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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Enredo 1408 - Nas asas do Galo de Ouro, os encantos da folia

Título

Nas asas do Galo de Ouro, os encantos da folia


Introdução

Num passado já distante, Parada de Lucas era uma localidade que impressionava pela quantidade de valores humanos que era capaz de agregar ao mundo da folia. Compositores renomados, sambas antológicos e inovações na bateria foram parte do dia-a-dia de Unidos da Capela e Aprendizes de Lucas, duas ferozes rivais que disputavam entre si o posto de quinta força do Carnaval.
O talento latente e a excelência de seus quesitos eram tamanhos que as grandes escolas dos anos 50 tentavam de todas as formas levar os grandes nomes das duas rivais. Com o passar do tempo, graças à forte influência financeira e à decadência da Parada de Lucas, não foi difícil conseguir seduzir os valores de Capela e Aprendizes.
Então, as diretorias de ambas decidiram que seriam mais fortes se se tornassem uma só. Assim, em 01 de maio de 1966 nasceu a Unidos de Lucas, encarnada e dourada, se tornando o Galo de Ouro da Leopoldina, a quinta força do Carnaval.
Esta é a história de Capela, de Aprendizes, da Unidos de Lucas e do doce povo da Parada, viajando pelos aspectos de cada uma e pelos momentos em que o Galo de Ouro manteve-se forte, mesmo não estando na elite da folia.



Sinopse

Eu sou o Galo de Ouro. E minha história começa quando ainda era apenas um ideal perdido nos pensamentos humanos. Quando nossas raízes, as tias baianas, passaram seus ensinamentos a homens e mulheres apaixonados pelo então emergente samba, e estes vieram a incorporar elementos dos ranchos e idealizar os desfiles das escolas de samba.
Não tardou para que a novidade chegasse às bandas de Parada de Lucas. Do lado esquerdo para quem vem no sentido de Duque de Caxias, surgiu a Aprendizes de Lucas, nas cores verde e branco em homenagem a São Sebastião, seu padroeiro e protetor. À direita da linha férrea, nasceu a Unidos da Capela, vestindo as cores do manto de Nossa Senhora da Conceição. Por motivos desconhecidos, quis o destino que ambas aprendessem a ser rivais, ao ponto do bairro se dividir durante o Carnaval.

A Aprendizes de Lucas foi assim nomeada devido aos jovens cantores que se reuniam nas proximidades de uma padaria. Seu símbolo era um leão e foi a primeira escola a ter uma ala somente de compositores, além de revelar grandes talentos como Mestre Gargalhada, um dos maiores tamborinistas da folia, e Roxinho, o grande mestre-sala em verde e branco. Mas seu grande nome era Octacílio Marques, carnavalesco conhecido pela beleza de suas alegorias.
E tanto ele como seus sucessores fizeram grandes desfiles de Carnaval. Cantaram e exaltaram a Festa do Bonfim, as glórias de São Paulo, os bombeiros do Rio, o patriarca da Independência do Brasil e as obras de Aleijadinho. Mas seu grande momento de esplendor foi quando trouxe para a folia a exótica Festa da Uva do Rio Grande do Sul.

Já a Unidos da Capela veio de um time de futebol amador, criado em frente ao local que deu nome à agremiação. Era a escola dos estivadores e conhecida pelas suas inovações na bateria, o que lhe valeu o título de Tabajara do Samba. Também é responsável pela primeira ala de ritmistas da folia, da qual só participava quem tocasse pandeiro.
Desfilou, com sua leveza habitual, o Brasil de Cabral e de Pedro, as riquezas do petróleo, a vida do Águia de Haia e o passado da cidade do Rio de Janeiro. Foi campeã por duas vezes, sendo sua maior conquista quando exaltou os produtos e os costumes da nossa terra.

Eu nasci nos anos 60, deixando de ser um ideal, quando Capela e Aprendizes perceberam que estavam perdendo espaço para o poderio financeiro das matriarcas da folia e decidiram se unir para se tornar a quinta força do Carnaval. Tornei-me o símbolo da união, vestido em vermelho e amarelo-ouro, batizado pela Divina Elizeth e protegido pelos santos padroeiros de meus pais.
E enquanto fui a quinta força homenageei as festas tradicionais do Rio, os imortais do samba e as cidades históricas das Minas Gerais. Mas a grande obra foi o Sublime Pergaminho, eternizado em desfile e em inúmeras regravações.
Com a ajuda de um homem imponente e elegante e de um jovem que sabia como combinar bem as cores, reverenciei Iemanjá junto aos romeiros que embarcavam nos saveiros, para levar suas oferendas para o Aiuká.

Mas, me faltou a força necessária para evitar que fosse mandado para o Grupo de Acesso. Mesmo assim, mantive minha luta para estar ao lado das grandes matriarcas. Trouxe o mundo lúdico de um cabo de vassoura, a sutileza da crítica aos impostos excessivos e a magia dos gênios da música brasileira. Encantei o povo com o encontro do Rei Cigano com o Rei do Baião, numa das mais belas homenagens que passaram pela Avenida.
E o amor do povo nunca se perdeu, pulsando nos corações daqueles que prestigiam o Carnaval da Estrada Intendente Magalhães. As sucessoras das antigas tias baianas sempre estiveram comigo para manter a tradição de Parada de Lucas viva e vibrante.

Eu sou o Galo de Ouro. E meu desejo é voar. Para o mundo de glórias ao lado das matriarcas, que é onde quero retornar.

Número de alas: 30.
Número de setores: 7.
Número de alegorias: 6 carros, 2 tripés e 3 elementos cenográficos.



Roteiro

Setor I – Primórdios

Este setor traz o começo do samba e das manifestações populares, até chegar nas escolas de samba.

Comissão de Frente – Raízes
Integrantes: 15.

As tias baianas representam uma das pedras fundamentais para o desenvolvimento do samba no Rio de Janeiro. Tanto que passaram a integrar os desfiles de Carnaval.

15 componentes vestidos de baianas, tendo as tradicionais roupas com renda, colares coloridos e balangandãs. Cada terço vem alviazul (Capela), alviverde (Aprendizes) e vermelho e ouro (Lucas). Carregam incensos, ramos e oferendas nas mãos, e são coreografados como se estivessem realizando a lavagem da Avenida.
Os componentes usam os objetos que carregam para criar a imagem de um galo, enquanto formam três círculos por ele, representando a ideia de união.




1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Ranchos
Os ranchos carnavalescos eram cortejos com uso de vestimentas vistosas e instrumentos musicais variados, principalmente os de corda e de sopro. Deles vieram os enredos, o mestre-sala e a porta-bandeira.

O mestre-sala usa uma cartola lilás e brilhosa, com penas no topo. Na altura do tronco, vestes azul-claro com estrelas pequenas prateadas e uma capa de igual cor. Calças em tons alaranjados mais claros e botas em matizes pastéis de azul e detalhes dourados.
A porta-bandeira vem com uma roupa majoritariamente branca, com detalhes em lilás na barra da saia e na cintura. Há vários guizos multicoloridos pendurados nas vestes. Na parte de baixo, há diversos tipos de máscaras carnavalescas com feições de euforia. Na cabeça, diadema com plumas.


Ala 1 – Primeiro certame
Em 1932, aconteceu o primeiro desfile competitivo das escolas de samba. Tal evento foi um sucesso de público e acabou por inspirar o surgimento de mais agremiações.

Um grupo coreografado representa um tributo para o que teria sido o primeiro desfile. Há a presença de puxadores, versadores (que improvisavam um samba na hora), mestre-sala, porta-bandeira, comissão de frente, ritmistas e pessoas com as mais variadas fantasias, como palhaços, damas de companhia...
Alguns componentes trazem os estandartes das escolas que estavam presentes naquele ano: Mangueira, Portela (então Vai Como Pode), Unidos da Tijuca e Estácio de Sá (pela sua antecessora, a Cada Ano Sai Melhor).

Carro Abre-Alas – Parada de Lucas
Um singelo bairro cujo nome surgiu quando o português José Lucas de Almeida, proprietário da região, pediu para fazerem uma paragem para a linha férrea que era construída na região.
Nesse meio tempo, surgiram duas escolas de samba que eram separadas pela estação. À esquerda (direção Duque de Caxias), se situava a Aprendizes de Lucas. E à direita, estava a Unidos da Capela.

A alegoria representa a estação da Parada de Lucas, com uma maria-fumaça carregando uma carruagem, ambas em branco e dourado, e sobre trilhos dividindo o carro em dois. Pelo trem se vê fitas, mosaicos circulares, e o rei Momo sentado, risonho e balançando seu cetro. No coche, está a corte da folia, com príncipes pierrôs e princesas colombinas.
Em cada lado há bandeirolas e enfeites carnavalescos, bem como componentes representando saltimbancos malabaristas e arlequins. Todos utilizam algum elemento que relembre o Carnaval, como chapéus característicos, guizos do tamanho de bolas, máscaras, aros circulares...
O lado esquerdo prioriza tons de verde e o direito matizes azuis, representando o que seria a “área” de cada escola. Há brilho em todos os enfeites e extremidades, o que seria ressaltado pela iluminação.
No fundo, em “queijos” altos e enfeitados por serpentinas, dois destaques representando a alma do português e a Folia.



Setor II – A escola de Octacílio

Este setor trata sobre aspectos e características da Aprendizes de Lucas.



Ala 2 – Noites de cantoria
A Aprendizes possui esse nome porque, segundo Crioulo Doido, foi fundada ao lado de uma padaria onde jovens se reuniam para cantar.
A ala traz jovens caracterizados como um pierrot músico, maquiado com sombra verde-esmeralda nos olhos e uma boca bem vermelha, com a tradicional roupa em tom de verde. Usa uma touca negra na cabeça. Pompons pretos no centro da camisa, nas mangas e nos lados da calça, além de um laranja no chapéu.  Uma gola volumosa em amarelo e sapatilhas com laços. Nas mãos, carrega um instrumento musical de corda, como violino, violão ou bandolim.



Ala 3 – Nos braços de São Sebastião
Próximo ao terreiro da agremiação se situava a Igreja de São Sebastião, que se tornou o padroeiro da escola.

A fantasia consiste numa representação do santo, com os componentes vestindo uma túnica branca que cubra apenas da cintura para baixo. Possuem também cordas se enrolando por mãos e braços. Na cabeça, uma auréola prateada e rajada. Pelo corpo, várias flechas ensanguentadas. Nas costas, ramos cheios de folhas crescendo, em tonalidade forte.




Ala 4 – Poetas ilustres
Acredita-se que foi a Aprendizes a primeira escola a trazer uma ala organizada para seus compositores, em 1953.

Uma representação diferente para compositores. A ala traz os componentes caracterizados como Orfeu, herói da Trácia e lendário poeta e músico. Usam túnica verde-bandeira de detalhes em preto e branco na barra com um manto laranja de ninfas entalhadas, além de sandálias. Nas mãos, carregam uma pena de escrever e uma lira. Na cabeça, um chapéu de hoplita, com muitas plumas arroxeadas.


Ala 5 – Gargalhada de ouro
Um tributo a uma das figuras mais únicas da folia: Mestre Gargalhada, português de Cabo Verde e um dos tamborinistas mais criativos do Carnaval.

A fantasia é conforme a imagem, com um terno branco com uma longa gola em cor de grama, e detalhes de folhas e estrelas ramificados em verde-mar, bem como sapatos de mesma cor. Nas mãos, um tamborim dourado, referência ao instrumento de expertise do Mestre e ao prêmio que ele recebeu. Na cabeça, um chapéu-coco com o brasão de armas do Cabo Verde colonial e uma máscara com um grande sorriso.

Ala 6 – Paraíso dos grã-finos
Nos anos 50, tornou-se comum aos ricos da Zona Sul se dirigir à Zona Norte para acompanhar os ensaios das escolas de samba. Em particular o da Aprendizes de Lucas era um dos mais frequentados.

A ala traz homens com ternos e sapatos brancos alinhados com detalhes felpudos e brilhantes nas pontas em verde-água, um lenço sépia amarrado no pescoço, charuto na boca com uma nota de 100 dólares acendendo o fumo. Na cabeça, uma cartola verde com plumas cor de ferrugem.
Junto deles vêm mulatas com vestidos rodados de chitas, em verde com pompons pequenos e detalhes prateados e uma tiara brilhante na cabeça.

Alegoria 2 – O Rei de Parada de Lucas
Octacílio Marques foi um dos fundadores e o grande líder da Aprendizes de Lucas, além de ter sido carnavalesco da escola, reconhecido pelo requinte e beleza de suas alegorias. Infelizmente, foi vítima de um desastre ferroviário quando retornava para o Rio de Janeiro.

Este é um carro que privilegia as cores da Aprendizes (verde e branco) e traz um salão palaciano, com luminárias de cristal falsas, vasos, mobília em estilo rococó, chão similar com o piso antigo das moradas das cortes europeias e esculturas-vivas representando um malandro, uma baiana, uma cabrocha, um ritmista e os outros fundadores da escola: José Serrão (Cartola, não confundir com o mangueirense), Jorge Novais (Joca), Claudionor Saldanha, além de Roxinho, o famoso mestre-sala, que foi revelado na alviverde. Há componentes usando máscaras enfeitadas com pedras, figuras ou entalhes dourados e fantasiados com vestes tradicionais feitas em panos mais leves e plumas, numa versão enxuta das fantasias do Carnaval de Veneza. Na frente da alegoria aparece um leão rugindo pintado de forma a lembrar o mármore, além de Elton Medeiros, compositor e fundador da Ala de Compositores da Aprendizes.
Quase no final do carro, subindo uma pequena escada, há um trono onde está sentado um destaque representando Octacílio Marques, caracterizado como um rei em dia de coroação, com um longo manto verde de detalhes dourados, calça e camisa brancas, botas pretas de cano alto e uma coroa dourada com pedras multicoloridas e tecido verde.
Na parte de trás, há uma sacada cheia de componentes vestidos como plebeus e camponeses. Eles são o povo que sempre partia na Caravana da Saudade até o local onde Octacílio morreu, para prestar suas condolências.
Por fim, a alegoria é cercada por um pequeno jardim de arbustos floridos.



Setor III – A imponência do Leão

O terceiro setor apresenta os desfiles mais marcantes da Aprendizes de Lucas, culminando, a parte de qualquer linha temporal, naquele que representa o grande momento de glória da agremiação.

Ala 7 – Bandeirantes foliões
Um dos sambas mais inesquecíveis da Aprendizes foi o que embalou o desfile em homenagem ao Estado de São Paulo, em 1954.
A fantasia consiste em bandeirantes que usam chapéu (havendo plumas amarelas no topo e fitas trançadas cor de lima), máscaras demoníacas e casaca laranja, esta por cima de uma camisa branca de mangas longas e dobradas. Também vestem calças verde-oliva, cinto e botas marrons tratadas para lembrar couro. Carregam nas mãos uma espada e uma bola pendurada numa vara, que batem no chão. Nas costas, uma capa verde com coroas entalhadas.



Ala 8 (baianas) – Sagração do Senhor do Bonfim
Em 1950, a escola obteve o vice-campeonato com o enredo “Uma festa na Igreja do Bonfim (Exaltação à Bahia)”.
O torso é feito de chita em branco, verde e prata, com rendados em forma de xale e na saia, que também tem leões entalhados como se estivessem andando. Possuem colares e balangandãs verdes. Na cabeça, um turbante branco com detalhes em castanho e plumas rosadas.

Ala 9 – Bombeiros da alegria
O singelo enredo de 1959, prestando uma homenagem à instituição fundada em 1856 pelo imperador Dom Pedro II para o combate ao poder destrutivo do fogo.

A ala traz componentes vestidos como um palhaço, com uma túnica larga na cor verde, com máscaras em bronze entalhadas e gola babada branca com pedrinhas brilhantes. As mangas e as barras são como chamas, em amarelo e coral. Na cabeça, um capacete branco e de detalhes dourados e o bocal das mangueiras no topo. Calçam botas pretas.

Elemento Cenográfico 1 – Carroça-tanque
Consiste numa representação de uma antiga carroça utilizada pelos bombeiros do século XIX que era puxada por um burro com chapéu com plumas brancas e adornos prateados. Este será uma alusão a Roberto, asinino que foi condecorado pelos serviços prestados. O veículo traz rodas avermelhadas e um barril deitado de mesma cor, com serpentinas no fundo, e é conduzido por dois componentes trajados como a ala. Um deles borrifa água de cheiro de um cabo conectado no tonel.



Ala 10 – O patriarca do Brasil
1960 foi o ano de mais um vice-campeonato. Desta vez, exaltando a figura de José Bonifácio.

Esta ala traz José Bonifácio como um cavaleiro do Brasil Colonial, com casaca e calças em branco, camisa com babados em verde, ombreiras douradas e um medalhão com a Cruz da Ordem de Cristo. Nas costas, uma capa com as pinturas carnavalescas de Debret. Nas mãos, uma espada e na cabeça um chapéu de palha com plumas lilases.






Ala 11 – Profeta das videiras
Para o ano de 1961, o enredo homenageou a vida e obra de Aleijadinho. Sua escultura favorita, Ezequiel, fez no passado uma profecia associada com as videiras.

A fantasia é uma reprodução das vestes do profeta Ezequiel, com uma túnica longa e cintada em cinza, com ramos de videira descendo pelos braços, bem como botas de mesma cor, relembrando a pedra-sabão utilizada na escultura. Em contrapartida, o manto é verde-lima com os detalhes da barra em dourado. Na cabeça, um barrete verde-oliva com um laço laranja segurando a viseira acima da nuca. As faces dos componentes são pintadas para relembrar a pedra-sabão.

Alegoria 3 – Festa da Uva
Em 1951, a Aprendizes de Lucas trouxe um enredo com uma temática completamente exótica para a época: a tradicional Festa da Uva que ocorria no Rio Grande do Sul. Acabou por conseguir o vice-campeonato, perdendo para o Império Serrano. Esse desfile representa a imponência do velho Leão de Lucas, que naquela época estava abaixo somente das matriarcas do samba.

Na frente do carro vêm, acoplados, dois bois negros, como se puxassem a alegoria, enfeitados com adornos dourados e fitas.
Atrás deles um destaque representando a Rainha da Festa da Uva. No centro, uma escultura de Ceres verte vinho cenográfico pelos olhos e mãos. Componentes vestidos de ninfas e sátiros a cercam.
Nos lados do carro vê-se cornucópias castanho-alaranjado enfeitadas com pedraria e uvas maduras saindo para fora, com os ramos do vinhedo descendo pelo chão da alegoria, além de se enrolarem pelas pernas da escultura.
No fundo, Baco aparece deitado em almofadas, com uma coroa feita ramos de videira e cachos, túnica lilás e joias pelos braços. Atrás dele, flâmulas com a cruz da Casa de Savoia, referência à imigração italiana.
Os deuses e as cornucópias são alusões da prosperidade da terra gaúcha.





Setor IV – O azul e branco da Padroeira

Este setor trata das características e dos aspectos da velha Unidos da Capela.




Ala 12 – Clube de futebol
Em 1928, foi fundado o Capela Futebol Clube, time amador que anos depois se tornaria escola de samba. Eram incentivados e comemoravam suas conquistas com batucadas.

A ala traz arlequins de camisa e calças com triângulos em azul e prata formando quadrados, uma faixa branca na região dos botões, gola de babados e sapatos em formato de apito. Na cabeça, um chapéu com plumas brancas e uma bola de futebol tratada de forma a lembrar couro. Trazem nas mãos instrumentos para realizar uma batucada.
                       


Ala 13 – Alfabetização da folia
A Unidos da Capela bancava, dos cofres da escola, a alfabetização dos moradores da Parada de Lucas. Cumpria assim uma função social.

A ala vem caracterizada como bobo da corte, com camisa azul, com camisa com torso e mangas turquesa, com gola serrada e extensões em roxo, ombreiras listradas em azul-marinho e branco. Médias-calças com uma das pernas em turquesa e a outra listrada em azul-marinho e branco, além de sapatos com pontas enroladas prateados. Usam um chapéu de três pontas em azul, branco e preto. Guizos estão pendurados nas extremidades da gola, sapatos e chapéu e há babados no final das mangas. Nas mãos, um pequeno quadro-negro com o be-a-bá do bom folião.

Ala 14 (passistas) – Estivadores e melindrosas
A agremiação teve em seus quadros trabalhadores portuários do Rio de Janeiro.


A fantasia dos passistas masculinos consiste numa camisa listrada em azul-claro brilhante e branco, com os botões abertos, chapéu de palha achatado, com uma faixa azul, calças de cor lilás, e sandálias.
Já as mulheres vêm como melindrosas, musas dos estivadores, com vestidos curtos babados brancos, salpicados com azul-brilhante.  Uma tiara com entalhe de um navio e com plumas lilases na cabeça. Nos ombros, um boá da mesma cor. Nos braços, fitas multicoloridas enroladas.


Ala 15 (bateria) – Tabajara do Samba
Nos anos 40, graças às inovações que trouxe, como o exímio uso de pratos e tacos de madeira para firmar a marcação, a bateria da Capela passou a ser conhecida como Tabajara do Samba, em homenagem à famosa Orquestra Tabajara.

Os componentes vestem terno alinhado azul com pequenas pedras brilhantes espalhadas. Em branco, sapatos, luvas e lenço. Na cabeça um chapéu panamá. Como forma de homenagear a Capela, há pratos e tacos de madeira na bateria.

Ala 16 – Meu coração é um pandeiro
A agremiação foi a primeira a organizar uma ala de ritmistas, na qual só entrava quem tocasse pandeiro.
A ala traz pessoas vestidas com camisas de cetim com mandalas coloridas, chapéu e sapatos pretos, calças em amarelo fosco. No peito, um pandeiro com o estandarte da Capela gravado. O instrumento também é trazido nas mãos dos componentes.



Tripé 1 – Sob as bênçãos de Nossa Senhora da Conceição
O azul e branco da escola foram inspirados no manto da padroeira da capela que ficava do lado direito da estação de trem (sentido Duque de Caxias).


Uma capela em estilo colonial, de tons pastéis de azul e creme, com vitrais multicoloridos e um sino. No topo, aparece a imagem de Nossa Senhora da Conceição, com seu manto característico com detalhes prateados e uma coroa dourada, cercada por flores do campo.
À frente das portas, numa escadaria, aparece Anatólio Izidoro, compositor, cidadão-samba vitalício e Capela de coração.


Setor V – A doce leveza de Capela

O quinto setor aborda os desfiles que renderam bons resultados para a Unidos da Capela, culminando, deixando de lado a linha do tempo, naquele que lhe valeu seu segundo título no Carnaval.

Ala 17 – O enredo sem nome
Em 1950, a agremiação foi campeã do desfile da UGESB, empatada com o Prazer da Serrinha. Infelizmente, o nome do enredo se perdeu no tempo.

A ala traz uma colombina, com um vestido curto em cinza bem claro e levemente brilhoso e de barra serrilhada em azul-pálido, gola volumosa e grande branca, babados nos punhos, de onde saem fitas turquesa, detalhes na mesma cor e uma interrogação entre peito e ventre, numa alusão ao desconhecimento de qual era o enredo campeão.
O chapéu é uma estrela branca, onde está escrito em azul o ano do título.





Ala 18 – Grande navegador
Para 1958, a Capela trouxe a história do Brasil desde a chegada de Cabral até os tempos de Dom Pedro II.

A fantasia é a de navegador português, tendo um chapéu característico com penas em verde-claro. No tronco, é azul fosco, de mangas longas e volumosas que possuem linhas grossas no mesmo tom e em lilás. Tal sistemática também está nas calças, terminando em botas escuras. Amarrada do lado, uma espada. Usa-se também um medalhão com o formato de um Padrão (coluna de pedra com as armas portuguesas, inscrições e uma cruz).

Ala 19 – Extraindo petróleo
A agremiação também teve enredo de cunho nacionalista, como o de 1959, sobre a extração de petróleo no Brasil.

A ala traz malabaristas com casaca de mangas e centro brancos e entre eles azul cobalto, como um colete entalhado, com detalhes brilhantes. Da mesma cor são as médias-calças. Possui manchas pretas nas roupas e nas faces, representando o petróleo. Nos ombros, lanternas acesas. Usam botas de cano alto e luvas douradas. Na cabeça, um chapéu cônico com uma chama de fogo-fátuo na ponta, como se fosse uma das antigas torres utilizadas na extração do ouro negro.

Ala 20 – Águia de Haia
Ruy Barbosa pode ser considerado um dos gigantes da história nacional, apelidado de o “Águia de Haia” pela sua atuação na conferência realizada naquela cidade. Em 1961, seu centenário foi cantado no Carnaval.

Os componentes vestem uma toga característica dos tribunais, em azul-bebê, com uma cartola de igual cor, com flores rosa enfeitando, e cordas brancas descendo do pescoço e um jabô rendado em verde-claro. Usam também um costeiro no formato das asas de uma águia, com penas brancas.

Ala 21 (damas) – Rio de ontem
No Carnaval do Quarto Centenário, a azul-e-branco trouxe como enredo o “Rio de ontem e de hoje”, passado e presente da cidade maravilhosa.

As damas são as senhoras da comunidade que sempre se doaram para o samba em Parada de Lucas, desde os tempos de Capela e Aprendizes. Elas vêm trajadas como longos vestidos como a imagem, com a diferença de que são na cor turquesa, com detalhes brancos, e cobrem os ombros e os braços. Detalhes em renda nos punhos e nas barras. Perucas com tiaras brilhantes na cabeça, máscaras em forma de borboleta com pedrinhas e um grande laço branco na parte de trás. Carregam uma sombrinha do século XIX nas mãos.
A frente delas, Dona Neide, a russa de Lucas, com a mesma fantasia, mas com a sombrinha com fitas metaloides brancas e um longo manto azul-marinho com detalhes prateados.

Alegoria 4 – Produtos e costumes de nossa terra
O grande momento de esplendor da Capela se deu quando foi coroada, junto com outras quatro escolas, campeã do Carnaval de 1960, seu segundo título, com um enredo que aludia sobre os produtos que moveram a economia brasileira e as manifestações culturais que surgiram nesse meio tempo.

A alegoria possui elefantes, com panos azulados com detalhes em lilás e enfeites dourados nas presas, representando o Maracatu (uma das festas mencionadas no samba), carregando cestas cheias de cana, café, borracha, algodão e ouro, os produtos que moveram a economia nacional. Montados nos frontais estão esculturas de Buzinfa, João Lé e Alberto de Souza Carvalho, fundadores da escola. Nos demais, componentes representando os trabalhadores que colhiam os cultivos, com roupas em sépia.
Eles cercam um elefante gigante, que estaria no centro do carro. Ele carrega um ramo de guaraná na tromba e é enfeitando com um pano brilhante como as estrelas, assim como o destaque que viria no topo, representando a junção do Maracatu Elefante com o Maracatu Brilhante.
Na frente da alegoria, um destaque representa Cassimiro, o banqueiro do bicho que financiava a Capela não como dono, mas como alguém que gostava da escola.






Setor VI – Os tempos de quinta força

O quinto setor traz o começo da história do fruto da fusão de Capela e de Aprendizes, a Unidos de Lucas, da época em que veio com a pretensão de ser a quinta força do Carnaval até o último ano na elite.



Ala 22 (compositores) – Pais fundadores
Homenagem singela aos fundadores da Unidos de Lucas.

Vestes tradicionais deste tipo de ala, com chapéu, paletó, calça, sapatos, tudo nas cores do estandarte. No caso das compositoras, se usa vestidos. Cada um traz um camafeu com uma fotografia de algum dos 88 fundadores da escola.

Ala 23 – O povo em procissão
Tributo ao povo da Parada de Lucas, que esteve junto de Capela e de Aprendizes e permaneceu com a união, doando-se pela causa e comparecendo aos festejos dos padroeiros.

Uma procissão diferente, para São Sebastião e Nossa Senhora da Conceição, que se tornaram juntos os padroeiros após a fusão. Arlequins, colombinas, pierrots, clóvis, malandros e cabrochas conduzem os elementos cenográficos como se estivessem numa romaria.


Elemento cenográfico 2 – São Sebastião
O santo carregado num altar branco, com pequenos anjos, flores vermelhas e brancas.



Elemento cenográfico 3 – Nossa Senhora da Conceição
Uma imagem da virgem, carregada num altar com anjos, flores amarelas e laranja.


2º casal de mestre-sala e porta-bandeira – Mulata Maior e Lenda do Carnaval
Duas figuras que deixaram sua marca na agremiação. Elizeth Cardoso, madrinha da escola, e homenageada posteriormente no enredo de 1974, e Clóvis Bornay, carnavalesco que criou a plástica da obra-prima de Lucas.

O casal traja fantasias similares as que Elizeth e Clóvis vestiram no desfile de 1967, sobre as festas tradicionais do Rio.
A porta-bandeira representa uma rainha com tiara, colares em pedraria, luvas, capa amarrada com um laço e saia cheia de detalhes de golfinhos e flores e nas dimensões que este tipo de fantasia costuma ter.
O mestre-sala é um rei, com coroa, peruca, manto curto preso por um brasão e com os símbolos da Casa Imperial, uma túnica com mangas de largura maior e listras em todas as extremidades, junto com adereços circulares.
Ambas as fantasias são em vermelho, com tons de bronze, e amarelo-ouro.



Ala 24 – História do negro no Brasil ou Sublime Pergaminho
O enredo que tinha a pretensão de contar a história do negro nas terras brasileiras e que acabou por dar origem a um samba-enredo que tido como um dos maiores do gênero. Tanto que um de seus versos acabou se tornando o nome.
Carlinhos Madrugada, um dos autores desta obra, tem esse apelido porque varava as noites em bailes.
A ala traz um almirante bailarino, numa referência ao compositor citado, com chapéu, calças e sapatos brancos, casaca em tons de bronze e detalhes em amarelo-ouro. Nas mãos, ele traz o “sublime pergaminho”, o documento onde foi assinada a Lei Áurea.


Ala 25 – Tributo às raízes: Pixinguinha, Donga e João da Baiana
Após dois tropeços seguidos, a Unidos de Lucas retornou à elite com uma homenagem a três dos pilares da música brasileira: Pixinguinha, Donga e João da Baiana.

Os componentes vêm como músicos dos anos 30, com chapéus panamá, ternos em risca de giz alinhados, branco e azul-marinho, com rosas vermelhas espalhadas pelos braços, passando pelos ombros. Cada dois segmentos carrega um saxofone, um violão ou um pandeiro. No peito, um medalhão dourado com o retrato dos homenageados.

Ala 26 – Marília e Dirceu
No ano de 1975, Lucas cantou as “Cidades Feitas de Memória” de Minas Gerais e seus personagens.

A fantasia feminina consiste num vestido cujo tronco e mangas são rosados, com detalhes em dourado, uma gola verde no formato de sépalas e laços nas costas. A saia tem babados brancos, com vermelho nas barras, formando as pétalas de uma rosa. Na cabeça, um chapéu grande da mesma flor, bem vermelha.
Já as vestes masculinas são as de um pastor de ovelhas, com um chapéu dourado com raios para cima, túnica branca com brilho dourado por cima de outra azul-marinho e menor, um manto curto vermelho, cinto laranja, sandálias amarronzadas. Carrega um cajado nas mãos.
Ambos estão numa batalha de flores.



Destaques de chão – O mago das cores e Carlão Elegante
Anos antes de se tornar o “Mago das Cores”, Max Lopes iniciou seu voo solo no Galo de Ouro da Leopoldina. Já Carlão Elegante é um dos compositores e o intérprete responsável pela imponência do samba-enredo de 1976.

Dois passistas representam essas duas figuras. O primeiro é uma versão jovem do carnavalesco, com uma roupa típica de malandro, relembrando sua origem como passista, de camisa multicolorida, chapéu de fitas e um farto bigode no rosto.
O segundo vem todo em branco, com uma gravata vermelha e com um chapéu alado com asas de galo douradas.

Alegoria 5 – Mar baiano em noite de gala
Em 1976, a Unidos de Lucas optou por trazer um enredo que abordava a religiosidade da Bahia, com destaque para a Festa de Iemanjá. O resultado foi um dos grandes sambas daquele ano.

A alegoria traz na frente e aos lados saveiros, de velas vermelhas e amarelas, com componentes representando pescadores e romeiros em louvação, que carregam flores brancas nas mãos. Ao centro, uma escultura de Iemanjá girando, como se estivesse saindo de dentro das águas ao som das preces, e segurando um crescente que vai da altura da cabeça até o ventre. Usa uma tiara com imbés tapando os olhos e contas de concha para formar o busto de sua roupa. Sua saia é como se fosse as ondas do mar. Estrelas e corais enfeitam o carro.
Na parte de trás, uma escultura de Netuno, virada de costas, segurando seu tridente e com expressão ameaçadora, como se protegesse a Rainha do Aiuká.





Setor VII – Das tentativas e do amor pelo pavilhão

O último setor trata dos desfiles da Unidos de Lucas após o rebaixamento definitivo em 1976, em vários anos quase conseguindo o acesso. Também fala sobre o amor de sua comunidade e da esperança de que o Galo de Ouro volte realmente a figurar entre as grandes da folia.

Ala 27 (crianças) – Galopando no quintal
Em 1981, o Galo de Ouro trouxe o enredo “O imperador de Parada de Lucas”, baseado na obra infantil de Orígenes Lessa, em especial dois livros: “Memórias de um cabo de vassoura” e “Napoleão em Parada de Lucas”. Tais obras contavam a história de uma árvore que foi transformada em cabo de vassoura e, posteriormente, virou um cavalinho de brinquedo com o nome de Napoleão.

As crianças vêm caracterizadas numa versão lúdica do citado imperador francês, com um chapéu de duas pontas preto com plumas amarelas, toalha de mesa vermelha como capa, onde estaria bordado em dourado o brasão da agremiação, camisas com fitas multicoloridas e escovas prateadas nos ombros lembrando uma casaca, bermuda laranja e sandálias. Montam em uma vassoura de piaçava que possui uma cabeça de cavalo na ponta do cabo. Esta utiliza uma coroa de louros.
Nos chapéus, aparecem bordados bonecos de pano dos carnavalescos Carlinhos de Andrade e Roberto Costa, responsáveis por aquele ano.


Ala 28 – Rei Cigano
Abílio Martins, um dos grandes intérpretes do Carnaval Carioca, e o puxador que levou o samba de 1982, era conhecido no meio como o “cigano do samba”, pela quantidade de escolas pelas quais passou.

A ala acompanha um tripé. A fantasia consiste num líder cigano com bandana e camisa vermelho-sangue, calças e botas pretas e um cinturão e demais detalhes (como brincos, medalhão, anéis...) em dourado e pedraria.


Tripé 2 – Lua viajante
A singela homenagem que a Unidos de Lucas prestou para o Rei do Baião, vencedora do Estandarte de Ouro de melhor samba-enredo do Grupo 2.

O tripé traz Luiz Gonzaga e Abílio Martins sentados numa pedra e cercados por mandacarus em flor.
Gonzagão traja sua tradicional roupa de sertanejo, com um chapéu que possui estrelas e uma coroa entalhados, lenço prateado, capa com mandalas bordadas e tons de bronze, camisa lilás, calça branca, botas e um par de óculos escuros. Traz nas mãos uma sanfona.
Abílio veste a fantasia de Rei Cigano mencionada na ala que acompanha o tripé.
Atrás de ambos há uma Lua em formato esférico e girando.




Ala 29 – Senta que o Leão é manso
Uma amostra da história dos impostos no Brasil, com uma crítica ao excesso destes. O samba-enredo foi premiado com o Estandarte de Ouro.
 
A ala traz domadores de circo, com sua roupa em estilo safari e um chapéu no formato da cabeça de um leão, símbolo da Receita Federal, com a boca aberta. Uma longa juba desce na parte de trás. Carregam nas mãos um enorme garfo e uma rede de malha-fina cheia de ossos, que representam os contribuintes que não pagaram os impostos devidos. 




Ala 30 – Trilogia da Música
No final dos anos 80, Lucas emplacou três enredos contando a vida e a obra de Vinícius de Moraes, Ataulfo Alves e Linda e Dircinha Batista.

Os componentes vêm caracterizados como menestréis errantes, de chapéu vermelho com plumas amarelas, camisa branca, calças em tom salmão, botas e um manto amarelo com detalhes em coral nas barras, além de um galo entalhado em sua parte superior. Carregam um alaúde nas mãos.
Entre os componentes, aparecem bonecos à semelhança do Poetinha, de Ataulfo, das Irmãs Batista e dos carnavalescos responsáveis pelos três enredos: Ney Roriz, Sid Camillo, Sancler Boiron e Orlando Júnior.






Alegoria 6 – Voa, Galo de Ouro
O simbolismo desta alegoria em si é como se fosse um pedido para que a Unidos de Lucas cumpra a pretensão que herdou de Capela e de Aprendizes: se tornar uma das grandes do Carnaval, ao lado das matriarcas.


O último carro é composto, na frente, por um grande Galo de Ouro com as asas abertas, penas douradas com detalhes brancos e em tons escuros que dão efeito de brilho, bico em cor natural, e crista, papilha e pele ao redor dos olhos em tom vermelho-vivo. Na cabeça, usa um chapéu cônico com máscaras multicoloridas desenhadas.


Seguindo o símbolo da Lucas, quatro casais de mestre-sala e porta-bandeira esculpidos, em cima de plataformas circulares giratórias e cada um trajando com as cores das quatro matriarcas do samba que dominavam a folia nos anos 60: Portela, Mangueira, Salgueiro e Império Serrano. Estão na alegoria como se saudassem o Galo de Ouro.
Nos espaços deixados pelas plataformas, há estruturas que carregam os tradicionais enfeites de rua do Carnaval, em versões multicoloridas. Há também sacadas nos lados, onde estarão os integrantes da Velha-Guarda.


Na frente, perto das patas do galo, esculturas de Dona Aracy, antiga porta-bandeira e destaque, e de Zeca Melodia, compositor e fundador, sentadas num banco de praça, como se conversassem animadamente. Essa estrutura separa duas plataformas, nas quais estariam Mestre Orelha e Dona Jandira, eterna foliã e alma fiel à escola.


Referências

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Créditos das imagens:

Imagem da logo - https://sambanaintendente.blog/2017/06/22/serie-c-unidos-de-lucas-7a/
Imagem da introdução - http://saideira.galeriadosamba.com.br/post/classicos-da-unidos-de-lucas/85/sai/1/
Imagem do topo - https://pt.wikipedia.org/wiki/Unidos_de_Lucas#/media/File:Bandeira_do_GRES_Unidos_de_Lucas.png
Comissão de Frente - https://br.pinterest.com/pin/1970393557056847/
Comissão de Frente - https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2015/11/21/mascaras-africanas/
1º Casal - https://cifrantiga2.blogspot.com.br/2012/04/camarao-o-mestre-sala.html
Ala 1 – http://ciaetudocena.blogspot.com.br/2015/02/os-desfiles-das-escolas-de-samba.html
Abre-Alas - http://amantesdaferrovia.com.br/m/blogpost?id=4981239%3ABlogPost%3A590625
Abre-Alas - https://pt.wikipedia.org/wiki/Momo
Imagem do setor 2 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizes_de_Lucas#/media/File:Bandeira_do_GRES_Aprendizes_de_Lucas.png
Ala 2 - https://br.pinterest.com/pin/346425396310146901/
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http://bemblogado.com.br/site/as-ruas-do-rio-perderam-fantasia/

Autor

Erick Araújo
26 anos
Estudante de Direito
Apreciador do mundo carnavalesco
ericksouzasilva22@gmail.com

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