alexandro18souza@gmail.com
URIHI - UM CONTO YANOMAMI
Nome: Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Acadêmicos da lira
Cores: Amarelo, Azul e Branco
Fundação: 22/02/2016
Símbolo: lira
Bateria: Cadência da lira
APRESENTAÇÃO
O objetivo principal desse enredo é mostrar a vida do povo indígena Yanomami, a partir de sua visão mística sobre o mundo, que por eles é conhecido como Urihi, o povo yanomami vivência a bastante tempo uma realidade de explorações e saqueamento de sua terra, por invasores imbuídos de ganancia! Ganância que envenena a terra, traz doenças, afugenta os Xapiripës e desperta Xawara, o monstro destruidor. Mas muito mais que uma denúncia contra cobiça desenfreada dos napëpës, este enredo é uma exaltação ao povo Yanomami, suas celebrações, suas crenças, seus costumes e seu modo de viver. Vamos fazer uma viagem na ancestralidade desse povo, habitantes do estado de Roraima e de nosso país vizinho: a Venezuela.
A abertura do desfile versa sobre a criação dos Yanomamis, nascidos a partir da paixão entre Omana e a filha de Tëpërësiki, senhor das plantas de cultivo. No primeiro setor, ocorre a exaltação a urihi, a terra-floresta, um passeio sobre os encantamentos da terra-floresta será feito. No segundo setor é feita a exaltação ao demiurgo Omana, o criador dos espíritos Xapiripë, dos primeiros Yanomamis, mentor das leis da natureza tribal da aldeia e senhor dos pajés. No terceiro setor é mostrada a face apocalíptica da exploração desenfreada, o castigo aos ataques a mãe natureza e o despertar de Xawara. E o último setor traz uma mensagem de esperança para o mundo, onde somente a conscientização de que a natureza não somente é um organismo vivo, como também tem consciência, e que é necessário cuidar dela para que o céu não desabe e mate toda a vida existente em Urihi.
Autor: Alexandro Souza
SINOPSE
Minha terra-floresta, seria o teu chão a veia essencial?
A tua brisa me converte em um nirvana imanente
O teu verde me afaga
O teu olhar me apraz
Tu sublime clamor pede a consciência humana.
Foste presente do meu criador, do meu legislador, e assim tua história se conta:
Xapirípë é luz... xapirípë é do bem... xapiripë é protetor! vivem envoltos por um conto real e primordial, um urihinari. Celebram o sopro da existência, que leva da seiva da vida ao sono sereno do curumim no xapono, uma melodia divinal de paz e esperança, o wixia.
Os espíritos auxiliares são a luminescência de fauna e flora, são os humanos, os animais, as árvores, os minerais, água, o ar e a TERRA. Protetores do chão Yanomami, espíritos de bem, conhecedores da floresta e auxiliares dos pajés nas viagens transcendentais ao mundo invisível, para buscar a cura ou a resposta para os clamores da tribo
Lá no princípio, bem no princípio Yanomami, Omana, o criador fez a vida e de conto de amor nasceram seus descendentes... os Yanomami, donos do chão verde, serpenteado por igarapés aos pés da Serra Parima, e a partir de então viveriam lá em paz e em harmonia com a natureza, na grande maloca verde, considerada por eles um organismo vivo chamado de Urihi, a terra-floresta, urihi é testemunha das grandes celebrações tribais onde troam tambores, brandem os maracás desde os tempos da criação... o xamã evoca hekuras para celebrar vida, a terra, a mata, os peixes e os rios. A harmonia reluz na aldeia, as colheitas, as pescarias, as caças são fartas. Yanomami vive feliz!
"Xapirípë tem medo, napëpë mau se aproxima, ele vem pra despertar Xawara das garras da escuridão..." Invasão da urihi, guerras, doenças, mortes, devastação! Assolam o mundo Yanomami, o metal luminoso trouxe tudo! o garimpo causou tudo! As máquinas devoram as matas, o motosserra estronda no reino de Omana. Assim disse Kopanawa:
"A terra-floresta só pode morrer se for destruída pelos brancos. Então, os riachos sumirão, a terra ficará friável, as árvores secarão e as pedras das montanhas racharão com o calor. Os espíritos xapiripë, que moram nas serras e ficam brincando na floresta, acabarão fugindo... "
Xawara despertará das profundezas! trará doenças, febre, dor e morte da vida Yanomami. A sinfonia funebre será entoada pelas máquinas dos brancos! Os gananciosos, os devastadores da casa dos xapiripë, silenciará o último xamã e o céu cairá para matar a vida na terra-floresta.
Mas o Yanomami bravamente deve lutar, lançar as flechas na maldade que devora a terra, nos gafanhotos de aço e suplicarem para que o céu não caia. Lute Yanõmami thëpë! Levantem seus arcos e flechas, salvem nosso verde! Nossa terra, nossa casa! Assim a natureza renascerá num esplendor de beleza para que a vida não mais seja ceifada e a harmonia retorne como nos tempos da criação para que o canto entoada na ocara da terra-floresta não seja um lamento de suplica, mas sim um canto da exaltação ao mundo verde, para que assim o Yanomami repasse seu conto de Urihi para as futuras gerações de curumins que correm de um lado para outro em uma felicidade interminável no terreiro da aldeia.
Autor: Alexandro Souza
Ficha técnica
Enredo: Urihi – Um conto Yanomami
Componentes: 2000
Número de setores: 4
Alegorias: 5
Número de alas: 19 (incluindo bateria e baianas, ala das crianças e passistas)
Componentes: 3000, sendo 200 ritmistas.
ABERTURA: AURORA YANOMAMI
A abertura do desfile discorre sobre a criação dos índios Yanomamis e o surgimentos dos espíritos da terra em um contexto geral (espíritos da água, floresta, da chuva e outros). A partir daqui começa o desenrolar do enredo indígena, porém com uma proposta estética que mescla o tradicional e o moderno. Destaca-se que nesse primeiro momento, o objetivo é proporcionar uma “explosão” verde, trabalhando nos diferentes tons desta cor.
Comissão de frente: gênese do povo-floresta
Cartão de visitas do desfile, a comissão de frente abre a apresentação, contando a lenda a criação da tribo dos Yanomamis. É importante destacar que existem duas versões do mito que originou a tribo, em território venezuelano, os mesmos atribuem sua origem à lua, em território brasileiro atribuem seu surgimento a partir da relação entre Omana e a filha de Tëpërësiki, deus aquático e protetor das plantas cultivadas e será nesse conto que a comissão de frente se baseará. A coreografia mescla passos indígenas e dança clássica, a fantasia de 13 componentes possui tom majoritariamente verde-claro e verde escuro formando um degradê, com estampa indígena branca e uma capa plissada que também tons de verde com estampa indígena na borda, a fantasia dos outros 2 componentes, um representando Omana com tons em vermelho e laranja, e acabamento em faisões no mesmo tom e outra representando a filha de Tëpërësiki, fantasia em tons de azul royal e azul celeste, com acabamento em faisões de mesmo tom. A comissão não apresenta elemento alegórico.
Mestre-sala e porta-bandeira: O luzeiro da morada
Nosso primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, representa a luz (aqui a luz ganha um sentido figurado para representar a importância dos Yanomamis e sua conexão com a floresta). A fantasia da porta-bandeira apresenta uma saia em trançados que fazem alusão arte da cestaria Yanomami decorados com fios de led azul, ornamentada com cristais em amarelo e branco, a saia possui o pranta, o azul royal, azul-claro e o branco como cores predominantes, a base a saia possui acabamento em faisões em azul, o costeira apresenta faisões em azul royal e azul claro o adereço de cabeça é uma tiara feita com características de um cocar indígena. A fantasia do mestre sala possui a mesma escala cromática da fantasia da porta bandeira, com um costeiro também em faisões azuis, e uma capa furta-cor.
Guardiões do casal; guardiões da luz
A fantasia dos guardiões apresenta desenhos indígenas, apresenta predominantemente as cores branca, azul royal e azul claro.
Carro-abre alas - A morada dos espíritos e Yanomamis
O conto de criação dos Yanomamis diz que antes de estes surgirem, Omana o criador, fez os espíritos que guardam a floresta, o mundo sobrenatural e auxiliam os pajés na transcendência espiritual. Aqui a alegoria apresenta a morada que permite a conexão entre os espíritos e índios, para que eles estabeleçam uma relação de proteção da Urihi, a terra-floresta. A alegoria possui 2 chassis, o chassi 1 apresenta base em tons de azul representando os espíritos aquáticos, a alegoria possui também acabamento em palha e cipós tingidos de verde escuro, possui arcos e uma decoração de trançados representando os trançados em palha, dos cestos Yanomamis, trançados esses que fazem a alegoria parecer uma grande canoa navegando em um rio, o carro possui uma escadaria e apresenta também 5 totens que representam os espíritos de urihi e possui também decoração em bambu. O chassi 2 da alegoria apresenta a mesma base do chassi 1, com a existência de algumas malocas indígenas em seu centro juntamente com os outros dois totens parecidos com os do chassi 1, formando assim 7 totens no total, a escultura de um pajé, a traseira do carro é acabada com arcos vazados ornamentados com trançados indígenas e serpentes aquáticas. A alegoria possui ainda neon azul na parte de baixo simulando movimentos da água e neon verdes na parte de cima que adornam todo o carro, possuindo 50 metros de comprimento, sendo 26 no primeiro chassi e 24 no segundo chassi, chagando a 12 de altura
Destaque do Chassi 1 - fantasia: Omana
Destaque do Chassi 2 – fantasia: a união de corpo e espírito
Imagem ilustrativa do carro abre-alas
SETOR 1: A TERRA VIVA
O primeiro setor do desfile, apresenta urihi, a terra-floresta. Os Yanomamis acreditam que a terra em que vivemos é um organismo que assim como os seres humanos apresenta a capacidade de sentir, e dessa forma trata-la como um ser, dando o devido respeito, é necessário.
Ala 1: Xapiripës – espíritos de Urihi
Os espíritos da floresta que auxiliam os pajés na busca pelo caminho da transcendência, vivem livres na mata, brincando entre as árvores, são o elo de ligação entre o mundo físico e o sobrenatural. A fantasia é composta por penas artificiais, nas cores azul celeste e verde claro, possui um costeiro com penas de acetato e plumas nas mesmas cores, a fantasia possui 5 adereços de cabeça diferentes, um totem de onça, um de arara, um de tatu, um de peixe e um de folhagens, cada um representa os elementos da natureza, ar, água e terra, todos nas mesmas cores o verde claro com detalhes em verde escuro.
Ala 2: yãkoana – o alucinógeno da transcendência
Para transcender ao mundo espiritual, na procura pela cura de doenças da tribo e respostas para outros assuntos que afligem os Yanomâmis, o pajé precisa aspirar o rapé chamado de yãkoana. A fantasia possui acabamento em palha e “raízes” tingidas nas cores laranja, mostarda e marfim. O costeiro é feito de galhos secos tingidos nas mesmas cores, o adereço de cabeça é um cocar adornado de folhas, nas mesmas cores da fantasia para representar a viagem psicodélica ao mundo dos espíritos.
Ala 3: BATERIA - sinfonia na floresta
As grandes celebrações que acontecem na grande aldeia Yanomami, fluem sob um grande cora de cantos indígenas mesclados ao som do tambores, flautas e maracas, ao redor da fogueira, na noite estrelada a mística da tribo ressoa pela mata. A fantasia apresenta as cores laranja, azul e malva como cores predominantes, o adereço de cabeça representa uma flor estilizada mesclada a um maracá, a ombreira da fantasia apresenta colagens com sementes nativas da Amazônia, o figurino é pensado para não atrapalhar o desempenho dos ritmistas.
Ala 4: plantas cultivadas
As plantas existentes em urihi, estão representadas na ala 5 do desfile, assim com a ala dos animais a ala tem o objetivo de prestar um tributo a todas as plantas de cultivo que existem no mundo, a fantasia possui uma capa com folhagem, coloridas em um degradê de verde, a fantasia possui acabamentos em raízes, o adereço de cabeça é são flores.
Ala 5: ALA DAS CRIANÇAS - yaros: os animais
A quarta ala retrata os animais que habitam a terra-floresta (o mundo), todos os animais, dos domesticados aos selvagens. A fantasia possui totens adornados de penas artificiais com adereço de cabeça de animais que habitam a terra e a água, e na parte frontal da fantasia na altura do peitoral existe é uma máscara de animais em formas cartoonescas, o adereço dividem-se em dois para os meninos representa um fauno e para as meninas uma ninfa que representam o espírito que habita em cada animal, a fantasia possui como cores base o branco e o âmbar, com pequenos detalhes em lilás
Alegoria 2: terra-floresta – a vida em harmonia
A segunda alegoria da escola traz a representação de uma grande floresta estilizada, com arvores e flores feitas com grafismos indígenas, com representação de seres vivos da fauna e da flora, no parte frontal da alegoria existem esculturas de índios em meio as folhagens e na parte traseira do carro, existem borboletas que batem as asas, as principais cores da alegoria são o vermelho, e o amarelo, a iluminação é o principal elemento de impacto do carro, que possui em sua base fitas de led amarelas, a iluminação da base pretende passar a ideia de que está flutuando na avenida. Abaixo a representação da alegoria.
Destaque: energia que emana da terra
Imagem ilustrativa da alegoria 2
SETOR 2: EXALTAÇÃO À VIDA
O segundo setor do desfile, mergulha no universo tribal das celebrações dos yanomamis, e presta um tributo ao espírito festivo que habita cada índio. Além de celebrar omana, o senhor criador e legislador da tribo, destaque para esse setor do enredo, pois é o mais colorido do desfile.
Ala 6: celebração da terra
Os índios yanomamis são reconhecidos principalmente por sua devoção à terra e tudo que ela oferece para eles, e da terra eles exaltam toda a vida, toda a história e toda sabedoria que cada folhagem, palmo de terra lhes proporciona. A fantasia possui predominância das cores fluorescentes, o laranja e o rosa, mesclados ao amarelo e a cor abóbora, o costeiro apresenta acetatos em três níveis, os três nas cores da fantasia, o adereço de mão são máscaras indígenas, ao meio da ala existem um conjunto de tambores moldados em troncos de madeira que formam uma fila ao centro da ala, como elementos cenográficos.
Ala 7: iniciação
Para se tornar pajé o iniciado necessita viajar ao mundo espiritual para obter os conhecimentos necessário para guiar a tribo, o hekura ao retornar do mundo sobrenatural, já com pajé recebe a missão de substituir o pajé ancião. A fantasia em tons de azul e laranja, possui penas artificiais, um costeiro com penas estampadas, o adereça de cabeça é um cocar, as mesmas cores da fantasia, a ala é coreografada, para simular o cerimonial de iniciação.
Ala 8: Reahu – a força do espírito
O cheiro do pó do pariká, permite aos índios abrirem os olhos para a visão do além, dessa forma tem-se o contato com os espíritos, o inicio do ritual, após isso, os índios podem ter contato com seus entes que habitam a morada dos espíritos. Na cerimônia o corpo do morto é cremado e suas cinzas são depositadas no rixi, uma espécie de urna, para serem ingeridos quando misturados ao mingau de banana, o ripu, os yanomami acreditam que ao ingerir o ripu estão comungados das virtudes do espírito do morto. A fantasia possui como cores base, o vermelho o branco e o preto
Ala 9: Pajés – senhores transcendentais
A ala presta um grande tributo aos pajés yanomamis, senhores da transcendência, que são os mediadores dos dois mundos, os dos vivos e o dos mortos. A ala é coreografada, para mostrar uma grande pajelança, a fantasia possui como cores base o lilás, o azul e o marrom. O adereço de mão é um maracá e o adereço de cabeça é um cocar dos mais bem trabalhados para representar o poder e a influência do pajé na aldeia.
Ala 10: BAIANAS - jardins da cura – flores ternas
Com o solo amazônico é um dos mais férteis, e os yanomamis tem os conhecimentos sobre as plantas medicinais dos mais aguçados, os clãs possuem espécies de jardins com plantas utilizadas para fins medicinais e muitas doenças são curadas por plantas que crescem nesse jardim amazônico. A Fantasia em tons de rosa que vão do mais claro até o rosa-choque e verde, representa um grande santuário de plantas utilizadas com fins medicinais, a saia é toda confeccionada em vime, com representações geométricas que se unem e forma desenhos, a barra da saia é decorada com flores artificiais e plumas de cor rosa-choque, além de folhas, o costeiro da fantasia é todo feito em capim de acetato rosa, o adereço e cabeça representa um mini paneiro (utensílio utilizado para carregar alimentos e plantas).
Alegoria 3: a ocara de omana
A terceira alegoria da escola mostra uma espécie de aldeia estilizada, e multicolorida, com grafismos indígenas, grandes arcos adornados de penas e animais, na parte frontal da alegoria existe uma grande escultura do rosto que representa Omana, o criador e legislador, a parte central da alegoria possui uma espécie de manto verde enfeitado com desenhos que é sustentado por arcos, como ilustra o desenho, em certo momento esse manto se abaixa e revela uma espécie de ocara, com totens e artesanatos da cultura yanomami.
Imagem ilustrativa da alegoria 3
SETOR 3: VISÃO DO FIM
Nesse terceiro setor, o protesto pela exploração desenfreada e o que ela pode acarretar ganha voz através da mitologia dos yanomami, que acreditam que somente a busca incessante por dinheiro e a exploração sem limites da terra é que podem pôr fim ao mundo em que vivemos.
Ala 11: gafanhotos de aço – devoradores de floresta
As visões de Kopenawa revelam: napëpës invadem a floresta, com seus monstros metalizados que consomem a terra e a vida que nela habitas, as matas vão caindo e o céu anuncia que o mundo está perto de seu fim. Nessa ala a fantasia representa as máquinas que são utilizadas nos garimpos e na derrubada da floresta.
Ala 12: mercúrio – o líquido da ganância
O mercúrio é o líquido utilizado nas jazidas de ouro para separar o metal dos restos de minerais e terra, no entanto seu poder devastador é observado na fauna e na flora do local que é utilizado quando descartado diretamente na natureza, envenenando peixes e humanos, a fantasia representa o líquido prateado, complementado com as cores vermelhas, representando o sangue dos que morrem por sua causa, sangue essa representado com marcas de mão na roupa.
Ala 13: ouro – o metal que mata
A busca pelo ouro gera os garimpos ilegais, muitos desses situados em terras indígenas, tão negligenciadas em tempos atuais, esses garimpos geram disputas, que culminam muitas vezes em mortes de índios yanomamis. A ala possui as cores dourado, coral e bronze.
Ala 14: doenças
O contato dos indígenas com os brancos culminou numa série de epidemias de doenças trazidas pelos forasteiros, essas doenças diminuíram bastante a população yanomami habitante da Venezuela e do Brasil. a fantasia apresenta, o preto, o amarelo, e o lilás como cores base.
Ala 15: profecia apocalíptica
Representa a visão do fim, nessa visão, quando a última árvore em pé cair ao chão, o último pajé que mantém o céu acima da terra, silenciará, fazendo com que o céu caia sobre a fase da terra e mergulhe a terra em escuridão e caos. A morte reinará e a humanidade decretará seu próprio fim.
Alegoria 4: O levantar de xawara, caos e destruição
A alegoria representa a visão que os yanomamis tem do fim da terra em que vivemos, para eles os brancos é que serão os causadores do apocalipse, com seus atos que destroem a natureza, assim que toda a floresta for derrubada, todo rio tiver secado e toda vida for ceifada, a terra mergulhará em escuridão profunda. O carro traz em sua frente um lagarto alado, a base da alegoria é a representação de um chão rachado ardente em fogo, a alegoria possui ainda chaminés, aviões despejadores de agrotóxicos, e uma escultura de xawara, levantando das profundezas de terra para mergulha-la no caos, neon vermelho complementa a alegoria.
Destaque – Fantasia: máquina que faz o fim
Imagem ilustrativa da alegoria 4
SETOR 4: RESSIGNIFICAÇÃO DA VIDA
O quarto e último setor encerra o desfile deixando uma mensagem do bem, onde só a conscientização do homem em relação aos seus atos nessa busca exacerbada por riqueza, pode mudar o destino da terra e com a ajuda dos espíritos e do grande pajé da tribo da terra, o céu não desabará e a terra florescerá.
Ala 16: hekuras e o renascer da terra
O grande rito xamanístico realizado para aplacar a fúria do mundo e espantar o mal que assola a terra-floresta, a luta travada busca a libertação dos espíritos do bem para que a terra se reestabeleça no bem fraternal. A fantasia apresenta um costeiro estrelado furta-cor, o adereço de cabeça representa uma máscara indígena, na parte frontal da fantasia existe o desenho de um mapa do mundo entrelaçado com tiras de fitas entrelaçadas imitando o grafismo indígena, a fantasia possui tecido furta-cor predominantemente, com leves toques de azul celeste.
Ala 17: Réquiem aos céus
No agonizar do planeta, as nações se unem para cantar louvores ao céu para que este não caia sobre a terra e liberte a escuridão. Aqui o povo yanomami traz um canto de esperança para urihi, pedido que as divindades ouçam o clamor humano a deem a oportunidade para os mesmos cuidarem melhor do planeta. A fantasia possui um costeiro feito com penas artificiais de acetato leitoso em três níveis de pena, na parte frontal na altura do peito da fantasia existem grafismos indígenas, uma saia giratória vazada feita em vime, também com grafismos indígenas complementa o figurino que fazem desenhos que remetem a bandeiras de países do mundo, as cores predominantes são o verde esmeralda e o branco, com detalhes em marfim
Ala 18: PASSISTAS - celebração aos espíritos
A grande tempestade do mundo passou e os povos celebram a aurora de um novo dia para cuidar da terra-floresta como ela merece. Os xipiripës voltaram e a harmonia da terra se completou. A fantasia representa uma vestimenta típica yanomami usada em suas celebrações da vida, o adereço de mão representa seu objeto sagrado de adoração. A cores predominantes são o amarelo ouro e o azul pavão.
Ala 19: senhores celestiais
No misticismo da tribo da terra, o céu é sustentado por quatro pajés, que mantém a harmonia entre o mundo celestial o mundo terreno. A fantasia dividida em quatro figurinos de quatro colorações diferentes, ciano, azul celeste, azul royal e azul marinho todas com toques de amarelo laranja, possuem as mesmas formas diferenciando-se pelas cores. Representam roupas tradicionais de pajés yanomamis
ALEGORIA 5: A MALOCA LIVRE
O último carro alegórico encerra com uma grande celebração no xapono, a casa do yanomami. A alegoria representa uma grande maloca, em referência às residências comunitárias construídas na sociedade yanomami, a grande oca é toda vazada e decorada com neon azul, no centro da alegoria e dentro da oca existem a reconstituição de uma ocara, e a teatralização do cotidiano da tribo, as laterais do carro são ornadas com troncos e pinturas indígenas, e esculturas de índios, na parte superior existem arcos raios enfeitados, como ilustra a figura abaixo:
Imagem ilustrativa da alegoria 5
Observações
1ª – o desfile todo foi projetado para utilizar penas artificiais, plumas faisões e outras, já que se trata de um enredo de preservação.
2ª os desenhos são apenas uma representação no papel do projeto, podendo ser acrescentado mais detalhes nos mesmos. Os desenhos foram feitos todos com 3 ferramentas: caneta esferográfica preta, lápis de cor e papel A4.
3ª – as imagens para ilustração foram retiradas todas do google.
Referências
Yanomami. Disponível em <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Yanomami> acesso em 10 de janeiro de 2019.
Os yanomami. Disponível em <https://www.survivalbrasil.org/povos/yanomami> acesso em 10 de janeiro de 2019
História dos Yanomami. Disponível em <http://www.hutukara.org/index.php/hay/historia-dos-yanomami> acesso em 10 de janeiro de 2019.
O povo yanomami. Disponível em <http://www.secoya.org.br/index.php?option=com_content&view=section&id=5&Itemid=9> acesso em 10 de janeiro de 2019.
“estamos tomando água poluída, o povo yanomami vai sumir”. Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/20/politica/1492722067_410462.html> acesso em 10 de janeiro 2019.
Wikinativa/Ianomâmi. Disponível em<https://pt.wikiversity.org/wiki/Wikinativa/Ianom%C3%A2mi> acesso em 10 de janeiro de 2019.