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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Enredo HC8 - Terra 2500 – Uma Sociedade Onde Todos Viraram Abaporu

Terra 2500 – Uma Sociedade Onde Todos Viraram Abaporu


Introdução
O mundo está passando por um período de transição indefinível, que especialistas chamam de “Pós-modernidade”. Nesse período, o ser humano está destruindo os velhos paradigmas, porém não está criando outros no lugar. Isso está causando uma inversão de valores, que pode levar o homem a criar uma sociedade extremamente individualista, onde as relações humanas perderão a importância.
O quadro de Tarsila do Amaral que deu início ao Movimento Antropofágico, em 1928, foi batizado com o nome Abaporu, do tupi “aba”(homem) “poru”(que come). E é nisso queo seres humanos podem se transformar, em uma tribo de antropófagos.
Os índios antropófagos não devoravam o inimigo para matar a fome, mas sim para “absorver” sua força e sabedoria. Isso pode ser comparado com a sociedade atual, onde vemos, principalmente em empresas, na política e em conflitos entre países, o homem “devorar” o “inimigo” para conseguir o cargo, ter o poder, a riqueza, enfim, para “absorver” algo do outro(no exemplo, país ou ser humano). E faz de tudo para ser cada vez mais poderoso, sem pensar nas conseqüências de suas atitudes.
Isso tudo, somado as mudanças que o mundo está sofrendo, quebrando velhos paradigmas sem construir outros no lugar, pode resultar na construção de uma sociedade desumana. Neste enredo retrataremos como seria esta sociedade, fazendo um alerta para os perigos da “pós-modernidade” e da globalização. Ao mesmo tempo que mostramos esta sociedade do futuro, fazemos críticas à sociedade atual.


Sinopse:
Estamos no ano 2500 d.C. O homem passou pela “pós-modernidade” e agora vivemos em um mundo totalmente globalizado.
Nas transformações que realizou na sociedade, o homem não se preocupou com a preservação de valores e com a construção de novos paradigmas no lugar dos velhos que foram destruídos. Criou uma sociedade individualista, onde o ser humano tem prazer em competir. Tudo gira em torno de uma questão: “O que vou ganhar com isso?”. Valores como companheirismo, amizade e cooperação foram destruídos, e não há preocupação em resgatá-los.
A sociedade agora está sem conceitos de ética e de moralidade. Foram feitas várias experiências científicas nas quais não houve preocupação em seguir conceitos éticos, nem com as conseqüências que essas experiências poderiam causar. Clones, pessoas criadas para serem controladas por computador e trabalharem em indústrias, sendo facilmente controladas, entre outras experiências que agridem a Mãe Natureza e o próprio ser humano. A pornografia cresceu ainda mais, piorando a situação de imoralidade dessa sociedade. O comércio do narcotráfico passou a ser ainda mais rentável.
A tecnologia não foi bem utilizada pelo homem, que passou a se relacionar mais com a máquina do que com ele próprio. O homem deveria usar a máquina e amar o ser humano, porém inverteu essa ordem.
O ter e o consumir agora são mais importantes que o ser e o existir. O ser humano viciou-se em consumir. Tudo gira em torno do patrocínio. “Ser” virou “ter”. “Existir” virou “consumir”. “Cidadão” virou “consumidor”.
Boa parte da sociedade passou a ser hedonista, ou seja, passou a ir em busca do prazer como único objetivo da vida. Sexo, drogas, músicas que fazem apologia às drogas, ao crime organizado e à pratica de sexo livre em grupo, passaram a ser prioridade para as pessoas. Enfim, o ser humano passou a procurar satisfazer suas necessidades através do prazer.
Os povos perderam sua identidade cultural. Seu folclore, sua música, suas danças, sua culinária(a comida se transformou em uma cápsula que contém os nutrientes necessários para sobreviver) suas crenças, entre outras coisas, simplesmente foram eliminados, esquecidos. O homem não se preocupou em manter as tradições, e elas foram destruídas.
Como era de se esperar,  a desigualdade social aumentou ainda mais. Aumentou também o domínio dos países ricos sobre os países pobres. As pessoas, não encontrando outra alternativa, passaram a roubar para conseguir viver. A revolta com a situação levou o ser humano a cometer outros crimes. Aquilo que era uma onda de violência se transformou em um oceano.
Carnaval, momento de união de raças e classes sociais, é também o momento ideal para transmitir este alerta ao mundo, pois é hora de nos unirmos pela preservação de nossos valores, o amor, a fraternidade, o respeito e a valorização do ser humano. Em forma de samba, vamos mostrar que estes trilhos não seguem para o caminho correto, é hora de mudar para alcançarmos um amanhã melhor.


Enredo inspirado no texto “Os Perigos da Globalização”, do Prof. Vanderlei de Barros Rosas.


Desenvolvimento em setores:
(A comissão de frente e o abre-alas não são introduzidos em setores por serem utilizados como uma espécie de apresentação do enredo)

Comissão de Frente: Abaporu, homem que come
A comissão de frente representará a morte e a deglutição ritualizadas do “inimigo”, o banquete antropofágico. Porém, os índios serão substituídos por 12 “Tios Sam”, representando os países ricos querendo “absorver” toda a riqueza que resta nos países pobres, que serão representados por um mendigo, que seria a vítima dos canibais. A coreografia será baseada no ritual antropofágico.

Abre-alas: Terra 2500 – A Selva de Metal
Muita cor prata e luzes serão usadas no abre-alas, pois nele aparecerão “carros-voadores”, robôs, prédios com visual futurista, entre outros elementos que dão a idéia de futuro.


Setor 1 - Individualismo e lei da selva
Começamos a retratar essa sociedade desumana falando do ser humano individualista, para o qual as relações humanas perderam o valor. A lei da selva virou a única lei do mundo. Depois da prata do abre-alas, vem o ouro nas baianas, o bronze nos gladiadores e a mistura de ouro e panos velhos, na ala 3, que será metade dourada e metade de panos velhos. A ala 4virá com uma fantasia preta com um esplendor que será um coração oco de plástico escuro. A alegoria será colorida e brincará com o nome de marcas famosas e o aparecimento de marcas em tudo.

Ala 1(baianas): O poder do ouro
Ala 2: Gladiadores – Cada Um Por Si
Ala 3: Uns com muito, outros com pouco
Ala 4: Coração vazio
Alegoria: Patrocínio – “Só me movo por dinheiro” “Você põe a minha marca e eu dou seu ‘combustível’”


Setor 2 - Imoralidade, o ser humano sem postura ética
Neste setor é mostrada a perda dos conceitos de ética e a imoralidade nessa sociedade. A falta de ética será representada principalmente por experiências científicas que foram realizadas sem qualquer preocupação em se ter uma conduta ética. O crescimento assustador do narcotráfico e da pornografia também serão retratados. A ala 5 virá com cuecas e calcinhas douradas, e o esplendor cheio de calcinhas vermelhas de renda. A ala 6 virá de verde com um esplendor no formato da folha da maconha. A ala 7 brincará com modificações na natureza, será uma fantasia representando um pássaro, mas, no lugar de penas, folhas. Obviamente, as fantasias serão verdes. A ala das crianças virá com uma fantasia na cor azul esverdeado, que terá como detalhe principal duas cabeças nos ombros. A alegoria será predominantemente verde e prata, e retratará experiências como as citadas na sinopse.

Ala 5: Pornografia
Ala 6: Tráfico
Ala 7: Natureza modificada
Ala 8(crianças): Clones
Alegoria: Experiências


Setor 3 - Usando o homem e amando a máquina
O ser humano que passou a usar a si próprio e a amar a máquina, quando deveria ter feito o contrário. Este será o tema desse setor. Mais uma vez a cor prata domina o setor, mas o colorido também aparecerá nas fantasias. O tripé será uma engrenagem, representando as máquinas.

Ala 9: Cérebros de metal
Ala 10(passistas): Robôs
Ala 11(bateira): A tela do computador
Tripé: Engrenagens do progresso

Setor 4 - O ter e o consumir
Ter e consumir mais importantes que ser e existir. Será mostrado o ser humano consumindo mais e mais, sem pensar se sua condição financeira permite isso. Fruto de propagandas muito bem elaboradas, que conseguem induzir a pessoa a comprar o que não precisa, pelo simples prazer de ter. A ala 12 trará cores fortes como rosa e laranja, a ala 13 será azul, e as duas alas utilizaram bom humor, como os nomes já sugerem. A ala 14 será coloridíssima e transformará o folião num grande embrulho de presente. O colorido também está presente na alegoria “Shopping Center”

Ala 12(feminina): Patricinhas
Ala 13(masculina): Mauricinhos
Ala 14: Sacolas e embrulhos – Às compras
Alegoria: Shopping Center

Setor 5 - Hedonismo: o prazer pelo prazer

A sociedade que busca satisfazer suas necessidades em suas realizações de prazer será mostrada nesse setor. Sexo, drogas, músicas com apelo sexual(e tudo mais que tenha apelo sexual), isso passou a ser a realização pessoal de boa parte da sociedade. O sexo e a as drogas são novamente abordados, mas dessa vez como caminho para o prazer. A ala 15 terá o vermelho como cor predominante, sendo o chapéu no formato da ponta de uma camisinha, e o restante da fantasia uma imitação de artigos eróticos(calcinhas, chicotes, etc) vendidos em lojas especializadas. A ala 16 é branca. O colorido da fantasia da porta-bandeira contrasta com o negro da fantasia do mestre-sala. A ala 17 mesclará as fantasias das personagens Tiazinha e Feiticeira, e será preta. A ala 18 será marrom e os componentes virão fantasiados de éguas. Na alegoria, o preto predomina, com a escultura de um tigre trajando roupas como as do dançarino Lacraia no centro.

Ala 15: Sexo
Ala 16: O pó branco da morte
Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Efeitos das drogas - Ela: Delírios
                                                                                      Ele: Morte
Ala 17: Feitiços das Tiazinhas
Ala 18: A Éguinha Pocotó
Alegoria: “Tchutchuquinha,  maluco, vou mostrar minha pressão, sem letra nem melodia, o bom mesmo é ser tigrão


Setor 6 - Povos sem identidade
A perda da identidade cultural pelos povos de todo o mundo. O homem simplesmente desprezou as tradições, se transformou em um ser sem cultura. Morreram as danças, as crenças, os folguedos, a culinária, tudo que estava ligado a cultura. A ala 19 utilizará a cor prata e elementos da informática na fantasia. A ala 20, representando o fim da religiosidade, terá uma fantasia preta com cinza e um esplendor com velas de pavios pretos(já foram queimados, mas estão apagados). A ala 21 serão casais fantasiados com roupas de festa junina, mas na cor preta, que é uma cor que não costuma passar a sensação de alegria. Por isso, os casais em preto, indicando que não há festa. O preto da ala 21 servirá para contrastar com o colorido das cápsulas da ala 22. Cores escuras na alegoria, que mostrará que sem sua cultura o homem é vazio, tem sua alma “escura

Ala 19: As canções do computador
Ala 20: As velas se apagaram
Ala 21(casais): É junho, mas não tem festa!
Ala 22: A nova culinária
Alegoria: A escuridão da alma humana

Setor 7 – Os crimes na sociedade ainda mais desigual do futuro
Encerraremos o desfile mostrando a desigualdade social e violência ainda maiores do que atualmente. O roubo pela sobrevivência. O ser humano revoltado com a situação de miséria passou a cometer outros crimes. A violência incontrolável, em uma sociedade onde todos viraram Abaporu. Nesse setor não haverá alas, será uma grande encenação, onde haverá mendigos pedindo esmola, uma briga de rua, assaltos e um tiroteio. Logo após, Três tripés representando barracos. A favela virá em tripés justamente por serem menores, e, portanto, ficando abaixo da riqueza, que virá depois. Na alegoria, dourado, prata e notas de dinheiro se misturam, além de vários elementos que lembram luxo e riqueza.


Encenação: O caos social
Tripés: Favela
Alegoria: A riqueza

Encerramento

No encerramento, mostraremos aquilo que precisa ser preservado, o amor(ala 23, tons rosados), os sentimentos bons(ala 24, azul claro), a união entre as pessoas, representada pela velha guarda(que virá de branco) e o nosso bom e velho samba, também representado pela velha guarda.

Ala 23: O amor
Ala 24: Sentimentos bons
Ala 25: Velha guarda

                                                                                                                        William Perucheano
 1
Observação: As ilustrações originais do enredo foram perdidas. Essa foi uma nova ilustração realizada pela organização procurando valorizar o enredo.

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