da saia, faisões degradê em vermelho, e a cabeça com uma estrutura encaracolada que brilha e compõe com os costeiros do casal. Juntos, Ele e Ela, Gira e Ginga, fazem emergir um encontro singular chamado Sambalanço.

 

ALA 1 – Operários do Ritmo

 

A ala faz uma alusão aos trabalhadores do “chão de fábrica” e a disciplina, trazendo diversos símbolos que remetem a este universo, entre macacões, ferramentas e capacetes. Contudo, não são apenas operários, são operários do ritmo. Seus macacões em vermelho amaranto, quando desabotoados coreografadamente, revelam variadas estamparias de bolinhas, listras, e mosaicos, um verdadeiro sambalancista. O adereço de mão confeccionados em acetato, antes ferramentas, invertidos, transformam-se em notas musicais.

ABRE-ALAS – A USINA DE ENERGIA DO SAMBALANÇO

 

*Vide ficha de Alegorias

 

SETOR 2 – VÁRIAS INFLUÊNCIAS, MUITA BRASILIDADE

Representa as influências rítmicas, dos instrumentos: como o som do molho de chaves, da importância do Jazz, do Soul e do Merengue para o Sambalanço. Contudo, há uma brasilidade especial implícita, não é um simples apanhado de elementos externos, o toque é tropicalizado e cariocado, representações no Farol da Ilha Rasa, que na porta da Baía de Guanabara, recebe os ritmos, no pandeiro simbolizando um porto e na estamparia florida e calorosa.

 

ALA DAS BAIANAS – Molho de Chaves

 

O Sambalanço foi um ritmo que se popularizou a partir da necessidade de músicas com mais swing e que permitissem um novo modo de dançar. Nesse sentido, Orlann Divo começou a se apresentar com uma nova forma de fazer música: em uma das mãos carregava um molho de sete chaves e com a outra batia para emitir som. A partir daí surgiu o termo “Samba molho de chaves” e as baianas da Acadêmicos do Sacode representarão esse marco inicial do ritmo. Elas estarão com uma roupa com predominância da cor bege com muitos babados branco e dourados e estamparia de notas musicais. Elas estarão com um molho de sete chaves douradas no pescoço. A cabeça será um turbante com plumas brancas e nas mãos carregarão grandes leques

 

TRIPÉ 1 – SETE CHAVES, SETE NOTAS MUSICAIS

 

*Vide ficha de Alegorias

 

ALA 2 – As influências: Jazz, Soul e Merengue

 

O surgimento dos primeiros balanços do ritmo teve clara referência ao Jazz, Soul e Merengue. Talvez a maior proximidade desses ritmos com o Sambalanço seja um gingado não linear com uma forte movimentação dançante e eletrizante. Desse modo, a ala vem representando essa integração com três fantasias diversificadas e cada uma vestindo duas fileiras de desfilantes. A primeira, do Jazz, é uma fantasia marcada pela presença das cores azul escuro e preto na calça e camisa, além de pontos de luz na cor prata. Um chapéu grande azul com penas rabo de galo pretas. O costeiro é formado por grandes discos contornados por plumas pretas e fitas azul, dourado e prata. A segunda fantasia representará o Soul com uma estética marcada pela utilização da cor amarela na calça e camisa com detalhamento na cor preto, além de dourado para iluminar a fantasia. O chapéu preto terá decoração de rabo de galo amarelo. O costeiro de discos pretos será contornado por plumas amarelo-ouro e fitas laranja, prata e dourado. A última fantasia, do Merengue, terá a predominância do vermelho na calça e camisa e detalhes de preto e laranja, para apresentar a alegria vibrante do povo Caribenho. O chapéu preto terá rabos de galo vermelho e o costeiro terá discos e fitas laranja, dourado e vinho. Nas mãos os brincantes carregarão, respectivamente, Trompetes, Saxofones e Tambores fabricados de acetato dourado.

 

ALA 3 – À luz do Farol da Ilha Rasa

 

O afloramento de novas tendências rítmicas chegou ao Rio de Janeiro e, de fato, desembarcou no cotidiano da então capital política e cultural do país. Esse encontro lúdico do estrangeiro com o popular e o desejo de traduzir novos balanços, ocorreu à luz do famoso cenário popular da época: o Farol da Ilha Rasa. A fantasia terá a reprodução desse farol na cabeça com a cor branco e contornos azuis. A gravata será de acetato dourado e com uma pintura da praia ao final e detalhamento de conchas e fitas. O restante da roupa será em babado para representar as ondas e o balanço do mar.

 

ALA 4 – Meu pandeiro é um porto

 

No Brasil do século XX, o Samba estava em sua ascensão e ditava os movimentos ainda acanhados da massa carioca. Entretanto, com o novo ritmo surgido, o Sambalanço, foi necessário a utilização de instrumentos musicais consagrados em ritmos estadunidenses e caribenhos, como os teclados elétricos e os instrumentos de sopro. Nesse sentido, essa ala será o encontro do Samba brasileiro com ritmos consagrados, o que será representado por um pandeiro dourado na altura da cintura. A parte superior será azul com bordados dourados e a ombreira com dois Trompetes de acetato. A calça terá a reprodução de um teclado. O chapéu será um barco e para enfeitar capim desidratado com tingimento em azul pastel.

 

ALA 5 – Tropicalmente brasileiro

 

Após a chegada de novas formas swingadas, o cenário musical brasileiro ficou marcado pela versatilidade de junções e ritmos até então desconhecidos. Desse modo, a fantasia irá representar a consolidação do Sambalanço entre a massa carioca e como ele se tornou o símbolo tropical da época, devido a composição de uma frenética movimentação eletrizante. A fantasia será uma estamparia florida colorida composta de calça e camisa. A capa será com estamparia do calçadão de Copacabana e o esplendor um sol de acetato dourado, que irá representar o brilho do astro-rei sob o mar. Nas mãos os brincantes terão um bastão dourado de dois metros de altura com as representações das notas musicais na ponta superior.

 

ALEGORIA 2 – E A BRASILIDADE DO RITMO

 

*Vide ficha de Alegorias

 

SETOR 3 – O ENCANTO DAS COMPOSIÇÕES

Representa a singularidade das composições musicais do Sambalanço, com a criação de uma diversidade de onomatopeias, músicas simples, improvisadas, com um ar de espontaneidade, mas muito originais. O setor traz algumas canções famosas para reverenciar o caráter criativo das letras de Sambalanço.

 

ALA 06: A mão de ouro

 

Com a popularização do Sambalanço, diversos artistas começaram a compor músicas com gingado e ritmo dançante, que marcaram fortemente o cenário musical na metade do século XX. Entre os mais famosos compositores destacam-se Haroldo Barbosa, Luís Antônio e Luís Bandeira. Dessa forma, os compositores da Acadêmicos do Sacode – responsáveis por transformar em poesia o discurso carnavalesco – representarão, na avenida, esses nomes tão importantes para a música brasileira. A fantasia será um terno tradicional. O paletó será branco e terá a reprodução de versos de músicas do ritmo. A calça e a gravata serão douradas. Na cabeça terá uma tradicional cartola branca, nas mãos usarão luvas douradas e carregarão uma bengala.

ALA 07: O Ganso

 

Uma das canções mais importantes e que marcou o Sambalanço foi “O Ganso”, que se popularizou na voz de Ed Linconl. A letra é uma narrativa que apresenta a simplicidade da vivência de um ganso e a melodia é caracterizada pela utilização de frequências eletrônicas do Sambalanço. A fantasia será branca, e os componentes carregarão um ganso feito de espuma e tecido junto à cintura. A calça e a camisa terão alguns detalhes bordados e de renda bege. O esplendor será grandes asas brancas de pena de ganso e terá ainda recortes de fitas, tecidos e rendas bege.

 

ALA 08: Bolinha de Sabão

 

Retratando a infância e a simplicidade da arte de brincar, Orlann Divo conquistou grande sucesso com a música “Bolinha de Sabão”. Ela é feita com uma melodia leve e dançante que se encaixa com a naturalidade com que o compositor apresenta. Com isso, a fantasia terá a predominância da cor azul celeste com babados em voil para dar movimento e uma saia na altura do joelho em acrílico com detalhes que remetem ao plástico bolha. A cabeça da fantasia será um capacete com pequenas esferas pratas. O costeiro será de grandes varetas com bolinhas de acrílico suspensas e transparentes que darão um frenético movimento. Para ficar mais lúdico, os desfilantes carregarão recipientes que, quando apertados, sairá bolinhas de sabão.

 

ALA 09: Palhaçada

 

"Palhaçada" foi uma canção que ficou famosa na voz de Doris Monteiro. A narrativa, baseada em uma desilusão amorosa, se complementa com a sutil melodia dançante. Para representar essa tristeza advinda da separação, nada melhor do que utilizar a figura do Pierrot - um palhaço da Commedia dell'Art que possui um caráter triste, pois é apaixonado pela Colombina e esta lhe parte o coração. A fantasia será vermelha e branco. A gola e a cabeça composta por vários pedaços de tule enrolado, o restante da fantasia com muitos babados mesclados e nas mãos os brincantes carregarão um violão envelhecido e usarão uma maquiagem que remete a tristeza do Pierrot.

 

ALA 10: Teleco-teco

 

Retratando o contexto carnavalesco que aflorava, "Teleco-teco" surgiu e ganhou contornos vocais de artistas consagrados, como Miltinho e Elza Soares. Seu gingado contagiante, uma letra que usa onomatopeia para remeter o toque de tamborim e as alusões aos antigos carnavais marcam positivamente essa composição clássica do Sambalanço. Nessa perspectiva, a fantasia irá remeter as decorações carnavalescas do século XX feitas a partir da Praça XI, com predominância de formas geométricas coloridas. A cabeça terá dois lança perfumes dourados e complementados por plumas vermelhas. O elemento de Mão será um tamborim de acetato.

 

ALEGORIA 3 – LETRAS E ONOMATOPEIAS

 

*Vide ficha de Alegorias

 

SETOR 4 – DANÇANDO A BOSSA

Representa a efervescência, a disseminação e o sucesso do Sambalanço na noite carioca. São luzes, pistas, passos, boates, globos espelhados que fazem a cidade dançar, o malandro e a cabrocha se rendem, viram sambalancistas.

 

PASSISTAS – No passo, compasso e arraso!

 

Com a chegada do Sambalanço às casas de shows e clubes de dança, a forma de execução de movimentos dançantes se modernizou. Os passos aceleraram e a extrema elegância deu lugar ao jeito solto de swingar. Com isso, os passistas da Acadêmicos do Sacode apresentarão o modo de vestir e as representações dos casais que frequentavam grandes bailes eletrizantes. As mulheres estarão usando a parte de cima com um decote, bordados, laços e babados. A saia de bolinha será de fenda, plissada e rodada para facilitar o Samba. Já os homens estarão usando paletó, o qual combinará com a saia das mulheres, e as calças brancas mais curtas terão bordados e babados vinho. Os chapéus serão vinho com plumas brancas. O costeiro será de pompons de filó e todos estarão usando luvas brancas.

 

BATERIA – O malandro se rende ao Sambalanço

 

A bateria da Acadêmicos do Sacode vem representando a boemia carioca na época em que o Sambalanço ditava as regras na capital carioca. Armados de irreverência no gingado e modernidade nas vestimentas, os malandros sambalancistas são os representantes do ritmo e donos de um gingado eletrizante. A fantasia terá a parte superior branca com mangas largas vermelhas. Os ritmistas estão usando, ainda, uma camisa por dentro xadrez. A calça vai ser branca, a barra larga com detalhes volumosos vermelhos. Na cabeça, um chapéu branco e em cima a representação de uma nota musical dourada. Estarão usando óculos escuros e acessórios no pescoço

ALA 11 – Figurinos e estampa fina

 

Aproximadamente na metade do século XX, a moda brasileira foi caracterizada pela adoção de cores vibrantes, estampas coloridas e acessórios diversos. Com os adeptos do Sambalanço não foi diferente; o tom alegre embalava bailes, a oferta de tecidos se modernizou e, além dos gingados, as vestimentas caracterizavam a energia vibrante do movimento. A fantasia será inovadora ao juntar, diversas estampas: bolinhas, xadrez, listras, rosas, etc. Todos os desfilantes estarão usando brincos grandes e óculos chamativos.

 

TRIPÉ 2 – A PISTA DE DANÇA

 

*Vide ficha de Alegorias

 

ALA 12 – A fina sintonia do Jukebox...

 

O jukebox, aparelho eletrônico que marcou os gingados eletrizantes do Sambalanço, é um instrumento que na época era acionado por fichas e tinha por função tocar músicas escolhidas pelo cliente e animar os bailes das boates e casas de shows. O jukebox será o corpo e base da fantasia nas cores vermelho, amarelo, preto e dourado. Camisas brancas com mangas largas e calças boca de sino serão simples para servir como pano de fundo para sobressair o aparelho. A cabeça da fantasia será um chapéu com plumas pretas e fuê amarelo.

 

ALA 13 – E o frisson do sonovox

 

 

O sonovox foi um instrumento popularizado a partir de 1939 na indústria musical e responsável pela criação de efeitos pré-psicodélicos ou “animados”. No Sambalanço, essa tecnologia potencializou a animação das canções, ofertou maior versatilidade ao ritmo recém-criado no Brasil e deu as principais características ao gingado eletrizante. Com isso, essa ala vem representando o sonovox por meio de um visual moderno com predominância do preto na segunda pele e as pernas, quando unidas, formarão um grande disco. A cabeça da fantasia será um acessório feito de fios vermelhos e amarelos. A gola da fantasia será uma representação do sonovox como era habitualmente utilizado. Além disso, o costeiro será de tiras de acetato prateado e preto simbolizando as frequências de ondas eletrônicas.

 

ALA 14 – A Lapa é do Balanço

 

Famoso bairro carioca e berço da boemia, a Lapa tem sua significativa contribuição para o Sambalanço, pois lá foi o reduto tanto de boates quanto das gravadoras do ritmo. A fantasia terá a calça xadrez para remeter às pistas de dança das boates cariocas e uma camisa branca detalhada de renda e com uma gravata vermelha. A cabeça da fantasia lembrará os arcos da Lapa e ter plumas brancas. Nas mãos, carregarão grandes varas com globos espelhados e muitas fitas cinza prateado caindo. O esplendor será de notas musicais com espelhos.

 

ALEGORIA 4 – ARCOS DANÇANTES TOMADOS PELO BALANÇO

 

*Vide ficha de Alegorias

 

SETOR 5 – SAGRADAMENTE, SOB A LUZ DE UM CANTO IMORTAL

Representa a herança deixada por grandes nomes do Sambalanço, história que o tempo não foi capaz de apagar. Homenagem a genuína expressão artística imortalizada em grandes vozes, o legado que permeia a música popular, o Samba e o carnaval, afinal, o Sambalanço está guardado na memória de nossos ancestrais.

 

ALA 15 – Memórias de Ed Linconl

 

Ed Linconl foi o compositor, instrumentista e produtor mais famoso do Sambalanço. Suas músicas balançaram casais e casas de shows. A fantasia será um típico traje de Rei, visto que ele foi considerado o Rei do Sambalanço e dos bailes. A veste será dourada com estamparia de letras de músicas e onomatopeias utilizadas pelo artista. A capa da fantasia será de teclas de piano - remetendo a um dos instrumentos que Ed Lincoln mais se destacou, e a cabeça da fantasia terá uma coroa feita de discos e adornada por plumas. O destaque da gola e parte frontal será o selo "De Savoya", o qual ele mesmo fundou em sua gravadora.

 

ALA 16 – Saudades de Miltinho

Conhecido popularmente como a carta “Às da entonação vocal”, Miltinho marcou a história do Sambalanço ao basear sua carreira musical na alegria de seus versos simples e num gingado contagiante. A fantasia será de tecido com aplicação de estampa de discos do cantor e a gola terá a foto do artista com detalhes vermelhos. A cabeça da fantasia será feita por diversos Ás de baralho organizados e adornados por plumas vermelho e preto. O esplendor será com fitas, característica marcante de sua passagem pela música do interior.

 

ALA 17 – Influências de Orlann Divo

 

Orlann Divo foi um percussionista, cantor e compositor brasileiro, que teve sua importância e consagração nas ondas rítmicas do Sambalanço. Ele foi o precursor do ritmo e popularizou diversas canções sozinho e em parceria com diversos artistas. O tecido da fantasia é de chaves de todos os tamanhos e formatos, remetendo ao seu primeiro LP: A chave do sucesso. Nas mãos, carregarão balões transparentes com a foto de Orlann Divo estampada.

 

ALA 18 – Reverencias a Elza Soares

 

Além de ser voz para tantos momentos da história musical brasileira, Elza Soares fez muito sucesso ao trazer para as massas o gingado do Sambalanço. Dona de uma voz inigualável, ela juntou a maestria de letras populares como o balanço contagiante. A fantasia para representar essa importante artista será nos tons prata, branco e verde. Com babados e listras - característica marcante das roupas usadas nas apresentações. O esplendor terá estelas de acetato ilustrando momentos importantes da carreira de Elza durante sua passagem pelo Sambalanço e será enfeitado de plumas brancas. As ombreiras terão grandes microfones. A cabeça da fantasia será uma peruca Black Power com referência a imagem da artista.

 

ALA 19 – Herança de Doris Monteiro

 

Dóris Monteiro tem um papel importante na história da música brasileira, visto que se aventurou por gêneros musicais diversos e espalhou seu gracejo nas mais variadas canções interpretadas, principalmente, no universo da "bossa que dança". Dóris tinha a voz suave e emprestava charme e frescor às canções, privilegiando também letras mais alegres e ligadas, por vezes, ao universo carnavalesco. Nesse sentido, a fantasia irá representar a alegria dançante repassada pela artista, por meio da predominância de branco e vermelho. As mangas serão largas e com muitos babados de tecido com notas musicais. A cabeça da fantasia será um chapéu com laços e plumas. As meias serão diferentes, uma de bolinha e outra de listra. Os brincantes carregarão estandartes com a foto de Dóris e enfeitado de muito colorido e detalhes feito a mão.

ALEGORIA 5 – ARLEQUINS GUARNECEM OS POETAS

 

*Vide ficha de Alegorias

*OBS. A Velha-Guarda da Escola virá como composição no último carro, como os “Guardiões da Memória”, usarão ternos em cor branca e dourado, com um emblema de escudo-brasão bordado simbolizando a proteção da lembrança.

 

FICHA TÉCNICA

 

ALEGORIAS

 

NOME DA ALEGORIA

O QUE REPRESENTA

 

 

*

 

 

 

 

 

 

 

 

TRIPÉ A ESSÊNCIA DO SONOVOX

 

O tripé simboliza o começo do Sambalanço em meio às ferramentas e pistões de fábrica e fios de estúdios. O centro é composto por um globo feito de acrílico e espelhos com luzes de LED, ao lado peças importantes do ritmo, o sonovox – instrumento moderno que altera frequências e modifica o som emitido, dando-lhe mais movimento.

 

01

 

 

A USINA DE ENERGIA DO SAMBALANÇO

 

 


 

 

A Usina de Energia do Sambalanço sacode a avenida com seu impacto e brilho. A força motriz da Usina vem do balanço de um casal (esculturas articuladas ao fundo) e dos dançarinos do Jazz nos queijos da parte inferior. As grandes chaminés são conectadas por tubulações galvanizadas em vermelho industrial que canalizam esta energia, mas ao invés de fumaça, a energia produz música, eletricidade poderosa e contagiante! A alegoria possui engrenagens que, ao girar, fazem as luzes de neon piscar, como se uma explosão estivesse acontecendo. O piso e toda estrutura de segurança são de acrílico vermelho para valorizar a luz, a energia e o neon. Os destaques ficam em cima de chapéus em forma de parafuso, para simbolizar a metáfora entre a usina, os operários, e os dançarinos de Sambalanço.

 

Composições: Usineiros musicados

 

*

 

 

 

 

 

TRIPÉ - SETE CHAVES, SETE NOTAS MUSICAIS

 

 

O tripé simboliza o uso do molho de chaves feito por Orlann Divo para fazer “um som”. Ele percebeu que poderia haver algo sibilante no simples balançar de chaves – o ar tropical começa figurar na avenida para demonstrar a espontaneidade do Sambalanço.

 

Composições: Chave-mestra

 

02

 

E A BRASILIDADE DO RITMO...

 

 

 

 

 


 

O Sambalanço é um ritmo com muitas influências musicais e que inclui uma diversidade de novos instrumentos. Dos Estados Unidos, vieram as influências do Jazz e do saxofone. Da Europa, a influência do órgão. Da América Central, o ritmo caribenho e o balangandã dos tambores. Há também um elemento especial, o sonovox, um instrumento moderno que permitia alterar a frequência da voz. Contudo, o Sambalanço é um ritmo tipicamente brasileiro, um sincretismo que tem a ginga do pandeiro, do Samba e do Rio de Janeiro. O Farol da Ilha Rasa, na boca da Bahia de Guanabara ilumina os instrumentos no Rio de Janeiro. As ondas na parte inferior da alegoria são no formato das calçadas de Copacabana, simbolizando o toque de brasilidade que todas estas influências receberam.

 

Composições: Jazz-man; astros do Soul e dançarinos caribenhos

 

 

03

 

LETRAS E ONOMATOPEIAS

 

 

 


 

Ziriguidum, Tachatha, Skindô e Be-bop... as onomatopeias tinham destaque nas letras das músicas de Sambalanço. A alegoria representa através de suas formas descontinuas e variadas as composições musicais não retilíneas. O ganso na parte frontal é uma referência a música com o mesmo nome de Ed Linconl, grande sucesso da Década de 1960. A mão dourada ao centro indica que o principal elemento era o toque artístico/poético dos compositores. As variações de textura da alegoria simbolizam a diversidade das melodias encontradas neste ritmo musical.

 

Composições: onomatoliões

*

 

 

TRIPÉ - A PISTA DE DANÇA

 

 

As boates, cabarés, bregas foram invadidos pelo Sambalanço. É o ritmo que fez o Rio de Janeiro dançar. A pista de dança em acrílico colorido está representada nos queijos nas laterais, enquanto os figurinos típicos embalados pelo som estão na parte central do tripé. O Sambalanço sacodiu as pistas do Rio de Janeiro, todos que se atreviam a ouvi-lo eram contagiados.

 

Composições: Sambalancistas

 

 

04

 

ARCOS DANÇANTES TOMADOS PELO BALANÇO

 

 

 

 

 

 


A Lapa, tradicional bairro do Rio de Janeiro foi um abrigo do Sambalanço, não apenas das boates, mas da principal gravadora musical do gênero, a Musicdisk. O Jukebox fazia agitar os pés, vibrar os mezaninos e balançar as bolinhas dos vestidos. Durante a Década de 1960, o bairro condensou um universo que mesclava a boemia, a malandragem, a gafieira, os bregas, os cabarés e o Sambalanço. Os discos, globos espelhados, luminárias em flúor e dançarinas eróticas são elementos que transbordavam aos olhos dos bon-vivants.

 

Composições: dançarinas de cabaré; dançarinos de pistas.

 

 

 

05

 

 

OS ARLEQUINS GUARNECEM OS POETAS


 

 



 

O Sambalanço deixou saudades e um legado para o carnaval. Suas composições, onomatopeias, energia são inspiração que o Arlequim guarda a sete chaves. Na grande homenagem, o palco estrelado reverencia os compositores e interpretes: Ed Linconl, Miltinho, Doris Monteiro, Orlann Divo, Elza Soares, Jorge Ben Jor, entre outros. Há canhões de festim, confetes e serpentinas por toda alegoria: a festa profana se curva para saudar e comemorar aqueles que vieram da mesma raiz, do Samba, e buscaram deixa-lo vivo na cultura popular brasileira

 

Composições: Guardiões da memória – Velha Guarda

 


6 comentários:

  1. enredo muito bom e com desenhos incríveis!

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  2. Parabéns aos carnavalescos! Vocês têm muito potencial!

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  3. Ja vejo esse enredo no carnaval real ������

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  4. Que enredo leve e bem construído!

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  5. Vim até ver, pra descascar, mas gostei "/ kkk

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