Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

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domingo, 23 de agosto de 2015

ENREDO 5 : VIVARACY! “E ESTAMOS CONVERSADOS...”


G.R.E.S.V. 18 KLT’s


     Campeão do 7º Concurso ABACATE de Enredos.

Nome Oficial: Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual 18 KLT's.
Presidente: Danilo Guerra.
Fundação: Março de 2003 (12 anos de amor ao samba).
Símbolo: Diamante.
Cores: Azul, Verde e Branco.
Carnavalesco: Danilo Guerra.
Bateria: Tsunami.
Escola-Madrinha: Acadêmicos do Grande Rio.
ENREDO:
VIVARACY!
“E ESTAMOS CONVERSADOS...
[*] Os créditos, de parte, do título de nosso enredo são para o Jornal do Brasil de 21/06/1988.
JUSTIFICATIVA DO ENREDO: O enredo vem prestar uma justa e relevante homenagem a grande DAMA Aracy de Almeida. ARACA, pros amigos, foi uma das mais importantes cantoras da MPB e gravara mais de 300 músicas. Considerada por Noel Rosa sua grande intérprete. A RAINHA DO SAMBA e dos PARANGOLÉS, hoje em dia, é quase uma desconhecida pela grande maioria das pessoas; é lembrada, por poucos, como a “jurada durona, ranzinza e mal-humorada” do programa Sílvio Santos da década de 80. Seu talento precisava ser reconhecido e sua memória preservada, nunca esquecida! Para os mais jovens lhes apresento ARACY, uma mulher de fibra, de personalidade forte, autêntica, à frente do seu tempo, polêmica, dona de um humor delicioso e original, bastante peculiar. Desbocada, não tinha papas na língua. Viajar pelas fases de sua rica trajetória é mergulhar na própria história da nossa música, do nosso samba, não à toa a “sambeira” ficou conhecida como O SAMBA EM PESSOA. A ENCANTADA DO ENCANTADO: Da infância pobre do subúrbio carioca do Encantado, à Era do Rádio, Noel Rosa, à boêmia, as canções, os shows, a jurada dos programas de TV, algumas polêmicas, suas paixões e muitos mais, até encerrarmos com uma genuína roda de samba com grandes bambas animando o Céu Encantado onde nossa estrela foi morar. VIVARACY! Estamos todos Encantados! “E estamos conversados...
Danilo Guerra, Carnavalesco

ENREDO:

VIVARACY!
“E ESTAMOS CONVERSADOS...
SINOPSE:
No “Reino do Encantado” nascia Araci
De família careta-batista, tradicionalista
A menina pobre do subúrbio não sabia
Que em uma estrela da MPB se transformaria
E em ARQUIDUQUESA de seu Reino e RAINHA DO SAMBA se tornaria
Quando jovem foi levada, arteira em demasia, fazia mil estripulias
Do coral da igreja fugia, ia pra macumba, ia pra folia
Saravá meu pai, quanta heresia!
Sua odisseia se inicia... Nos trilhos da ferrovia a DAMA DA CENTRAL partia
Só viajava de trem, nunca de avião, pois dele tinha fobia

Cheia de sonhos: Cantora seria! Sempre soubera que jeito pra coisa teria.
Quem sabe Rainha do Rádio um dia seria?
Em diversas Rádios trabalharia que alegria!
Com sua cantoria a glória alcançaria e também alguma quantia!
Aracy com Y na grafia “ficaria mais bacana” diria
Orgulhar-se-ia de que nunca desafinaria.
Rainha dos Parangolés x Rainha dos Balangandãs?
Essa rixa realmente existiria?

Sua voz, anasalada, NOEL conquistaria e dele sua intérprete maior a consagraria
Uma grande amizade, curta é bem verdade, mas verdadeira, nascia
Canções e mais canções interpretaria em sua rica discografia
Seu Riso de Criança” a 1ª das mais de 300 que gravaria

NOEL lhe apresentaria à esbórnia e à boemia
Ali encontraria gente de todo tipo e de toda categoria:
Muita gente boa, mas também um bocado de “Zé Povinho” [1], Zé Manés e ralés.
Malandros, cabrochas, cachopas, bicheiros, jogadores, cafetões e até almofadinhas.
Uma pausa para um gole de cachaça, um bom escocês ou uma boa cascatinha
“Seu garçom faça o favor de me trazer depressa” [2]
(beberia todas essa crioulinha, não gostava de fajuta bebidinha!)
Os bares, os cafés, os botecos e todas as bocas com a fina flor da malandragem carioca (e também com o high society[3] frequentaria desde mocinha.

A “sambeira” animaria a festa de Momo com vários sambas e marchinhas
Vestiria-se de Caubói, sua favorita fantasia. Também no Bola Preta saia
De O SAMBA EM PESSOA se eternizaria.
E seu coração... Ah, seu coração... Pela verde e rosa mais forte pulsaria

Mulher moderna, muito a frente de seu tempo
De várias alcunhas, vários títulos, de vários bordões e facetas.
Fazia tudo que lhe dava na veneta.

Um dicionário: o “Aracyano” criaria, muitas coisas sem traduções
Onde a fala das ruas lhe incorporaria. Chega de hipocrisia!
Recheado de bordões, gírias, apelidos, chacotas, ironias e até palavrões
Muitos palavrões...
A filósofa da Malandragem, do “balacobaco” e da “fuleiragem
Havia muita boataria de que sapatona, machona seria, nem se importaria.
“Sou atual, estou na minha, sou griladona, estou cheia de transas e tal”, dizia
Os cães como filhos amaria, sua melhor companhia! Leonina geniosa!
O tango, o jazz e a ópera ouvia, curtia aquele “berreiro todo e aquela gritaria”
ARACA lia a Bíblia, psicanálise e até Filosofia.
Badulaques, quinquilharias e Obras de Artes colecionaria
Até para tela cubista posaria
Pela Cruz de Malta e pelo Palestra torcia

Quando “enjoou” de cantar na televisão foi parar
Jurada do Chacrinha e do Bolinha, mas é no Show de Calouros que a “fama”, a “má fama”, com vaias e mais vaias, a consagraria.
Jurada enfezada! Briguenta, ranzinza, rabugenta, mal-humorada! Uma personagem criaria!
Para Sílvio Santos era só elogios: “É muito bom patrão, sempre paga em dia!
Quanto valeria este nosso show, Aracy? “Dez Paus!”, nota 10, responderia?
Um Troféu Imprensa muito especial para ti Araci!

Quis o destino cedo lhe levar... E no céu ENCANTADO foi morar
E numa roda de samba com grandes bambas
Mais uma vez cantaria suas marchas e seus sambas
A DAMA DO ENCANTADO, estrela também de lá viraria, brilharia
Nosso “Último Desejo” seria o de gritar mais uma vez: É Campeão!!!
Foi um prazer, estamos todos encantados!!!
VIVARACY! “E estamos conversados...

Danilo Guerra, Carnavalesco
Nota 1 – A canção Zé Povinho foi gravada por Aracy em 1955.
Nota 2 – Trecho inicial da canção Conversa de Botequim [Noel Rosa/Vadico].
Nota 3 – Trecho copiado (adaptado) da pag. 30 do Livro ARACY DE ALMEIDA – Não Tem Tradução.

ENREDO:
VIVARACY!
“E ESTAMOS CONVERSADOS...
Nº de Alas: 41 Alas.
Nº de Alegorias: 8 Alegorias e 3 Tripés (CF, Bonde do Sucesso e A Arca da Araca).
Nº de Componentes: 4.000.


                                                                                   Arte de André Mello / O Globo
ENREDO:

VIVARACY!
“E ESTAMOS CONVERSADOS...
Roteiro do Desfile:
Responsável pelo Roteiro do Desfile: Danilo Guerra

1º Setor: A ENCANTADA DO ENCANTADO - A DAMA DO ENCANTADO
O 1º Setor retrata a vida da menina pobre do subúrbio carioca, Araci Teles de Almeida. Nascida em 19 de agosto de 1914 no Encantado, Bairro da região do Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. Em referência ao Bairro onde nasceu e morou por quase toda a vida ficou conhecida como a DAMA e ARQUIDUQUESA DO ENCANTADO. De uma família tradicional, “careta”, da Igreja Evangélica Batista. Seu pai Baltazar era chefe maquinista de trens da Central do Brasil e sua mãe, Hermogênea, cuidava do lar. O sonho dessa menina desde cedo era ser cantora de rádio. Aos 11 anos costumava cantar no coro da Igreja. Muito levada, às escondidas dos pais, fugia para cantar no Bloco Carnavalesco “Somos de pouco falar” no Largo da Abolição e no terreiro de Macumba. “... Mas isso não rendia dinheirim e eu estava precisando ma nota, já estava farta de cantar de graça e quem canta de graça é galo, mas este tem certo direito no terreiro e diante disso eu estava louca para ir pra Radio, que o Rádio era a sensação lá pelas bandas de 1932, 1933” [*], como ela mesma dizia.
[*] Transcrição literal de suas palavras da Faixa nº 2 do disco “Show – Samba Pede Passagem” (http://www.sambaderaiz.net/show-samba-pede-passagem/).

Comissão de Frente: Versatilidade da Menina Araci: Cantava no Coreto da Igreja Batista, em Bloco Carnavalesco e até em rodas de candomblé. Nesta parte se faz menção também ao samba interpretado por ARACA, em 1941: Eu Vou Lá no Candomblé [Antônio Almeida].
A Comissão de frente terá três partes sua apresentação: A 1ª parte é o coreto religioso (Sagrado = Amém), a 2ª parte é o Terreiro de Candomblé (Axé, Saravá) e a 3ª parte é o Bloco Carnavalesco “Somos de Pouco Falar” (Profano = Carnaval, Ziriguidum). A parte do coro da igreja terá lindos vitrais e a parte do carnaval terá belas decorações antigas de rua da festa do Momo. Na parte referente ao Candomblé terá elementos característicos, orixás, etc.
1º Tripé Cenográfico da Comissão de Frente: DO PROFANO AO SAGRADO! Amém, Ziriguidum e Axé, Saravá! A menina ARACY quer um lugar ao sol. O tripé terá esses três momentos.
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Representa o amor da menina pela música e o sonho de ser uma cantora famosa. O MS representa as Partituras e as Notas Musicais, em sua capa estará teclas de piano, instrumento que muito a acompanhou em suas canções. A PB representa a própria ARACY, nossa homenageada, a ARQUIDUQUESA DO ENCANTADO (seu Reino do Subúrbio) e a RAINHA DO SAMBA da nossa música. A fantasia da PB será uma roupa estilo realeza, clássica, na cabeça uma bela coroa de rainha.
Guardiões do 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Seres Encantados. Representam o gosto refinado de Aracy pela ópera e pela música clássica. Tinha coleções de discos de óperas. Apreciava ouvir Debussy, Mozart, Bach e Beethoven, entre outros. Dizia que adorava aquele “berreiro todo e aquela gritaria”. Este grupo será formado por pequenas bailarinas da Academia de Ballet e Studio de Dança Aracy de Almeida, de Praia Grande, baixada santista. A fantasia é de bailarinas de ballet.
Ala 1 – Ala das Baianas: A DAMA DO ENCANTADO. Na Fantasia estarão flores da azaleia, suas preferidas, e frutas, verduras e legumes, pois Aracy não perdia uma feira-livre no Encantado. Nas Perucas blackpower uma rosa vermelha com presilhas de led’s coloridas presas nos cabelos e óculos escuros; a inspiração vem do desenho que ilustra a capa do livroARACY DE ALMEIDA - Não Tem Tradução. A querida Ala das Baianas também faz referência à canção Mamãe Baiana [Joracy Camargo/Xerem], interpretada por Aracy em 1940 e terá em suas saias caricaturas de Aracy das várias fases de sua carreira.

Caricatura de Aracy feita por Augusto Rodrigues em 1947
Alegoria 1 - Abre-Alas: A DAMA DA CENTRAL (DO BRASIL)! Além de se fazer uma homenagem a seu pai que trabalhava como chefe maquinista na Central do Brasil, Aracy de Almeida somente viajava de trem por ter fobia de avião e ficara conhecida também como A DAMA DA CENTRAL. O trem era o "Avião dos covardes" dizia. Viajou muito no antigo trem de prata que ligava o Rio a São Paulo. Esse seu medo de viajar de avião teria sido motivo de muitas perdas financeiras, pois recusara várias excursões nacionais e até internacionais. Neste carro alegórico terá um grande trem, réplica de antiga locomotiva, o prédio da Central do Brasil com seu marcante relógio, placas de sinalização: Pare, Olhe, Escute. Estações por onde Araci passou para o sucesso trilhar: Encantado, Glória, Lapa, Vila Isabel, Méier, Copacabana e São Paulo. Uma grande estátua bem-humorada em forma de caricatura de Aracy de Almeida “surfando” em cima do trem também estará nesta alegoria. Destaque Central Baixo: Fantasia A DAMA DA CENTRAL. Destaque Central Frontal Fantasia: Nosso Diamante Bruto (Uma atriz representando Aracy jovem virá em cima do símbolo da nossa escola, um grande Diamante). Destaque Central Alto: Fantasia: Maquinista Mor. Destaques nas Laterais: Fantasia de Chefe da Estação. Fantasias das demais composições: Passageiros trajando roupas das décadas de 30 e 40. Destaque Alto Fundo: Fantasia: O Galo do Terreiro. Para Aracy o único que podia cantar de graça era o galo que era o chefe do seu terreiro, ela queria cantar para ganhar um “dinheirim”.



2º Setor: ERA DO RÁDIO
Aracy sempre quis ser cantora do rádio, sempre soube que tinha jeito pra coisa. O 2º setor traz então a Era do Rádio, suas Rainhas, o seu início de carreira na Rádio Educadora do Brasil, a rivalidade e as “rixas” com Carmen Miranda, as demais rádios por onde ARACA trabalhou, a gravação de seu primeiro disco em 78rpm com a canção Em plena folia e de seu 1º grande sucesso Tenha Pena de Mim tornando-a conhecida e popular.

Grupo Performático 1: Rainhas do Rádio. (11 [*] “belas mulheres”, na verdade transformistas fantasiados de Rainhas do Rádio, com maiôs, coroas e faixas, ao invés dos cetros, microfones de chão dando um show de humor e deboche a rivalidade da época). O sonho de ARACA era ser cantora de rádio e quem sabe ser uma Rainha do Rádio?
[*] 11 foram as Rainhas do Rádio. Os concursos eram disputados a voto e rivalidade era grande entre as cantoras: Linda Batista (campeã de 1937, manteve o título por 11 anos), Dircinha Batista (1949), Marlene (1950), Dalva de Oliveira (1951), Isaurinha Garcia (1953, Rainha do Rádio do Estado de São Paulo), Emilinha Borba (1953), Ângela Maria (1954), Vera Lúcia (1955), Dóris Monteiro (1956), Mary Gonçalves (1957) e Julie Joy (1958).
   
Ala 2 – 1ª Ala das Crianças: Pinóquio. Representa o primeiro programa de calouros, “Pinóquio” de Custódio de Mesquita, em que Aracy se apresentou na Rádio Educadora do Brasil, em 1933, conseguindo entrar para a Rádio, que mais tarde passaria a se chamar de Rádio Tamoio. “O programa era cafona, de quinta categoria, e chamava-se ‘Pinóquio’, porque o animador tinha um nariz enorme. Enorme também era o auditório e espalhado nele, umas cinco pessoas. Mesmo assim, entrei firme. Cantei uma marcha de Joubert de Carvalho e um samba gravado por Carmen Miranda - ‘Bom dia, meu amor’ [Joubert de Carvalho/Olegário Mariano]” (Aracy de Almeida).
Ala 3 – Ala das Baianinhas: Tenho Uma Rival?! Rainha dos Parangolés x Rainha dos Balangandãs. (Representa através da canção Tenho Uma Rival [Valfrido Dias], cantada por Aracy, toda a rivalidade criada entre Aracy e Carmen Miranda. Logo no início de sua carreira Aracy cantava o repertório de Carmen e chegava até a imitá-la, mas Noel Rosa lhe aconselhou a trilhar outra linha. Noel não curtia a voz nem o estilo de Carmen Miranda de cantar. Foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Apesar de no início da carreira tivessem tido algumas desavenças, rixas, e alguns atritos em bastidores de programas, foram grandes amigas, inclusive excursionaram juntas pelo sul do país). “Ao saber que Aracy de Almeida estava no Rio, vinda de São Paulo, Carmen mandou chamá-la, para que Aracy fosse atualizá-la com as últimas piadas e pornografias inventadas pelo povo”[1]. (A Fantasia traz Carmen Miranda, com muita cor, colares, pulseiras, babados, balangandãs, penduricalhos e enfeites).
[1] Entrevista de Carmen Miranda à Revista Manchete, 1954, ao repórter Darwin Brandão, retirada do Livro ARACY DE ALMEIDA – Não Tem Tradução, pag. 89.

Ala 4 – 78 Rotações Em Plena Folia. A Ala representa o disco de 78 rpm que era a única forma de reprodução de áudio (música, discursos, etc) até 1948 e a primeira música gravada por Aracy de Almeida e, consequentemente, seu primeiro disco, a marcha Em Plena Folia [Juliete de Oliveira], selo Columbia, em 1934. Com participação luxuosa de Pixinguinha e sua Orquestra. Reproduzido nos Gramofones, o disco de 78 rpm teve seu auge nas décadas de 40 e 50, quando o consumo de discos para uso particular tornou-se um costume difundido no mundo inteiro. Em 1948, surge o formato que iria substituí-lo: LP (disco de vinil). ARACA, como era tratada pelos amigos, gravou vários discos no formato 78 rpm, de várias gravadoras diferentes: RCA/Victor, Odeon, Continental, Philips entre outras.
Destaque de Chão: Nas Ondas da Mayrink. A destaque de chão lembra uma das rádios Mayrink Veiga das quais Aracy brilhou. Em sua fantasia estará o famoso microfone da emissora como esplendor de sua fantasia.

Ala 5 – Ouvintes das Rádios. Esta Ala representa os ouvintes e as várias Rádios por onde passou Araca: Mayrink Veiga, Cruzeiro do Sul, Ipanema, Cajuti, Nacional, Phillips (onde trabalhou com o cantor e compositor Sílvio Caldas no Programa Casé), Record de São Paulo, entre outras. (A Fantasia representa os ouvintes das rádios, todo mundo ficava com os ouvidos “grudados” na programação das rádios; um rádio de mão será adereço).
Ala 6 – Dança dos Índios na Tupi. (A Ala traz a rádio Tupi onde Aracy de Almeida trabalhou. A Rádio Tupi, conhecida como “Cacique do Ar” será representada por fantasias de índios, com seus cocares e pinturas corporais. A Ala também fará referência à canção A Dança dos Índios [Haroldo Lobo/Milton de Oliveira], marcha interpretada por Aracy de Almeida, 1940).

Ala 7 – Tenha Pena de Mim. Representa o 1º grande sucesso gravado em 1937, Tenha Pena de Mim [Babahú/Cyro de Souza], tornando Aracy de Almeida muito popular. Por causa de todo este sucesso o cantor Sílvio Caldas chegou a reclamar com os autores da música por não terem lhe dado o samba para ele gravar. A fantasia terá trabalhadores humildes que não conseguem sair do “miserê” como diz a letra da canção.

Destaque de Chão: Coberta de Ouro (A destaque faz referência à canção Coberta de Ouro de 1942 e representa a Fase de Ouro do Rádio no país).
Alegoria 2: A ERA DO RÁDIO E DE ARACY. Um grande rádio antigo e um belíssimo gramofone estarão nesta alegoria. Uma orquestra vem nesta alegoria, naquela época tudo era ao vivo. Placa “No Ar” estará presente. Esculturas de Carmen Miranda e de outros grandes artistas do radio virão neste carro. Fotos de Aracy cantando nos microfones das diversas rádios por onde trabalhou também estarão nesta alegoria.
       





Aracy de Almeida na Rádio Nacional (19/05/1952). Foto: UH/Folhapress (na 1ª foto)
3º Setor: NOEL ROSA - CANÇÕES
Noel Rosa é um capítulo a parte em sua Biografia. A maior intérprete de Noel Rosa considerada pelo próprio compositor: "Aracy de Almeida é, na minha opinião, a pessoa que interpreta com exatidão o que eu produzo", em entrevista para A Pátria, em 4 de janeiro de 1936. Uma vez perguntada sobre o que achava de Noel Rosa Aracy respondeu: “Divino!”. Foi logo na sua estréia, em 1933, no programa do Custódio de Mesquita na Rádio Educadora onde foi cantar como caloura que conheceu Noel Rosa. O compositor ficou encantado pelo timbre de voz anasalado da cantora. Que estreia heim! Nascia ali uma grande amizade que duraria só até 1937, ano de seu falecimento. Ela foi a responsável por manter viva a obra do compositor que, tendo morrido muito jovem, estaria fadado ao esquecimento não fosse Aracy continuar gravando e regravando sua obra (principalmente nos anos 50). Suas parcerias em forma de canções estarão presentes neste 3º Setor.



Ala 8 – Seu Riso de Criança. (A Ala representa a 1ª canção confiada por Noel Rosa à Aracy gravar, Seu Riso de Criança, em 1934). A Fantasia terá inspiração na história dessa canção: Retratos de crianças da nossa comunidade, aliança (representa o término do casamento), e como adereço de mão um violão (que perdera por penhor como diz a letra da música).
Ala 9 – Triste Cuíca. (A Ala representa a Canção Triste Cuíca [Noel/Hervê Cordovil] gravada em 1935. O instrumento virá como adereço de mão dos “falsos” cuíqueiros, a fantasia terá camisa listrada e chapéu panamá. No costeiro da fantasia estarão caras de bois, que na letra da música se faz essa comparação do ronco da cuíca com o mugido de um boi).

Destaques de Chão 1: Clara ou Josefina? (Clara era operária da fábrica de tecidos, e seu grande admirador, Noel Rosa, era atraído pelos apitos que indicavam o término do expediente de trabalho)
Destaque de Chão 2: Josefina ou Clara? (Existem relatos, porém, que indicam que a música não foi dedicada a Clara, mas sim à Josefina que trabalhava numa fábrica de botões localizada no Andaraí).
Ala 10 – Três Apitos. (Representa os operários de uma fábrica de tecidos como diz na letra da famosa canção Três Apitos [Noel Rosa]). (Na Fantasia os operários com seus uniformes, o algodão, matéria-prima, e rolos de tecidos).

 Antiga fábrica de tecidos Confiança em Vila Isabel, onde Clara trabalhava teria sido a inspiração dessa canção.
Ala 11 – Feitio em Oração. (Representa a canção Feitio em Oração [Noel Rosa/Badico] a qual Aracy mais gostava de interpretar). (A Fantasia será inspirada na letra da múscia e terá corações, pois diz que o samba nasce do coração).
O samba na realidade não vem do morro / Nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão / Sentirá que o samba então / Nasce do coração.

Ala 12 – Orvalho Vem Caindo. (Representa a canção gravada por Araca O Orvalho Vem Caindo [Noel Rosa/Kid Pepe]. Serão 2 fantasias inspiradas na letra desta canção: Uma fantasia de guarda civil que é o seu despertador e a outra de mendigo: sua cama é uma folha de jornal, terá bananas e aipim, chapéu que será molhado pelo orvalho, sua sopa não tem gosto nem tem sal).
Grupo Performático 2Com Que Roupa? O Grupo representa a canção Com Que Roupa? [Noel Rosa]. Uma grande arara com várias roupas, que serão usadas/trocadas pelo grupo performático formado por 12 integrantes (6 mulheres e 6 homens), até que desistem de escolher ficando nus (usam malhas com folhas de parreiras cobrindo-os e se utilizam também de chapéus para cobrir-lhes “as partes”, tudo de uma forma bem humorada. Um urubu, citado na letra da canção, estará em cima dessa arara de roupas.
Ala 13 – Feitiço da Vila. (Representa uma homenagem ao Bairro de Vila Isabel, de Noel Rosa na forma da canção Feitiço da Vila [Noel Rosa/Vadico]). A coroa e a imagem da Princesa Isabel estarão na fantasia.
Destaque de Chão: A Melhor do Planeta [Noel/Almirante]A bela destaque de chão representará em sua fantasia a canção A Melhor do Planeta. O Planeta Terra estará presente em sua fantasia.
Alegoria 3COISAS NOSSAS. (A alegoria traz em seu título mais uma canção de Noel Rosa que foi intepretada por Aracy de Almeida e representa a parceria do poeta da Vila com a cantaora Aracy. Na Alegoria a famosa escultura de Noel, sendo servido por um garçom, na cadeira ao lado nós colcaremos a escultura da nossa Araca, sentados num Boulevard da Vila Isabel. A inseparável viola de Noel Rosa também estará na Alegoria em forma de esculturas. O carro em azul e branco terá também a coroa símbolo da Escola de Samba Unidos de VilaIsabel). (Composições Frankensteins da Vila como ficou conhecido o compositor e poeta Noel Rosa). Martinho da Vila, Mart’nália serão destaques desta alegoria.
4º Setor: NA BOEMIA
Nesse setor estará toda a Boêmia Carioca que lhe foi apresentada por Noel Rosa. Noel Rosa logo na estréia de Aracy no programa do Custódio de Mesquita gostou muito de sua apresentação e a convidou para “tomar umas cervejas cascatinhas na Taberna da Glória” [*]Convite aceito! E lá se foram Noel e Aracy de Bonde rumo a esbórnia. Desde este dia, Aracy o acompanharia em todas as noitadas. Nas madrugadas bebia todas e só saia de manhã cedo. Lá encontrou gente de todo tipo: Gente boa, como um bando de Malandros amigos do Noel, e um bocado de Zé Povinho também.


Ala 14 – Na Taberna da Glória Tem Cascatinha! (A Ala faz referência à cerveja preferida de Noel Rosa, a Cascatinha, e a iniciação de Aracy na Boêmia Carioca na Taberna da Glória feita pelo próprio Noel. Na fantasia de malhas negras representam a noite estrelada de uma boa farra na madrugada. Estrelas também estão presentes na fantasia que terá como adereço de mão a garrafa da famosa cerveja Cascatinha).

2º Tripé: O Bonde do Sucesso! O tripé virá no meio da Ala nº 14. No indicativo do itinerário do Bonde virá escrito: Glória, referência a Taberna da Glória onde eles estavão indo. Esculturas de Noel e Aracy também estarão presentes neste tripé alegórico. As marchinhas interpretadas por Aracy Tem Galinha no Bonde [Milton de Oliveira/Haroldo Lobo], sucesso em 1942, e Mamãe Lá Vem o Bonde [Milton de Oliveira/Haroldo Lobo] também serão representadas aqui por este tripé, que terá a presença de galinhas cenográficas (“humanas” e penosas), no bonde do sucesso.
Ala 15 – X do Problema. (Representa a canção X do Problema [Noel Rosa] que foi escrita para Aracy num papelote de cigarro chamado Odalisca. Foi gravada em 1936 por Aracy. A Ala também faz menção ao vício de Aracy pelo cigarro). (A fantasia será de Odalisca para elas e de sultões para eles, estando presente a letra X do título da canção. A réplica da caixa do cigarro virá como adereço de mão, tamareiras (coqueiros) formaram o costeiro de ambas as fantasias).

Ala 16 – Em Todas as Bocas. (Representa os botequins, bares, os cafés, os botecos, os inferninhos e todas as “bocas” frequentadas por Aracy). (Fantasias variadas nessa ala: diabinhas gostosas, bocas, barman’s sarados, xícaras de café representando o Café Nice.).
Ala 17 – As Biritas e Os Petiscos. (Representa as várias bebidas e pestiscos preferidos de Aracy: Uísque, puro com gelo, escosês legítimo, champanha, vinho importado, pinga/cachaça, batida além da cerveja Cascatinha da qual já foi falada, são as bebidas, bebia todas àquela crioulinha. Certa vez, ao ser perguntada o que achava de uísque falsificado respondeu simplesmente: “É a morte”. O petisco podia ser uma Sardinha da Lapa). (Serão duas fantasias: A das bebidas que terá o kilt escosês, a famosa saia típica, representando o uísque, cubo de gelo, vários tipos de copos, um para cada uma dessas bebidas: taça, copo americano, etc. A fantasia do petisco terá uma sardinha na lata).
Caricatura de Doug Carvalho.
Madrinha da Bateria: Garçonete: Uma tremenda Cachopa.
Rainha da Bateria: A “Boa” do Cardápio.

Ala 18 – Bateria: Garçons da Alegria. (São 300 Ritmistas. Representa os garçons e a canção: Conversas de Botequim [Noel Rosa/Vadico]). A canção inicia-se com estes versos: “Seu garçom faça o favor de me trazer depressa...
Ala 19 – Passistas: Malandro, Cabrochas e Cachopas. (Representam a malandragem da boêmia carioca). Os Malandros vestidos como legítimos malandros, terno branco de linho, camisa de seda vermelha, chapéu panamá, sapatos bicolores, etc. As belas passistas as cabrochas e as cachopas vêm com vestidos curtos vermelhos de franjas, rosa vermelha no cabelo, sapatos pretos, trazem muita ginga e sensualidade.
Ala 20 – Zé Povinho, Zé Manés e Ralés: Tinha Gente de Todo Tipo, de Toda Categoria. Representam os Bicheiros, Cartistas/jogadores de sinuca, Almofadinhas e o High Society,bookmaker, crooner’s, os cafetões e as cafetinas, garotas de programas (meninas do mangue), os transformistas.
Destaque de Chão 1: A Noite Estrelada.
Destaque de Chão 2: A Dama da Madrugada.
Alegoria 4: NA ESBÓRNIA DA FOLIA. Toda a Boêmia Carioca virá representada nessa alegoria. Um grande botequim será montado. Na parte traseira do carro terá os Arcos da Lapa. O Zicartola também foi muito frequentado por Aracy e as figuras de seus ilustres proprietários: Dona Zica e Cartola, na forma de esculturas, estarão aqui representadas. O cartaz com o antigo slogan da cerveja: “Ao pedir uma cerveja, diga apenas: Cascatinha” estará presente na alegoria. Destaque Central: Fantasia Madame Satã. Composições: Dançarinas de cabaret.


   Com Cartola e Paulinho da Violla
5º Setor: O SAMBA EM PESSOA
No 5º Setor estará o Samba, as Marchinhas, o Carnaval e as Escolas de Samba. Não à toa a “sambeira” Aracy foi apelidada por César Ladeira e ficou conhecida como O Samba em Pessoa, inclusive sendo o nome de um de seus álbuns. Até mesmo quando não cantava propriamente um samba, como Palpite Infeliz [Noel Rosa] fazia sucesso nos festejos de Momo. No título de seu último disco, gravado em 1966, uma associação ao ritmo pela qual ficou conhecida e eternizada: “SAMBA É ARACY DE ALMEIDA”.
Ala 21 – Camisa Amarela. Na Fantasia além da Camisa Amarela [Ary Barroso] título da canção, terá ainda o disco ARACY DE ALMEIDA - O SAMBA EM PESSOA, de 1939, no qual este verdadeiro clássico da MPB foi gravado. A capa do disco estará “recortada”, na forma de tiras largas com se fosse uma capa, em ambos os braços dos desfilantes, nas cores do álbum: branco, preto e amarelo. Lp’s também estarão no costeiro da fantasia. Essa canção foi dada pelo compositor à Aracy no Bloco da Bola Preta. “A canção conta a triste história de uma mulher que sofre por um homem (aparentemente seu marido) que tem problemas com bebidas. Com uma letra inteligente e pertinente, é possível a encaixar na vida de qualquer pessoal nos dias de hoje, mesmo sendo feita na década de 30” [*].
[*] Retirado de https://www.youtube.com/watch?v=uwMtjS58eUo.

Ala 22 – Passarinho do Relógio “CUCO”. (Ala Especial formada por cadeirantes representará a famosa marchinha O Passarinho do Relógio “CUCO” [Haroldo Lobo/Milton de Oliveira],gravada em 1940. O cadeirante virá fantasiado de dorminhoco, com seu pijama, gorro, travesseiro e até bicho de pelúcia. A cadeira de rodas será a sua cama. Cada cadeirante terá um auxiliar que irá conduzi-lo e estará caracterizado de Cuco do relógio, chatinho que não dará folga).

Ala 23 – 2ª Ala das Crianças: Arca da Araca. A Ala de Crianças fará mensão às várias marchinhas e sambas, onde os animais são citados em seus títulos. Serão duas fantasias diferentes uma para cada bicho, para formar o par da bicharada (memino e menina). Pombo Correio (1936), Miau... Miau (1938), Vaca Amarela (1938), Papagaio (1939), Serenata dos Galos (1941), O Galo Onde Canta Janta (1944), Jacaré Te Abraça (1944), Tem Cabrito na Horta (1945), João Cegonha (1945), O Passo da Girafa (1949), Passo do Canguru [Haroldo Lobo/Milton de Oliveira] (1941). Na fantasia do Passo do Canguru o casalzinho de cangurus virá com camisas floridas e colares de flores lembrando Honolulu no Hawaii como diz a letra da famosa marchinha.
3º Tripé – Arca da Araca. Representa as várias canções que possuem bichos em seus títulos. Essa bicharada toda estará dentro da Arca da Araca, em pares, na forma de grandes bonecos. Aracy também na forma de um grande boneco será a comandante da Arca. O tripé virá no meio da Ala 23 que possui a mesma representação. Pombo Correio (1936), Miau... Miau (1938), Vaca Amarela (1938), Papagaio (1939), Serenata dos Galos (1941), O Galo Onde Canta Janta (1944), Jacaré Te Abraça (1944), Tem Cabrito na Horta (1945), João Cegonha (1945), O Passo da Girafa (1949), Passo do Canguru (1941) são algumas das canções.
Ala 24 – Caubói. Ala Coreografada representa a fantasia preferida de Aracy no carnaval.
Destaque de Chão: A Mulher do Leiteiro. Outra marchinha que fez muito sucesso na voz da nossa Araca em 1941.
Grupo Performático 3 – Cordão da Bola Preta. (Representa o famoso Bloco Carnavalesco da Bola Preta onde Aracy gostava de brincar o carnaval). (A fantasia será branca com bolas pretas, formado por 15 integrantes);
Ala 25 – Palpite Infeliz. A Ala representa a canção Palpite Infeliz [Noel Rosa], o 1º grande sucesso de Aracy das composições de Noel. Gravado em 1936, muito cantado no carnaval daquele ano, embora não originalmente destinado aos festejos de Momo. Será uma grande Ala em homenagem às Escolas de Samba, às suas comunidades e ao Carnaval Carioca.Serão três belas fantasias: Arlequins, Pierrôs e Colombinas e a inspiração desta Ala veio desta parte da letra da canção:
Salve Estácio, Salgueiro e Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem,
Que a vila não quer abafar ninguém
Só quer mostrar que faz samba também

As fantasias serão: Preto e branco, padrão pra todas, com cores diferentes, formando um degradê de tons: Azul Royal, mais claro, representando a Vila Isabel será a 1ª parte, depois vem Azul num tom mais escuro representando a Portela (Oswaldo Cruz), o Vermelho do Salgueiro e do Morro do Estácio, o Verde pro Império Serrano (está foi a minha solução para a tal Matriz do samba da letra da canção) e por fim o Verde e Rosa da Mangueira, pra encerrar com o 2º casal que também representa a escola do Morro da Mangueira, escola do coração de Aracy. As canções “Gosto mais do Salgueiro” [Wilson Batista/Geraldo Augusto], 1943, Cansado de Sambar [Assis Valente], Sabotagem no Morro [Wilson Batista/Haroldo Lobo], 1945,Batente [Almirante], de1958, entre outras, que falam nas escolas de samba também serão aqui homenageadas.



2º Casal de Mestre Sala e Porta-Bandeira. Mangueira até debaixo d´água. (Suas fantasias em verde e rosa remetem a escola de samba do coração de ARACA, a Estação 1ª de Mangueira e a canção cujo título é o próprio nome da escola. Aracy adorava carnaval e era mangueirense doente. O MS homenageará o grande mestre-sala Delegado. Na roupa da PB terá o brasão da escola bordado).
“Não há nem pode haver, como Mangueira não há, o samba vem de lá...” trecho da canção Mangueira [Assis Valente/Zequinha Reis]

Guardiões do 2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Representam os baluartes da Mangueira: Carlos Cachaça, Zé Espinguela, Maçu, Jamelão, Dona Neuma, Dona Zica, Alcione, Beth Carvalho, Mocinha, entre outros. Virão com cartolas em homenagem ao fundador e também imortal da escola Angenor de Oliveira “Cartola”.
Destaque de Chão: A Sambeira.
Alegoria 5: SAMBA É ARACY DE ALMEIDA [*]. Neste carro representando o samba, o carnaval, as marchinhas e as escolas de samba terão as antigas e belas decorações de ruas. Na forma de esculturas teremos instrumentos musicais, Rei Momo, Pierros, Arlequins e Colombinas, Belas Mulatas, o universo carnavalesco será aqui retratado. O Caubói será fantasia das composições juntamente com a de Cigana que se justificativa por estar presente em algumas canções de Aracy, como na marchinha Que Passo É Esse Adolfo? [Haroldo Lobo/Roberto Roberti] que é uma sátira ao Adolf Hitler. Paulinho da Violla, Alcione, Caetano Veloso estarão nesta alegoria.
[*] A inspiração do título desta alegoria vem do nome de seu último álbum gravado em 1966.

A capa deste disco servirá de inspiração para as esculturas desta alegoria.
6º Setor: ARACI POR ARACY
O universo de Aracy de Almeida será retratado no 6º Setor. Seu vocabulário escrachado, as polêmicas, seus relacionamentos, a moda, e seus amores pelos cães, o gosto pela Bíblia, pelas artes e pelos antiquários, pelo futebol, entre outras curiosidades desta leonina geniosa estarão reunidos neste 6º setor.
Ala 26 – Dicionário Aracyano. (Em seu pequeno dicionário, muitas vezes sem nenhuma tradução, Aracy incorporou a fala das ruas, da malandragem, vocabulário recheado de bordões, gírias, apelidos, chacotas, ironias e até palavrões. Era do “balacobaco” e da “fuleiragem”. Sobre seu vocabulário ela dizia: “Eu tenho o meu modo de falar. É meu jeito. Não sou agressiva. Tenho apenas um palavreado pitoresco. Não sou especialista em palavrão. Gosto mesmo é de gíria. Mas, às vezes, digo uns palavrões. Existem uns palavrões lindos”. A Fantasia da Ala trará na cabeça dos desfilantes uma grande boca com um balão de conversação cheio de “cobras e lagartos” para representar a desbocada Aracy. O restante da fantasia virá no formato de um grande dicionário, onde possui páginas que conterão palavras ou frases (pérolas) ditas por Araci, como por exemplo: Mumunhas, cachopa, chalaça, michomatusquelavivaldina(em relação a si própria, queria dizer pessoa esperta, viva), de araque, não deu pedal, estamos conversados, etcetc que poderão ser folheadas pelos próprios desfilantes que usarão luvas brancas).
   



Ala 27 – Antidiva. Elis Regina assim a definiu: Antidiva, “uma pessoa que não se preocupa com brilho, com paetê, com lantejoula, que não quer saber de estrela na porta do camarim, que não tem carro com chofer” [*]. Aracy não gostava de homenagens e detestava a popularidade. Nunca fora bonita, devido a sua estatura, baixa, magra, não frequentou o Cassino da Urca e nem foi capa de revista. Quando pequena, tinha o apelido de batatinha, por causa do formato do seu nariz, o qual ela odiava. O que tinha de mais bonito? Um “par de peitinhos” era seu trunfo, tinha orgulho dos seus seios. Quando desafiada, a polêmica Aracy levantava a blusa e mostrava-os onde quer que estivesse, em boates, em festas ou em até restaurantes, quando estava na fina flor de sua juventude. Fazia tudo que lhe dava na veneta. Figura avançada, feminista, corajosa [1]. Na Moda: Inicialmente usava vestidos desenhados pelo estilista e amigo Denner (o maior modista da década de 60, Aracy foi a propulsora de sua carreira). Depois dos vestidos passou a adotar um modelito básico, criado pelo próprio Denner: Calças compridas, foi uma das pioneiras em usá-las, camisa, colete, óculos escuros com armação grossa e botas ortopédicas (por causa dos pés chatos), nunca repetia a roupa nem usava sutiãs, a apertava muito, e os cabelos black power. Em casa usa os modelitos mais estranhos e engraçados. Sobre seus relacionamentos amorosos, nunca foi casada “oficialmente”, teve dois relacionamentos mais sérios que duraram pouco tempo. O 1º com um jogador de futebol na juventude (o ex-goleiro do Vasco “Rei” José Fontana) e o outro já na maturidade com um oficial do exército, homem casado, o que pra época não era nada convencional. Nunca teve nada com Noel Rosa apesar de sempre lhe perguntarem de um possível affair com o compositor. Serão fantasias diferentes (nas Alas das extremidades será o chofer da limosine, que será formada a limosine com placas com o desenho do veículo que serão seguradas por cada integrante das fileiras das extremidades da ala), no meio da ala, misturados, teremos fantasias de fotógrados, guarda-costas (seguranças), holofotes, da diva (com estrelas, perfumes, batom, espelho do camarim no costeiro da fantasia, plumas, hobby, muito brilho, capa de revista será o adereço de mão) e a fantasia da nossa antidiva ARACY (Modelito básico: Calças compridas, camisas de seda coloridas, com peitinhos de silicone por baixo pra serem mostrados, botas ortopédicas, óculos escuros grossos, cabelo black power etc).
[1] Frase reitrada do Livro ARACY DE ALMEIDA – Não Tem Tradução, pag. 24.
 Versão Moda Aracy (Antes e Depois).
Destaque de Chão: Rogéria. Fantasia: Um Homem, Uma Mulher. (Representa o Show: Um Homem, Uma Mulher, feito por Aracy junto com a transformista Valéria (Rogéria virá representando a outra transformista), em 1976, na boate Igrejinha. Aracy sempre a interrompia quando ela começava a se exceder nos trejeitos e na jogação de plumas).
Ala 28 – Fale Mal... Mas Fale de Mim! (A Ala representa o samba Fale Mal... Mas Fale de Mim [Ataulfo Alves/Marino Pinto], gravado por Aracy em 1939 e algumas polêmicas da vida de Aracy de Almeida. Aracy foi uma mulher livre e desimpedida sempre agindo sem se preocupar com a opinião dos outros. Aracy volta e meia era indagada sobre sua sexualidade, de ser meio assexuada e até de ser sapatona, machona pelo seu jeito masculinizado de falar, de se portar e de vestir. Na fantasia estará o arco-íris, símbolo do movimento LGBT, calças compridas, “sapatões”, os símbolos masculinos e femininos. Frases politicamente corretas também estão presentes na forma de cartazes como adereço de mão. Homens vestidos de mulher e mulheres de homens virão nesta ala).



Ala 29 – Memórias de Torcedor. A canção Memórias de Torcedor [Wilson Batista/Jorge de Castro], de 1946, gravada por Aracy, apesar de falar do Flamengo, não deixa de ser uma zoação entre os clubes, pois o Flamengo na letra da canção tinha perdido e o torcedor estava com a cabeça inchada, inspirou esta Ala que representa o futebol e aos dois clubes do coração da artista: Vasco da Gama no Rio e Palmeiras em Sampa. Uma única fantasia com frente e verso diferentes, quando o Vasco aparece na frente o Palmeiras estará representado nas costas e vice-versa. Bolas de futebol, coração, a cruz-de-malta e o periquito estarão nestas fantasias, além das cores dos respectivos times do futebol brasileiro.
Ala 30 – Colecionadora de Quadros. A fantasia terá tintas, a paleta de cores e pincéis, a boina característica para lembrar da sua coleção de Quadros de vários pintores: Cândido Portinari, Clovis Graciano, Antonio Bandeira, Heitor dos Prazeres, Walter WendhausenDjanira, além dos amigos Di Cavalcanti e Aldemir MartinsUm de seus discos gravados em 1950 da obra de Noel Rosa teve a capa pintada por Di Cavalcanti e orquestrado por Radamés Gnatalli, um luxo.

Ala 31 – Cachorrada. Aracy amava os cachorros. Teve vários, todos tratados como filhos. Feijão, um poodle, foi o mais famoso deles, muito ambientado às boates, era servido à mesa e comia batatas fritas e bife com cebolas. Dizia: "Não gosto de gente. Eu gosto mesmo é de cachorro". Fantasia de cãezinhos como adereço de mãos um prato de fritas e bife acebolado para uns e balões de ar em formato de coração para outros. Ossos e até jornal estarão nestas fantasias.

Destaque de Chão: A Leonina Geniosa. Representa o signo forte da cantora.
Alegoria 6: OS AMORES DE ARACI. Neste carro alegórico estarão retratados os amores de Araci Telles de Almeida: Os cães, a feira-livre (já citada, Barracas de feira estarão na parte traseira do carro), a Religião Judaíca (lia muito a Bíblia até recitava várias passagens, adorava o Velho Testamento e as Parábolas; o candelabro judeu, a estrela de Davi, representam a sua fé), as Artes (apreciava, além da ópera já citada, o canto gregoriano, o tango e o jazz, curtia livros de psicanálise (dissertava sobre Freud e Lacan) e de filosofia (Schopenhauer), recitava Augusto dos Anjos, colecionava quadros de importantes pintores brasileiros. Aracy até se deixou ser retratada num Quadro Cubista que será reproduzido na alegoria. Era chegada num antiquário e em algumas quinquilharias e badulaques espalhados por toda a casa: bibelôs, pratarias, móveis antigos, tapetes persas, lustres da Bohemia, tinha coleção de opalinas [*], vasos e biscuits raríssimos, um belo gramofone e um relógio de ouro, etc, tudo estará representado nesta alegoria). Balões de ar em formato de coração estarão por toda a alegoria. Dançarinos de tango fazem coreografia na Alegoria. A cidade de São Paulo também será homenageada nesta alegoria, Aracy morou 12 anos (1950 a 1962) na capital Paulista quando foi contratada pela Rádio Record e tinha muito carinho pela cidade da garoa. Toquinho, Jorge Ben estarão presentes na alegoria.
[*] Opalina: vidro de aspecto acetinado, irisado quando visto à contraluz, leitoso, ger. translúcido, usado no fabrico de objetos decorativos, jarras, taças, lustres etc.

Capa do disco feito por Di Cavalcanti.
7º Setor: SHOWS, ATRIZ, JURADA
Entramos no setor dos Shows, da Atriz Aracy, dos Grandes Festivais e da sua transformação numa das mais bem sucedidas, polêmicas, das mais lembradas, juradas de programas de auditórios/calouros da televisão brasileira. Quanto vale o nosso show Aracy de Almeida? “Dez Paus”, nota 10 para a escola e estamos conversados, responderia? Foi premiada com o Troféu Imprensa [*] de 1987 por ter sido considerada a melhor jurada de televisão daquele ano, mas por causa de seu estado crítico de saúde, nunca recebeu nem sequer soube ter ganho esta premiação. Ela também ganhou o Troféu Imprensa de Melhor Jurada do ano de 1984.
[*] O Trofeu Imprensa é o maior, o mais antigo e o mais importante prêmio anual dedicado a premiar os maiores destaques da televisão brasileira e música. Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Trof%C3%A9u_Imprensa.
Ala 32 – Você É Show! (Esta Ala representa as apresentações nas várias Boates, Teatros e Casas Noturnas em que Aracy se apresentou: Boate Vogue, casa noturna grã-fina carioca localizada em Copacabana (entre 1948 e 1952), Boate Zum-Zum (1964), Teatro Opinião (1965), o Show: Que Maravilha! Com Toquinho, Jorge Ben e Paulinho da Viola no Teatro Cacilda Becker (1969), entre outros). (Fantasia terá a famosa calçada de Copacabana referência à famosa Boate Vogue e trará uma propaganda estilo “outdoor ambulante” (aquelas onde as pessoas carregam a propaganda) convidando e chamando o povo pro nosso show na avenida, estrelado por Aracy de Almeida, você não pode perder).

Ala 33 – Não Tem Tradução – Cinema Falado. (A Ala traz em seu nome a canção Não Tem Tradução – Cinema Falado [Noel Rosa], de 1950, e faz referência ao cinema e a sua carreira de atriz. Aracy de Almeida adorava cinema e atuou em alguns filmes: “Segura Esta Mulher” (1946), direção e roteiro de Watson Macedo, “Esta É Fina”, juntamente com Linda Batista, Marlene Nelson Gonçalves, entre outros (1948), “Carnaval em Lá Maior” (1955), “Perpétuo contra o Esquadrão da Morte” (1967) e “Cordiais Saudações” (curta-metragem, 1968). Aracy também foi homenageada em um curta “Araca – O Samba em Pessoa”, de Aleques Eitererlançado recentemente, Julho de 2015, na 7ª edição do In-Edit, Festival Internacional do Documentário Musical, com o objetivo de resgatar sua preciosa história na música da MPB, muito além da jurada do Sílvio Santos). (A Fantasia em preto e branco trará rolos de filmes, câmera, claquetes, pipocas, óculos 3D pra deixar mais “moderninhos” os nossos desfilantes).



Ala 34 – Voz do Morto. (A Ala representa os áureos tempos dos Grandes Festivais de Músicas da MPB e a canção Voz do Morto composta por Caetano Veloso, em 1968, a pedido de Aracy em gozação e represália pela eliminação da canção O Samba da Vida [Miguel Gustavo] na qual interpretou naquele Festival. O morto em questão seria Noel Rosa. A canção não se sabe o porquê foi proibida pela censura da época). Aracy foi também jurada do V Festival da Música Popular Brasileira em 1969, o último produzido pela TV Record. A Fantasia terá cigana, como diz na letra da canção Voz do Morto:
Ninguém me salva / Ninguém me engana
Eu sou alegre / Eu sou contente
Eu sou cigana / Eu sou terrível / Eu sou o samba


  Com Jair e Elis
Ala 35 – Anos Rebeldes. (A ala faz alusão aos 60 e traz no título o nome de uma minissérie de muito sucesso Anos Rebeldes exibida em 1992 pela Rede Globo inspirada na década de 1960 (inicia em 1964 e vai até 1985). Com a Bossa Nova [1], a Jovem Guarda [2], o Rock Nacional [3], a Tropicália [4] e a própria TV que se desenvolvia muito voltada para a aparência física, os sambistas acabaram perdendo espaço e já não eram tão solicitados. Aracy e muitos outros ídolos da Velha Guarda da MPB acabaram, aos poucos, caindo num quase esquecimento por parte das novas gerações, o que acabou desgostando da música e a levou a trilhar um novo rumo à sua carreira: Jurada de Televisão). Na fantasia marcas destas mudanças todas da década de 60: Guitarras como adereço de mão (Rock), estilo e marcas dos Hippies (Jovem Guarda), a brasilidade na forma de flores e frutos bem coloridos (Tropicália), calçadão de Copacabana (Bossa Nova), a coroa do rei Roberto Carlos. Aracy gostava muito do Roberto, inclusive fez dueto com o Rei em seu Especial de Fim de Ano na Rede Globo de 1976, interpretaram Conversas de Botequim do Noel.
[1] Bossa Nova: Movimento da música popular brasileira do final dos anos 50 lançado por João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e jovens cantores e/ou compositores de classe média da zona sul carioca, derivado do samba e com influência do jazz. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bossa_nova.
[2] Jovem Guarda: Foi um programa de televisão surgido em 1965, que mesclava música, comportamento e moda. Apresentado pelo cantor e compositor Roberto Carlos, conjuntamente com o também cantor e compositor Erasmo Carlos e da cantora Wanderléa, a Jovem Guarda deu origem a toda uma nova linguagem musical e comportamental no Brail. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jovem_Guarda.
[3] Rock Nacional: Teve início no final da década de 1950, conquistando maior popularidade na década de 1980. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rock_no_Brasil.
[4] Tropicália, Tropicalismo ou Movimento Tropicalista: Movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. O movimento manifestou-se principalmente na música, cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tropic%C3%A1lia.
Grupo Performático 4 – Proibido Colar Cartazes! O Grupo representa o Programa de Calouros Proibido Colar Cartazes, na TV Record em 1968, em plena ditadura brasileira, do qual Aracy de Almeida fazia parte juntamente com o comediante Pagano Sobrinho. A performace terá 7 integrantes vestidos como se fossem muros brancos alinhados um ao lado do outro, outros 3 integrantes tentam colar seus cartazes (a logo do nosso enredo) enquanto outros 5 participantes fantasiados de militares repressores, tentam impedí-los. É claro que não conseguem! Viva a Democracia!
3º Casal de Mestre Sala e Porta-Bandeira. Representam os tempos do Cassino do Chacrinha, onde Aracy atuou como jurada de calouros. O Mestre-Sala virá fantasiado do Velho Guerreiro Chacrinha com a sua buzina característica e a Porta-Bandeira virá de Roleta do Cassino do Chacrinha, em sua fantasia terá ainda cartas do baralho, fichas e dados.
Guardiães do 3º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Formada só por mulheres. Representam as vedetes, chamadas de Chacretes, as dançarinas que abrilhantavam o Cassino do Chacrinha. Recebiam nomes exóticos e chamativos como Rita Cadillac, Índia Amazonense, Suely Pingo de Ouro, Fernanda Terremoto, entre outras. Como adereço de mão estará o abacaxi e o bacalhau que era dado pros maus calouros e jogado pra plateia.
Ala 36 – Quanto Vale o Nosso Show Aracy de Almeida? (A ala representa a fase jurada da artista no programa que lhe consagrou Show de Calouros. “Ser Jurada pra mim é um bom galho, sabe, é isso aí!”, dizia ela. Sempre de óculos escuros e de mau-humor. Era durona, ranzinza e implacável com os calouros, adorava dar nota zero, distribuía seus “Dez Mangos” e “Dez Paus”. Na verdade, tratava-se de uma personagem criada pela cantora para atrair a atenção do público, pois a verdadeira Aracy era muito doce, muito sincera, é bem verdade, brincalhona, parceira, generosa, desapegada das coisas materiais e que adorava ajudar e dar presentes aos seus amigos. Quem esquece as músicas iniciais cantadas por Sílvio Santos: “Aracy de Almeida lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...” e “Aracy de Almeida É Coisa Nossa, Aracy de Almeida É Coisa Nossa” Caricaturas da jurada Aracy e seus “Memes” Dez Mangos e Dez Paus estarão presentes na fantasia).



Alegoria 7: JURADA ENFEZADA. O carro terá O Cassino do Chacrinhao Clube do Bolinha e O Show de Calouros e retratará a fase jurada de calouros de programas de auditório da televisão. Na Alegoria um grande Cassino será montado com roletas, grupiês, jogadores/carteado, naipes de baralho, dados e vedetes, além do tradicional abacaxi que era distribuído pros calouros mais fracos. Stepan Nercessian (interpretando Chacrinha) e Russo também estarão nesta alegoria. Fantasias de Chacretes são as composições. Ao Clube do Bolinha terá a caricatura do apresentador, o saudoso Edson Cury. À parte da Alegoria que fará referência ao programa Show de Calouros terá o cenário da atração também reproduzido. Destaque para a presença de Sílvio Santos, seu grande amigo e patrão, e de seus ex-colegas Elke Maravilha, Flor, Sérgio Mallandro, Wagner Montes, Sônia Lima, Leão Lobo, Nelson Rubens, Décio Piccinini, entre outros. Uma escultura do também folclórico jurado Pedro de Lara estará nesta Alegoria. Uma escultura de um Troféu Imprensa também virá neste carro alegórico. O carro terá várias fotografias da artista por toda a “saia” da alegoria e terá também vários holofotes neste carro alegórico. Composições de feiticeiras, Aracy gostava muito desta música de Carlos Alaexandre na década de 80 e o Calouro esperto a escolhia pra cantar e para conquistar o voto da jurada.
   
Com “SISI”
8º Setor: NO CÉU ENCANTADO UMA ESTRELA FOI MORAR
Neste último setor, o Céu Encantado e estrelado recebe mais uma estrela: Aracy de Almeida. Aracy ficou 2 meses em coma por causa de um edema pulmonar. Faleceu em 20 de junho de 1988, aos 74 anos de idade. Seu amigo e patrão Sílvio Santos pagou todo seu tratamento e ligava todos os dias, sempre às 18 horas, para saber do seu estado clínico. Uma grande roda de samba é montada no Céu Encantado com ela e grandes bambas e amigos: Antônio Maria, Vinícius de Moraes, Sílvio Caldas, Tom Jobim, Carmen Miranda, Jair Rodrigues, Mário de Andrade, Elis Regina, entre muitos outros.
Ala 37 – Se Eu Morrese Amanhã(A Fantasia terá esqueletos coloridos e faz alusão a canção Se Eu Morrese Amanhã [Antônio Maria] interpretada por nossa Araca).
Ala 38 – Ala dos Compositores: Não Me Diga Adeus. (Além de representar a canção Não Me Diga Adeus [Paquito/Luiz Soberano/João Correa da Silva], sucesso no carnaval de 1948, representa todos os compositores pelos quais Aracy gravou e interpretou canções, nada melhor do que serem representados pelos compositores de samba da nossa escola. Eles trazem caixinhas de fósforos, violões e pandeiros. Entre estes compositores estão: Assis Valente do samba Fez Bobagem, Ary Barroso, Capiba, Ataulfo Alves, Ismael Silva, Herivelto Martins, Valfrido Silva, Wilson Batista, Heitor dos Prazeres do samba Saudosa Favela, parceria de Vinícius de Moraes e Adoniram Barbosa na canção Bom Dia Tristeza (1957), Antônio Maria do samba Quando Tu Passas Por Mim, Caetano Veloso, entre muitos outros, que timaço!).
Ala 39 – Uma Estrela! (A ala representa toda a brilhante carreira de Aracy de Almeida). (Fantasia terá estrelas).
A Bateria retorna do Recuo. “Os Garçons da Alegria”.
Destaque de Chão: Fita Amarela [Noel Rosa]. Quando Eu Morrer, não quero nem choro nem Vela, quero uma fita amarela gravado com o nome dela...



Alegoria 8: UMA RODA DE SAMBA NO CÉU ENCANTADO (Na última alegoria reunimos grandes bambas e amigos de Aracy numa roda de samba no Céu Encantado. Esculturas de Aracy e amigos ornam esta alegoria). Um grande telão mostrará imagens da grande artista Aracy de Almeida. Fantasias: Anjos Celestiais são os das composições.
Ala 40 – VIVARACY! (Ala Amigos da Escola homenageia a “sambeira” Aracy e representa o Centro Popular de Cultura Aracy de Almeida - Associação civil sem fins lucrativos, criada em 2001, cuja atuação em produção de eventos (shows, seminários, exposições, etc.) na área de cultura popular, valorizando a memória da Música Popular Brasileira, além da valorização da obra artística de Aracy de Almeida).
Ala 41 – Ala da Velha Guarda: Último Desejo. (Roupas tradicionais vestem a Galeria da Velha Guarda, representam os fãs da Aracy de Almeida e a canção Último Desejo [Noel Rosa]que Aracy gravou dois meses após a morte do compositor. Mas nada de tristeza e de melancolia! Para a escola 18 KLT’s o nosso Último Desejo é o de gritarmos com essa bela homenagem, mais uma vez: É Campeão!).
Obs: Diretores de Alas, de Harmonia e de Evolução vestem camisas com caricaturas da Artista Aracy de Almeida, com suas frases: "Vou dar dez mangos”, “Não deu pedal” e “Estamos conversados".
 Caricatura (charge) de Augusto Rodrigues para a revista semanal "Carioca" de 15/5/1937

REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Livro: ARACY DE ALMEIDA – Não Tem Tradução. Autor: Eduardo Logullo. Editora: Veneta. 2014.
http://www.dicionariompb.com.br/aracy-de-almeida - Dicionário Cravo Albim da MPB (verbete Aracy de Almeida).
Transcrição de suas palavras (http://www.sambaderaiz.net/show-samba-pede-passagem/) Faixa 2 do disco “Show – Samba Pede Passagem”
https://www.youtube.com/watch?v=9RWQoJBU1vE (Vídeo: Roberto Carlos Especial 1976)
http://www.samba-choro.com.br/artistas/aracydealmeida

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