Atenção carnavalescos e presidentes de escolas de samba!

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terça-feira, 18 de março de 2014

QUESITO DESENVOLVIMENTO E CARNAVALIZAÇÃO:


O quesito Desenvolvimento e Carnavalização julgará o desenvolvimento apresentado, os setores (capítulos que são contados o enredo), as alas e carros imaginados (neste caso mais os títulos, seu sentido no enredo, um projeto inicial que o autor apresente capaz de retratar o seu enredo).

Por tanto, o julgador deverá analisar:

- O encadeamento das ideias contidas no enredo (um enredo possui determinados capítulos, tópicos que abordará e contará a história). É solicitado para uma maior clareza que o autor do enredo tenha apresento uma explicação inicial dos setores;

- A armação e o potencial de leitura do enredo representado em alas e carros baseados no texto apresentado, ou seja, a ordem precisa estar coerente com a sinopse e permitir uma representação em alas e carros de trechos da história que está sendo contada;

- O equilíbrio entre os setores, salvo raras exceções, como o primeiro setor do desfile, o tamanho dos setores não pode ser desproporcional, principalmente a distância entre um carro e outro deve ser mais ou menos semelhante;

- Os elementos especiais, os significados e criatividade no lidar com alas importantes como C de Frente, Baianas, Bateria, Mestre Sala e Porta Bandeira, Velha Guarda;

- A carnavalização, analisar se o enredo é adequado para um desfile de escola de samba.


Informações adicionais importantes sobre as questões levantadas:
- O objetivo desse quesito é testar o enredo. Não adianta alguém pegar um lindo texto, maravilhoso, copiado de um site de internet e colar no Word e achar que é um enredo. A nossa proposta não é ser um concurso de redação ou de “ideias soltas de enredo”. Por isso, querendo fugir dessa armadilha, queremos enxergar um pouco mais, não significa que o desenvolvimento cobrado, se um dia retratado em um desfile, será exatamente assim. Mas queremos enxergar nesse desenvolvimento de desfile, um projeto potencial de carnaval. Afinal, esse enredo vai dar samba ou não?

- É a hora que o texto se transforma em puro carnaval e a criatividade se faz mais do que nunca presente.

- Estaremos vendo quase que um desfile virtual na nossa cabeça, devemos analisar se o enredo está sendo contado com esse projeto de desenvolvimento, imaginar a leitura das alas e carros. As alas e carros não podem estar fora de ordem, na sinopse diz que 1940 era a era do Rádio, em 1950 chegou a televisão. Aí chega no desenvolvimento e coloca: Ala 15: Televisão, Ala 16: Rádio. Isso não pode! A não ser que isso esteja bem explicado e justificado no texto do enredo.

- O julgador deverá penalizar a ausência de elementos importantes retratados na Sinopse. Se determinado setor retrata em alas, por exemplo, as cores da bandeira nacional (azul, verde, amarelo e branco) e chega no desenvolvimento e coloca: Ala 20 – Azul, Ala 21 – Verde, ala 22 – Branco. Notarmos que a ala do amarelo não veio e nem se quer está presente no carro (que poderia salvar essa eventual falha). Está mais que caracterizado um problema de leitura do enredo.

- A presença de elementos contraditórios. Olhando para o exemplo anterior das cores da Bandeira nacional não é aceitável aparecer do nada uma ala representando a cor vermelha. Recomenda-se que o jurado observe que qualquer coisa aparentemente alienígena deva estar bem explicada no texto do enredo (ou no desenvolvimento) para não ter penalidade nem no quesito texto e nem no desenvolvimento (embora recomendamos que jurado evite penalizar um enredo dupla pela mesma coisa).

- Observando o projeto do desenvolvimento é inevitável olharmos o equilíbrio do número de alas dos setores, por exemplo, se um setor tem 3 alas e o setor seguinte tem 12 alas (pode dar impressão que um carro quebrou) e com capítulos curtos e outros extensos demais isto tenderá a resultar em problemas de leitura.  

- O primeiro setor do desfile é um setor especial, muitas vezes pode ser composto apenas pela Comissão de Frente e Abre Alas, alguns enredos unem no primeiro setor carro Abre Alas e segundo carro. Isso é aceito.  O último setor também é especial, poderá fechar com carro ou depois dele ainda termos uma ala de velha guarda, ala de compositores, amigos do “fulano” de tal. Por isso, o julgador deve ter uma tolerância com esses setores especiais.

- A bateria e Mestre Sala e Porta Bandeira podem ser “flutuantes”, então o julgador não deve analisar com tanto rigor o seu posicionamento no desfile. Mas deve observar se ela está encaixada no enredo.

- A comissão de frente e Abre Alas nem sempre representam o começo do enredo, às vezes podem ser síntese do enredo, apresentarem a ideia geral do enredo.

- É recomendado que um setor tenha seu início com ala e termine com carro (salvo o primeiro e último que são especiais). O carro encobre as alas, então é melhor deixar as alas do setor correspondente na frente do carro. É muito comum carnavalescos inexperientes, preocupados com o tamanho dos setores, começar a representar o setores abrindo sempre com alegoria, como na sequência:
Setor 1: Comissão de Frente, Abre Alas, 5 alas
Setor 2: Segundo carro, 5 alas
Setor 3: Terceiro carro, 5 alas.
Pois veja bem... Se eu tenho em um enredo, por exemplo, o setor do Egito, depois o setor da China e em seguida o setor da Índia. Observe que se eu começo sempre com carro, o carro do Egito que começou o setor ficou sozinho, ele encobriu tudo que vem depois dele, as alas do Egito que virão após ficarão interagindo com o carro da China! E as alas da China acabarão ficando interagindo com o carro da Índia! E assim sucessivamente... Resultando em uma leitura prejudicada.

Já o contrário, se eu começo o setor com ala, eu tenho as alas do Egito com o carro do Egito que vai fechar o setor e “colocar a cortina”, as alas do setor da China estarão com o carro da China. Carros e alas irão interagir, se completar nas suas mensagens,  a leitura do enredo será muito mais eficiente dessa forma. Por isso o indicado é:
Setor 1: Comissão de Frente, Abre alas
Setor 2: Alas, Carro 2
Setor 3: Alas, carro 3

Ou (não gosto, mas sei quem faz, dá para aceitar):
Setor 1: Comissão de Frente, Abre Alas, 5 alas, carro 2
Setor 2: alas, carro 3

Ou ainda:
Setor 1: Comissão de Frente, ala, Carro Abre Alas, umas alas (as vezes como o carro é duplo, as alas de trás do carro ficam interagindo com o carro de trás da acoplagem)
Setor 2: Alas, Carro 2
Setor 3: Alas, Carro 3

- “Carro é ponto final, tripé é reticências”, uma vez vi Milton Cunha dizer isso e achei perfeito para exemplificar o que eu quero dizer. Ilustra o caso anterior e também chama a atenção para o tripé, que é um carro menor, é recomendado para ligar um pedaço de um setor com outro, também em alguns casos como é menor pode abrir um setor, também pode utilizado para substituir um carro (em caso de número de alegorias mais limitado ou questões de orçamento), mas deve ser utilizado para fechar um setor intermediário do desfile, mas nunca um tripé deve servir para fechar um enredo, até uma virada importante no enredo deve ser evitada. Recordo que é plenamente aceitável desfile terminar com Velha Guarda ou Ala de compositores, bateria saindo do recuo, mas tratando-se de alegoria é melhor um carro ser o último do que um tripé.

- O descrição de materiais utilizados, cores de fantasias e carros é facultativa, se apresentadas o julgador terá que analisar a coerência dessa descrição com o enredo. 


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