8 °CONCURSO DE ENREDOS
Descontos e justificativas. Jurado Marcos Maia.
O BRASIL QUE NEM CABRAL VIU
Argumento (-0,8): o texto é por tópicos, pouco fluido , com incorreções para a leitura e muito narrativo, para um argumento, além de conter informações picotadas, meio desencontradas e algumas até duvidosas.
Roteiro (-0,4) : apenas o nome de alegorias e fantasias; em alguns casos, como no carro “O grande banquete”, que supomos ser dos canibais, uma explicação cairia bem.
Exploração Temática ( -0,4): como o enredo se propõe a um tema cheio de mistérios e não muito estudado pela História tradicional, sabemos que haveria mais elementos para mostrar. Exemplos: os antepassados dos indígenas, a cogitada visita dos fenícios e as supostas inscrições na Pedra da Gávea, etc.
Conj. Artístico ( -0,2) : tema interessante, com boas possibilidades artísticas, embora pouco explorado no conteúdo e dissecado no Roteiro. Enredo com potencial para muito mais.
A CADA BATIDA O FIM SE APROXIMA
Título(-0,1): desconto pela falta da vírgula.
Introdução ( -0,4): presença do verbo personalista “digo”; desnecessidade em dizer que o a perspectiva do fim do mundo amedronta as pessoas, inda mais dizendo que estas o temem “apesar de ser natural”. E as batidas que soaram, seria dos sinos? Faltou esclarecer.
Argumento( - 0,8) : curiosamente, as “batidas do relógio” tem “esperança” em que o mundo acabe logo; nos poeminhas abaixo, o penúltimo não tem rima; repetições citando João e o Apocalipse; há uma certa confusão na estrutura do texto, conquanto as quadras são entremeadas de considerações supérfluas ( e as repetições são comuns..parece que o autor quis alongar artificialmente o quesito). Somente no último trecho da sinopse, é que as explicações sobre os poemas vêm.
Roteiro (-0,3): a explicação sobre os significados do Primeiro Casal contém uma preocupação excessivamente politicamente correta; como o autor se dispôs a fazer explicações sobre os elementos do desfile, poderia ter sido mais eficaz se descrevesse mais as características das fantasias, como fez dos carros.
Exploração Temática ( - 0,1): como o mote do enredo é “o fim está próximo”, a presença nele da explosão solar é errônea, visto que esta tá prevista somente para daqui a bilhões de anos.
Conj. Artístico( - 0,1): enredo com grandes possibilidades, com muitas curiosidades e mesmo algumas “viagens” desculpáveis, como a da música Gangnam Style. Uma explicação mais enxuta na sinopse e a descrição das fantasias no Roteiro fariam-no tirar 10 neste quesito.
INDÍCIOS, VESTÍGIOS....
Introdução( -0,2) : um deslize quando faz a pergunta “ será tudo feito pelo homem?”, sendo que os fósseis são criações naturais.
Roteiro(-0,1): o único senão dessa apresentação é a divisão pouco convincente do enredo. A exploração das civilizações poderia coadunar com suas relíquias e registros, e não apresenta-las primeiros e seus vestígios depois.
NOSSA ESCOLA É SEU OUTDOOR
Argumento (-0,1): o gás de Coari não foi um “enredo-de-produto” propriamente dito.
Roteiro( -0,1): na ala 11, não entendi porque a representação da Xuxa ser uma ursa.
Expl.Temática (-0,1): já que o enredo passeia por vários desfiles de escolas, poderia haver uam referência à Cabuçu 96, cujo enredo foi justamente a propaganda.
ARACY
Argumento (- 0,2) : excesso de rimas repetitivas, deixa o texto cansativo, enfadonho.
Roteiro ( -0,1) : o 1° setor diz-se destinado ao começo da carreira de Aracy, sua infância, mas as representações deste início de desfile são generalizantes, com exceção talvez da CF; a explicação pormenorizada da exploração do enredo em cada fantasia e alegoria é louvável e enriquecedora culturalmente, mas o autor pode ter um cuidado maior em descrever todas as fantasias ( já que esta parece ser sua proposta), pois faltou de algumas, ao passo em diminuir um pouco a explicação do enredo nelas, senão a coisa fica desnivelada e o Roteiro vira quase um desdobramento do Argumento.
OBÁ DE OYÓ...
Impressão Visual (-0,2): título do enredo sem nenhum destaque, perdido no meio de uma ficha.
Introdução(-0,3)- : texto meio truncado, com erros e imprecisões.
Argumento(-0,5) : o autor “muda” os nomes dos orixás, conforme vai escrevendo errado. Mitologia religiosa africana necessita de um texto coeso e bem escrito para ser bem entendido e não vemos isso aqui, o que só o torna mais confuso.
Roteiro(-0,2): aqui mais uma vez o velho problema da falta de linearidade de descrição do desfile..a maioria das fantasias bem caracterizadas, e outras, não. Divisão desigual de setores no tocante ao 1°, muito curto, apenas com CF, Casal e 1 ala, e o 2°, muito grande, com 2 alegorias e várias alas.
NO BALANÇO DE LÁ PRA CÁ...
Introdução(-0,2) : pequenos erros de escrita e repetições de palavras.
Argumento(-0,1) : diz que a rede foi importante para o desbravamento do Brasil, mas não diz como.
Roteiro (-0,1): o enredo é interessante e original, mas tem pouco conteúdo a ser explorado. Isso faz com que “um setor entre no outro”, como exemplo o 1° setor é sobre a origem da rede indígena e o 2° sobre a rede na chegada dos portugueses, porém, neste setor há alas referentes ainda à feitura da rede, tal como na CF e como novamente será dito no final dessa apresentação. Parabéns ao autor por descrever bem todas as fantasias e alegorias.
Expl. Temática(-0,2) : o autor poderia ter brincado com os demais conceitos de rede, como a de pescar, a internet; e ainda jocosamente representar pessoas caindo da rede.
SOU A CEREJA DO BOLO...
Título(-0,3) : primeiro de tudo, a expressão “cereja do bolo” não é a mais adequada pra aquilo que o enredo quer representar, que é o amor-próprio, a vaidade, a inveja....Cereja do bolo representa apenas um mínimo detalhe daquilo que é muito maior, mais substancial. Logo, a expressão usada pelo autor vai até contra aquilo que ele quis passar, pois a escola, ou a pessoa “que se acha”, não seria apenas uma cereja do bolo.
Roteiro(-0,1) : o último setor, supostamente dedicado ao samba, tem elementos que combinam mais com o setor da vaidade, no caso, o 3°.
Conj. Artístico(-0,3) : enredo irreverente, mas artisticamente se imagina altos e baixos do conceito deste. Muitas fantasias baseadas na egolatria. Na alegoria do amor-próprio, pessoas simulando masturbação podem até fazer parte do caráter carnal da festa, mas artisticamente é duvidoso.
MEDO
Introdução(-0,1) : “medos vividos e medos que vivemos” foi uma expressão confusa.
Argumento (-0,3): alguns aspectos desse instigante enredo têm muito mais a ver com a crueldade do que com o medo; a questão das punições ( penas de morte) poderiam ter sido mais bem amarrada com a sensação do medo, nesta sinopse.
Roteiro (-0,2): não ficou claro porque os deuses no abre-alas têm ligação com o enredo medo; no último setor, colocar black blocs no enredo ao lado de terroristas, vírus e políticos ladrões não combinou muito.
Exploração Temática(-0.5) : enredo de abrangência vasta, poderia falar-se de vários outros tipos de medo, como aqueles puramente psicológicos, como medo de altura, de aranhas, medos excêntricos etc. Além disso, no setor dos medos atuais, não estar lá representado o bandido comum, o ladrão, sequestrador, achamos um pecado.
Conj. Artístico(-0,3): enredo interessante, mas faltou um pouco mais de leveza e criatividade na sua abordagem, para deixa-lo mais palatável para um desfile, que ficou muito pesado.
BARBARA NÃO LHE ADORA
Título(-0,1) : mais um caso em que o título leva a pensar outra coisa da qual se propõe o enredo; porém aqui, há uma correspondência maior e é engraçado.
Argumento(-0,3): em que pese o humor impagável do texto, o estilo “Leão Lobo” de deixar quase claros os nomes dos famosos envolvidos em escândalos mas a maioria não, deixa a coisa desnivelada; também não vemos claramente diferenças entre aspectos do enredo. O link Bárbara Heliodora- blogs de fofoca também não tá bem explicado.
Roteiro(-0,3) : decididamente, não da pra imaginar o Mestre-Sala levantando plaquinhas durante sua apresentação; volta o problema de descrever elementos do desfile, e outros, não.
Exploração Temática (-0,2) : já que o autor lançou mão do nome de Bárbara Heliodora, esperava-se que incluísse algo sobre o teatro, ou mesmo de “micos” de outras fontes que não somente a televisão. O enredo ficou focado demais na fofoca.
Conj. Artístico (-0,2) : na descrição do Roteiro em si, ficou pouco realizado de como esse enredo poderia ser interessante em si, além da galhofa e do bom humor do autor. E haveria potencial para isso, pois enredos irreverentes sempre são bem vindos.
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